Love You GodBye

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Não que eu estivesse esperando que as coisas entre eu e Harry se resolvesse de um dia para outro só por causa daquela loucura entre nós quatro, mas eu também não esperava que ele se afastasse de mim por tanto tempo. Já fazem duas semanas desde a audiência, duas semanas que eu não o vejo, ou o toco, o ouço, eu me sinto em uma abstinência louca é como se eu fosse um viciado em droga ou álcool e estivesse a meses sem experimentar qualquer uma dessas coisas. Eu era um viciado e Harry era minha droga, mas agora ele não está aqui, não me atende e não está em casa.

Minhas férias demorariam um pouco para acabarem e eu já estava me sentindo sufocado dentro de casa. Liam e Zayn passavam o tempo todo em encontros e mais encontros,  e eu não tinha mais amigos por ser uma pessoa que sempre trabalhou e estudou mais do que se divertiu, mas eu decidi mudar um pouco disso e por isso estou aqui terminando de me colocar meu vans, pensei em ir em alguma balada ou algo do tipo quando ouço minha campainha tocar.

-Zayn se for você entra – eu gritei e ouvi a porta da sala se abrir – estou no quarto – dei o ultimo laço no vans quando ouvi a porta ser aberta e um cheiro familiar invadir minhas narinas –Harry? – meus olhos não acreditavam no que estava vendo, Harry estava parado na porta do meu quarto, com suas roupas casuais, uma calça preta e apertada, uma bota marrom avermelhada bem gasta, sua camisa branca com botões abertos estava com as mangas dobradas até o cotovelo, em seus cabelos havia uma bandana e o que mais me chamou atenção foi que seu rosto se encontrava inchado e seus olhos verdes estavam avermelhados – Hazz o que – eu fui interrompido quando senti seus braços me envolverem e me apertarem em um abraço forte.

-Você está cheiroso – ele murmurou contra meu pescoço – vai sair? – perguntou e eu neguei.

-O que aconteceu? – perguntei preocupado.

-Pode conversar? – ele se afastou e colou nossas testas.

-Sempre – respondi sem hesitar – senta aqui – nos puxei até a cama e o sentei ao me lado – o que foi? – perguntei puxando suas mãos para meu colo e as segurando.

-Meu pai – ele murmurou.

-O que tem ele? – perguntei desentendido.

-Ele voltou – vi o momento exato em que uma lagrima escorreu por seu rosto até seu queixo.

-Como assim? Isso não é bom? – eu não entendia. Pelo que eu me lembro fora Anne que deixara o marido, então não teria motivos para que Harry tivesse raiva ou magoa do pai.

-Eu nunca te contei sobre ele não é? – ele perguntou e eu arqueei a sobrancelha enquanto negava em silencio.

-Pode contar agora, se quiser – tentei e o vi assentir entre um suspiro e outro.

-Posso deitar no seu colo? – ele perguntou baixo. Naquele momento tudo o que eu via ali era uma criança, uma que precisava urgentemente de atenção e um pouco de carinho e eu estava disposto a ser a pessoa que daria atenção e carinho.

-Claro – levantei os braços como se dissesse que ele poderia deitar, e fora isso que ele fizera, deixando com que eu acariciasse seus cachos enquanto ele deixava suas mãos pousadas em minhas coxas e as massageavam.

-Quando eu era adolescente – ele começou a falar depois de um bom tempo de silencio – eu já tinha esse jeito meio afeminado sabe, minha mãe fora a primeira a perceber e a primeira a conversar comigo sobre isso, consequentemente ela foi a primeira a aceitar minha sexualidade, eu tinha 14 anos quando falamos sobre isso pela primeira vez – assenti enquanto o via respirar fundo antes de se aprofundar mais e mais na historia – meu pai, bom ele é do tipo durão, macho, caminhoneiro entende?

-Sim – murmurei.

-Ele não aceitou muito bem o fato do filho ser –ele parou um pouco e eu senti algo molhar minha perna – nas palavras dele “uma bicha” – minhas mãos apertaram sua cintura com um pouco mais de força e eu quase puxei seus cabelos ao ouvir aquelas palavras – na frente da minha mãe ele até que aturava quem eu era, mas depois de algum tempo, minha mãe começou a fazer mais viagens que o normal e ele não conseguia me ver sendo eu mesmo dentro de casa – um suspiro pesado escapou de seus lábios – primeiro ele me trancava no quarto afirmando que não queria ver uma aberração andando pela casa.

O SecretárioOnde histórias criam vida. Descubra agora