59.Reencontro (Em revisão)

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Essa é a primeira vez que passo uma noite fora das muralhas sozinha. Após amarrar meu cavalo na árvore e subir o mais alto possível, passo a olhar o céu.
De alguma forma as estrelas me faziam esquecer do medo de estar sozinha, mas infelizmente, essa sensação dura pouco.

Ouço barulhos de titãs o tempo todo, porque essas mulas ficam batendo a cabeça na árvore por causa da falta de luz.
Para minha sorte eles não conseguem me ver, então diria que estou indo bem até agora.

Além de que foi bom não ter dito a Rachel e nem a Helena a direção que estou seguindo, elas poderiam tentar vir atrás de mim e isso seria péssimo.
Pego minha capa com o símbolo da tropa de exploração e passo a encarar os detalhes, e por mais que isso pareça estranho, eu nunca pensei no porquê de terem duas asas nela.

Liberdade. Foi a primeira coisa que me veio a mente e talvez seja essa liberdade que nos faz querer continuar. Com certeza essa vai ser uma longa noite.

[...]

Olho em volta e não vejo nada além de árvores. Começo a ter dúvidas sobre os camponeses terem me dito a direção certa, mesmo assim, continuo seguindo em frente.

Chego até uma parte da floresta que era muito úmida, e por causa do solo muito danificado, meu cavalo se move com muita dificuldade.

Desço dele e pego as rédeas, puxando-o para um local mais seco. Ele anda, ainda com dificuldade mas consegue sair do lugar aonde estavamos.
De repente começo a sentir cheiro de queimado, como o incêndio que enfrentamos a menos de dois dias.

Olho em volta e a floresta que antes estava calma, fica agitada com animais e titãs correndo.
As chamas se aumentam e monto no cavalo tentando ir o mais longe possível.
Os titãs acabam me vendo então saio da trilha e tento escapar por entre as árvores. No começo da certo mas meu cavalo já estava fraco e dava algumas paradas no caminho.

-Vamos! Você ainda consegue correr!-Grito para o cavalo.

Ele não mostra nada além do cansaço, diferente dos titãs que corriam bem rápido. Quando me dou conta duas árvores caem bem a minha frente e revelam o enorme incêndio por trás delas o que me deixou desesperada.

Meu cavalo para de andar. Desço dele tentando encontrar a causa e vejo que um dos galhos da árvore haviam acertado uma das patas. Ele não andaria mais.

-Merda. Eu não quero te deixar pra trás.-Seguro a cabeça do cavalo e seus olhos vão se abrindo.

Um titã havia pegado ele e jogado longe me encarando e esticando sua mão em minha direção. As chamas aumentaram. Não dava para correr pra nenhum canto. E então, lembro do que a Rachel me ensinou e que eu só poderia usar em casos de emergência.

Corro um pouco para o lado e ativo o DMT indo bem para cima e logo quando começo a cair ativo o DIM bem abaixo. Quando encosto nele toco na pequena alavanca, que mais parecia um botão, na parte de baixo e uma grande quantidade de gás sai junto com a pressão que eu causei ao forçá-lo.

Sou arremessada mais alto do que imaginava podendo ver algo que desacreditei. Era uma pessoa colocando fogo na floresta. Ao começar a descer ativei o DMT e fui o mais rápido possível atrás da pessoa.

Quando enfim consegui chegar perto vi que aquela pessoa era um homem e me aproximei ainda mais.

-Ei!-Tento chamar a atenção e ele me olha no mesmo momento.

-A quanto tempo, Cabo.-Reconheci na hora seu rosto, apesar de ter passado tanto tempo, ele não mudou nada.

-Ello...

A Garota do Distrito Subterrâneo (Em revisão!!)Onde histórias criam vida. Descubra agora