• Narrador •
Elizabeth encarava seu reflexo no espelho pela quinta vez seguida, nem conseguia acreditar que o vestido que Gemma trouxe de Paris tinha se encaixado tão bem em seu corpo. Ela estava encantada com tudo isso, nunca imaginou que usaria algo tão caro na vida, e muito menos que seu querido chefe estivesse fazendo parte disso.
Seu vestido da cor preta possuía algumas flores no busto, que dava um charme especial para Elizabeth, e também contava com uma enorme fenda na perna para provocar sedução. Mas, a única pessoa que ela deseja provocar se chama Harry Styles.
- Pode me ajudar com a... - Harry saiu do banheiro, se deparando com a belíssima mulher parada em frente ao espelho. - Você está deslumbrante, Elizabeth Clifford.
Ele não conseguia pensar em mais palavras
para descrevê-la da forma que ele a enxergava, mas tinha certeza de que nesse exato momento, algo havia mudado dentro dele.
- Você também não está nada mal, Sr Styles. - brincou, tentando esconder seu nervosismo ao ser elogiada por ele pela primeira vez.
- Pode me ajudar com a gravata? - perguntou, com as duas mãos dentro do bolso, uma mania que Elizabeth conhece muito bem.
- Claro que sim. - disse, indo até Harry depressa. - Pensei que você já estivesse acustumado em usar gravata.
Ela chegou perto demais dele, enquanto arrumava sua gravata preta e sentia a respiração de Harry batendo em seu rosto, como uma brisa de hortelã, exatamente a mesma sensação de beijá-lo.
- Talvez eu esteja acustumado. - sorriu, observando cada movimento da garota na tentativa de dar um nó em sua gravata. - Mas não perderia a oportunidade de vê-la fazendo isso tão próxima a mim.
- Sabe, eu nunca imaginei que você fosse um depravado. - gargalhou, terminando com a sua tarefa e pondo um fim naquela proximidade, que poderia resultar em algo a mais.
- Não sabia da sua habilidade em arrumar gravatas, Eliza. - respondeu, admirado.
- Era o que eu fazia todos os dias quando meu pai ia trabalhar, arrumava sua gravata e às vezes separava o terno que ele usaria no dia seguinte. - falou melancólica, relembrando coisas que já estavam perdida em sua memória de infância. - E eu adorava.
- Deve ter sido interessante fazer parte da vida de alguém dessa maneira. - falou. - Ele deve ser um ótimo pai pra você, Eliza.
Harry imaginou como seria sua vida se seu pai não tivesse morrido naquele acidente, quando ele ainda era um adolescente. Talvez ele não tivesse se tornado um homem tão frio, e com um único objetivo na vida: Ser sempre o melhor.
- Já estamos atrasados para a cerimônia. - Elizabeth afirmou nervosa, ao olhar o horário em seu celular. - Vamos logo, Harry.
- Você deveria saber que a noiva nunca chega no horário, e o casamento é no jardim, não é preciso correr. - resmungou.
Harry estendeu o braço para que Elizabeth pudesse se apoiar, e foram caminhando até o local do casamento, que estava repleto de luzes e flores, com um trio de violinistas ao fundo tocando thousand years.
- Ei, venham se sentar com a gente. - exclamou Shawn, que usava um terno azul marinho de alfaiataria alemã. E ao seu lado estava Cheryl, com um vestido dourado decotado até o umbigo, impressionante.
- Olá, Shawn. - cumprimentou Elizabeth.
- Você está belíssima, amiga. - afirmou Cheryl.
- Nós duas nem parecemos aquelas pobres de dias atrás, não é? - sussurou, divertida.
- Com certeza não. - Elizabeth sorriu, lembrando que ainda continuará pobre quando voltar para Nova Iorque, o que não é o caso de sua melhor amiga.
Shawn e Cheryl haviam conversado sobre morar juntos, e que dariam mais um passo em seu relacionamento com um casamento no civil daqui há alguns meses.
- Eu sinto muito por deixá-la sozinha agora, mas preciso ficar ao lado de Britney no altar. - comentou Harry, indiferente. - Nós somos os padrinhos.
- Tudo bem, eu ficarei aqui com os meus amigos. - Elizabeth respondeu, sentindo um pouco de ciúmes por saber que seu chefe estaria ao lado de Britney na frente de todos.
Ela sabia que não tinha o direito de sentir nada sobre isso, mas estava ficando cada vez mais difícil lidar com Harry, ser beijada por ele e depois fingir que não havia acontecido.
- Harry está te olhando diferente durante esses últimos dias, Eliza. - Cheryl murmurou, bebendo uma taça de champanhe que o garçom ofereceu. - Vocês não perceberam?
- Eu o conheço desde que éramos crianças, e nunca o vi olhar assim para ninguém. - respondeu Shawn. - Nem mesmo para mim. - brincou.
- Harry é meu chefe, e eu não quero atrapalhar isso.
- Não seja dura consigo mesma. - disse Shawn. - Vocês dois merecem uma chance.
(...)
Os violonistas começaram a tocar a tradicional música de casamento, anunciando a entrada da noiva até o altar. Anne estava belíssima com seu vestido branco discreto, mas algo não parecia estar certo.
- Ela está linda. - sussurou Gemma, que tinha chegado há alguns segundos e se sentado ao lado de Elizabeth. - E é uma pena que esteja se casando com esse mercenário.
Logo, o juiz falou por mais alguns minutos que pareciam eternos, deixando todos entendiados com as mesmas frases de sempre. E, a tão sonhada parte do "sim ou não" chegou, o momento decisivo que poderia decidir o futuro de alguém.
- Anne Twist, você aceita se casar com Carlos Arnold Sangester? - perguntou o senhor de cabelos grisalhos.
Um silêncio se espalhou por todo o lugar.
- Não, eu não aceito me casar. - exclamou Anne, decidida a pôr um fim nessa palhaçada.
- O quê? - gritou Carlos.
- Já chega, estou cansada das suas atitudes imbecis e mesquinhas. - afirmou Anne. - Eu não quero dividir a minha vida com alguém como você, não preciso de um homem que me diga o que eu devo ser, ou o que devo fazer.
- Não seja idiota, Anne. - resmungou, entre dentes. - Você me ama.
- Vá pro inferno, Carlos.
Um sorriso se instalou no rosto de todos que não apoiavam essa união. Mas, Britney e seu pai não pareciam satisfeito com nada disso.
- Finalmente algo de bom aconteceu na nossa família. - Mary gargalhou, batendo palmas sem se importar.
- É isso que eu chamo de reviravolta. - murmurou Elizabeth, perplexa.
Anne jogou seu buquê para trás e, simplesmente, saiu caminhando como se estivesse concluído uma missão importante, deixando a maioria dos convidados surpresos com tal atitude.
- Como todos puderam perceber, o casamento não irá acontecer. - Harry se pronunciou em um microfone, atraindo a atenção de todos. - Mas a festa está aberta para quem quiser participar, fiquem à vontade.
