12 anos depois
• Elizabeth narrando •
Cresci acreditando que o amor salva vidas, porque eu fui salva pelo amor dos meus pais há vários anos, mas, agora, mais do que nunca eu tenho certeza de que estava certa sobre isso. Eu tive a oportunidade de construir uma família ao lado de Harry, apesar de todos os problemas que enfrentamos para chegarmos até aqui. Mas nós chegamos. Juntos.
Tivemos três filhos adoráveis; Angel, a mais velha e os gêmeos Aspen e Marlee de onze anos. Angel possuía cabelos escuros como a escuridão, olhos castanhos cheios de esperanças e o sorriso idêntico ao de Harry.
Era uma combinação totalmente contrária do imaginávamos, mas havia um ar de amor que habitava dentro de Angel desde seu nascimento. Seu presença era o suficiente para preencher um lugar inteiro.Aspen e Marlee são gêmeos idênticos, mas se os cabelos de Marlee não fossem compridos e loiros, seria fácil confundi-los.
A personalidade de ambos é distinta, como fogo e água. Aspen, apesar da pouca idade, é corajoso e determinado, extrovertido e não possui um pingo de timidez. Às vezes é preciso separar as brigas que o pequeno garoto procura com as vizinhos do condomínio, e Harry já não aguenta mais pagar o custo das janelas quebradas por Aspen enquanto joga bola.Marlee se parece com o pai em todos os sentidos possíveis; a personalidade desafiadora, os olhos verdes... E para ela não havia papas na língua, sempre falava o que vinha na cabeça, independente do que fosse. Mesmo que às vezes seu mau humor se parecesse com o de Harry, Marlee lidava bem com isso. Era uma garotinha que sabia usar o sarcasmo a seu favor, o que facilitava os desentendimentos com os irmãos.
O amor de Harry pelas crianças era imensurável, sem qualquer tipo de distinção, amavam as duas da mesma forma, assim como eu também os amava. Nós nunca imaginaríamos que seria possível construir algo tão bonito como uma família. Isso era mais do que qualquer fortuna, carros importados, casas luxuosas ou viagens... A família importava mais.
Harry havia comprado uma casa nos Hamptons há alguns anos, um lugar bonito e perto da praia, onde desejávamos passar o resto da vida. Depois do acidente do meu acidente, ele não descansou até que os responsáveis por aquela tragédia estivessem atrás das grades, e conseguiu. Alfred e Carlos estão presos há oito anos, e ainda precisam cumprir uma pena de cinquenta anos por tentativa de homicídio qualificado.
Britney ainda vivia em Paris com seu marido francês, e a alguns meses atrás enviou notícias dizendo que seu filho havia nascido bem. Pediu desculpas por todas as besteiras que seu pai cometeu contra a família Styles, e se redimiu também pelas ofensas que um dia falou contra mim. Ela havia superado a obsessão por Harry e parecia estar feliz longe daqui.
Cheryl e Shawn formavam uma família unida junto com o pequeno Liam. Depois de muito tempo insistindo, Cheryl conseguiu convencer Shawn a se mudar para os Hamptons e eles chegam de mudança semana que vem. Ela ainda insiste em dizer que os nossos filhos nasceram para ficarem juntos e Harry discordava todas as vezes, como o pai protetor que é.
Eu e Harry vivíamos em harmonia, na maior parte do tempo, mas isso era o suficiente. Nós estávamos felizes ao lado dos nossos filhos, que crescem mais rápido do que eu jamais poderia imaginar, e por mais que seja cansativo ser pais de três crianças, Harry parecia lidar bem com a função de ser pai.
Além de tudo isso, éramos felizes como nunca antes.
- Cadê o papai? - Aspen entrou em casa enfurecido, com uma bola de baixo do braço.
- O que houve, querido? - questionei, retirando minha atenção do livro que estava lendo na sala.
- Eu não tive culpa, mamãe. - ele começou a se explicar, nervoso. - Aquele idiota que mora na casa ao lado tentou puxar o cabelo
de uma menina.- Nós já conversamos sobre xingamentos. - alertei. - Mas continue.
- Aspen deu um soco no rosto do vizinho, mãe. - Angel apareceu, gargalhando.
- O que está acontecendo? - Marlee saiu da cozinha com um sanduíche nas mãos. - Aspen se meteu em outra briga?
- Não que isso seja da sua conta, Marlee. - ele respondeu, afiado.
- Parem com isso, por favor. - pedi. - E cadê esse tal garoto?
- Talvez no pronto socorro. - disse Angel.
- Quem está no pronto socorro? - Harry perguntou, surgindo na sala.
- Aspen bateu no Antony, nosso vizinho. - Marlee explicou calmamente, enquanto mordia seu lanche. - Nada que já não estamos acostumados do seu comportamento agressivo.
- Antony? - Harry questionou. - Boa filhão. - ele estendeu a mão e fez um high five com Aspen, e eu apenas o encarei seriamente. - Quero dizer, isso não é nada bom. - Harry se corrigiu.
- Não foi nada demais, mãe. Eu juro. - Aspen falou. - Mas esse garoto já estava passando dos limites com as meninas. Eu não poderia deixar barato.
- Você acha que é algum policial? - Marlee questionou.
- Sua irmã está certa, Aspen. - falei. - Você não pode sair batendo em qualquer um que
aparece na sua frente.- É, preciso concordar com sua mãe dessa vez. - Harry comentou, sério.
Aspen balançou a cabeça descontente, e correu até o quarto. Situações como esta são comuns, o garoto está sempre metido em confusão ao lado de Angel. Eu faço o que é preciso para mantê-los na ordem, mas isso não é suficiente as vezes.
- Preciso resolver essa situação com os pais de Antony. - disse Harry, depositando um beijo no meu rosto. - Não quero ser processado. - ele riu.
- Boa sorte, querido. - murmurei.
Essa é a nossa vida agora...