- Você está bem? Meu Deus! - exclamou Harry ao vê-la sentada ao lado do vaso sanitário, no banheiro do quarto.
- Carlos está junto com Alfred, não é? - ela perguntou, se levantando do chão. - Não minta pra mim.
- Você estava ouvindo a conversa? - perguntou furioso. - Eu pedi para que você ficasse aqui, mas a sua teimosia é ridícula. Olha como você está, Eliza.
- Se eu não ouvisse você iria me contar?
- Eles estão juntos, se é isso que deseja saber. - respondeu, ajudando-a a entrar no box para tomar um banho. - E vão tentar o necessário pra me destruir.
- Eles vão te machucar, Harry.
- Eu não vou deixar isso acontecer, está me ouvindo? Nós vamos ficar bem. Eu prometo. - Harry respirou fundo, querendo acreditar em suas próprias palavras. - Os meus seguranças já estão à procura deles.
- Talvez seja melhor sair da cidade por enquanto. O que acha? - ela perguntou.
- É, essa foi uma boa ideia. Vou pedir para Elena arrumar nossas malas o mais rápido possível, porque iremos viajar hoje. - disse ele com convicção. - Estou ansioso para conhecer sua família.
- Minha avó vai te adorar. - Elizabeth riu, saindo do banho após alguns minutos. - O sonho dela era me ver namorando alguém tão charmoso quanto você.
- Então você me acha charmoso? - falou com sarcasmo, observando-a enquanto se vestia. Elizabeth era a mulher mais bonita que ele já havia conhecido. Não pelo corpo, nem pela aparência... Apenas por ela ser a única pessoa que o deixava verdadeiramente feliz.
- Você não acha estranho eu estar aqui? - questionou calmamente. - Há poucos meses eu era a secretária que você odiava...
Harry interrompeu sua fala.
- Eu não te odiava.
- Sim, você me odiava. - ela retrucou.
- Talvez só um pouco. - ele riu. - Você estava sempre alegre e não se intimadava com as minhas ordens, o que, certamente, me irritava. Mas era impossível te odiar.
- Eu deveria ter continuado na Styles Enterprises. Isso teria evitado toda essa bagunça. - ela comentou, cabisbaixa.
- Você não poderia impedir isso, Eliza. Eles iriam atrás de nós de qualquer jeito, fariam o necessário para nos prejudicar. Nada disso é sua culpa. - Harry se aproximou, segurando o rosto dela com as duas mãos. Seus olhares se cruzaram por instantes e ele não hesitou em abraçá-la.
Harry estava habituado a lidar com essas situações e não se sentia amedrontado por ameaças, mas envolver Eliza nessa história mudava tudo. Não poderia arriscar, pois a vida dela corria perigo. A imponência de vê-la exposta para os seus inimigos o deixava furioso, e Harry não pensaria duas vezes em perder todo seu dinheiro para protegê-la de qualquer tipo de sofrimento.
Ela, sem dúvida, era o seu bem mais precioso.
- Meu pai ficaria louco se soubesse que estamos sendo ameaçados, então é melhor que ele não saiba. Por favor.
- Pode deixar. Eu sou ótimo em conversas sobre decorações de árvores de Natal, ou posso fazer biscoitos para a sobremesas, se desejar. - disse com ironia.
- Não seja idiota, Harry. - ela riu, depositando um tapa nos ombros do homem poucos centímetros mais alto.- Por que está tão nervoso para conhecer minha família?
- Eu não estou nervoso. - respondeu. - Mas eu não costumo agradar muitas pessoas.
- Você não deveria se preocupar com isso.