Capítulo 17

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                • Narrador •

Elizabeth estava à espera de Harry em um restaurante perto da empresa, mas longe o suficiente para evitar rumores de que estavam se encontrando. Ela não queria que esse envolvimento com o chefe atrapalhasse no seu trabalho.

Ela fez reserva em um restaurante simples para despistar os paparazzis dos tablóides, pois estava morrendo de medo do seu rosto aparecer em alguma revista.

O sino do local balançou quando a porta de vidro foi aberta por Harry, que vestia um terno azul marinho e sapatos encerados. Ele se sentou na pequena mesa de madeira, ao lado de sua secretária.

- Pensei que demoraria mais tempo pra chegar. - a garota comentou, dando uma rápida olhada no cardápio de comidas italianas.

- A reunião acabou mais cedo do que eu esperava, então vim correndo até aqui. - explicou ele. - Estou faminto.

- Você prefere uma salada ou massa com almôndegas? - perguntou simples. - O cardápio daqui é bastante variado.

- Prefiro massa com almôndegas. - disse Harry.

Elizabeth chamou o garçom e fez os pedidos para o almoço, e logo eles foram servidos com um vinho branco enquanto esperavam a refeição.

- Cheryl está levando suas coisas para a casa de Shawn, e em alguns dias ela irá embora do apartamento. - ela comentou melancólica. - Nunca pensei que iria sentir saudades, mas vê-la indo morar em outro lugar é esquisito.

- Eu acho que eles estão indo muito rápido nessa relação.

- Tempo nunca será um problema, Harry. - afirmou. - Quando há amor, respeito e cumplicidade, não importa se irá demorar anos ou poucos meses. E eles parecem estar felizes em morar juntos.

- Talvez eu não acredite tanto no amor e esse seja o real problema. - essa frase havia quebrado uma pequena parte dentro de Elizabeth. Ou uma parte gigantesca. Ela não conseguia identificar.

- E no que você acredita, Harry? - perguntou, temendo uma possível resposta que a magoaria.

- As pessoas vivem tentando encontrar esse tipo de sentimento, mas o que há de tão especial no amor? É apenas um motivo idiota para justificar os próprios atos passionais. - Harry explicou o seu ponto de vista, e estava claro que essa seria uma guerra perdida para Elizabeth. - E prefiro permacer longe disso.

A garota tentou disfarçar sua insatisfação em ouvir tais palavras vindas do homem que ela amava, mas sabia que em nenhum momento lhe foi prometido amor da parte de Harry. E ela acreditava nesse amor verdadeiro que pudesse acontecer entre duas pessoas, sua vida havia sido baseada no amor que seus pais sentiam um pelo outro e era isso que ela sempre desejou.

- Você é irredutível, Harry. - lamentou. - Mas eu espero que um dia, talvez, alguém seja capaz de amolecer o seu coração. Todos nós deveríamos ser amados e capazes de amar, senão, o que seríamos? Qual seria o sentido da vida?

- Você ainda é tão inocente. - retrucou.

- Não me julgue ser inocente por ter uma opinião diferente da sua, Harry. - a garota deu um último gole no seu vinho, e observou a expressão fria do seu chefe diante dos seus olhos. - Se você prefere construir um muro ao seu redor, não culpe a droga do amor.

- Eu nunca culpei nada, nem ninguém, Eliza.

- Nunca irei te entender. - ela murmurou. - E nem sei se quero fazer isso.

- Nós dois não precisamos discutir esse assunto agora, e eu não quero fazer isso no meio de um restaurante. - explicou calmamente. - Mas se você quiser conversar sobre isso em outro momento, estou disposto à escutar o seu ponto de vista.

- Está bem, Harry. - disse por fim.

(...)

Elizabeth chegou em casa após um dia cansativo de trabalho, principalmente, depois das palavras do seu chefe durante o almoço.

Ela estava apaixonada por aquele homem, pelo seu sorriso ridiculamente encantador e seus olhos verdes como esmeraldas... era simplesmente ele. Mas Harry não acreditava nesse sentimento, e isso destruiu a parte esperançosa que havia dentro de Elizabeth.

De repente, se sentiu sozinha dentro do próprio apartamento sem a presença de sua melhor amiga, mas ela deveria estar feliz ao lado de Shawn e essa era a única coisa que importava. As coisas de Cheryl já não estavam espalhadas pelo chão, e nesse momento Elizabeth percebeu que não teria mais uma amiga ao seu lado vinte e quatro horas.

Escutou a campanhia tocar e foi até a porta para ver quem era, mas não havia nada além de um buquê de Begônias amarelas deixadas no chão. A garota o pegou, observando um bilhete escrito à mão ao lado das flores.

"Eu posso ter sido indelicado com você hoje, mas nunca precisei lidar diretamente com esse tipo de assunto. Nunca soube o que era amar alguém... Esse buquê é para te lembrar que eu me importo com a sua opinião, e sempre me importarei. Talvez seja a hora de falarmos sobre o futuro.

Com amor, Harry Styles"

Ela sorriu boba com as palavras escritas em um simples papel, era a letra dele, e as flores estavam do jeitinho que Elizabeth tanto gostava. Mas sabia que não deveria criar expectativas por causa de um buquê e um bilhete, ela esperaria por mais... muito mais.

Afinal, o que Harry queria dizer sobre o futuro?

Essa pergunta martelava em sua cabeça à cada instante, deixando-a ansiosa e inquieta andando de um lado para o outro dentro do pequeno cômodo da sala. Ao observar mais uma vez o gesto do chefe em mandar suas flores preferidas, se perguntou as consequências desse envolvimento.

Elizabeth não se interessava pela sua fortuna incalculável, nem pelos carros luxuosos que ele possuía e sua posição na sociedade, ela só desejava alguém que estivesse disposto à amá-la verdadeiramente e, talvez, Harry não fosse essa pessoa.



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