A Verdade por Trás do Roubo (Em revisão)

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Acordei com uma dor de cabeça insuportável. Depois de tomar um remédio e esperar a dor aliviar saí andando pelas ruas do distrito para ver se estava acontecendo alguma coisa de interessante.

Fui andando até que ví um dos dois garotos que roubaram aqueles DMT's ontem. Ele era alto, seu cabelo era meio claro e suas roupas estavam mais limpas que antes.

-Ei, você não era um dos garotos que roubaram aqueles DMT's ontem?-Digo alto, me deixando levar pelos devaneios.

Ele me olhou fixamente e depois veio em minha direção. Meu coração começou a acelerar e eu dei um passo para trás.
Quando ele viu que eu estava recuando começou a correr atrás de mim. Ele era tão rápido que não tive tempo nem de pensar direito.

Ele puxou minha mão e tampou minha boca, me arrastando até algumas escadas que levavam a uma casa. Tentei gritar e me debati, mas não adiantou.
Apesar de haver algumas pessoas em volta, nenhuma delas se importou em me ajudar.

Logo ele abriu a porta com uma mão e com a outra me jogou pra dentro da casa. A primeira coisa que ví foi o outro garoto que tinha roubado os DMT's com ele ontem. Ele não era tão alto, tinha cabelos pretos e tinha uma cara muito séria, tão séria que até seu olhar me dava um pouco de medo. Ele estava sentado numa cadeira logo atrás de uma mesa limpando uma faca com um pano, parecia um mini psicopata.

-Quem é essa garota e o que ela faz aqui?-Ele questiona.

-Ela viu nós dois roubando aqueles DMT's ontem, e se ela nos denunciar a polícia militar?

Eu congelo. Como pude ser tão burra ao abordar um garoto que nem conheço? Não foi uma boa ideia se deixar levar pelos pensamentos.

Me mantive ajoelhada no chão tentando esconder o quanto eu estava com medo por não saber o que iriam fazer comigo.
O olhar frio e pensativo do garoto misturado com aquele silêncio estava me matando até que ele se levantou.

-Você está pretendendo nos entregar a polícia militar?-Ele disse segurando meu rosto com a mão.

-Não!-Respondi rapidamente.

-Meu amigo não teria suspeitado de você á toa. Se quer dizer algo, a melhor hora é agora.-Ele levanta a faca e aponta para o meu rosto.

Engoli a seco e tomei coragem para encará-lo. E então perguntei o que estava me intrigando desde que ví aquele roubo.

-Por que vocês roubaram aqueles DMT's?

-Só quer saber isso? Por que?-Ele abaixou a faca.

-Isso de alguma maneira me deixou curiosa...-Digo baixo.

-A curiosidade nem sempre é algo bom. Mesmo assim, vou te contar o que pretendemos fazer com os DMT's, quem sabe assim você nos deixe em paz.

Ele começou a dizer que muitas pessoas estavam morrendo por causa da falta de luz solar, inclusive alguns de seus conhecidos. Eles tinham que ter uma maneira mais eficiente para roubarem sem serem pegos, ou seja, o DMT. Com isso eles ajudariam muitas pessoas que não podiam pagar pelo tratamento.

Eu tinha perdido minha dúvida, mas ainda não sabia o que fariam comigo então abaixei minha cabeça e fiquei em silêncio. O garoto que tinha me segurado e me jogado na casa se ajoelhou ao meu lado.

-Qual o seu nome?-Perguntou.

-Norabel.

-Me perdoe por ter feito aquilo com você, é que eu não queria que a polícia militar nos encontrasse.

-Tudo bem, eu entendo sua preocupação. Não irei falar nada a polícia.

-Aliás, meu nome é Farlan e aquele alí é o Levi.

-Não precisava falar meu nome pra essa garota aí.-Diz Levi sentando no sofá e cruzando as pernas.

A tensão do ambiente parecia ter abaixado, pelo menos um pouco, então eu respirei fundo e tentei falar mais com eles.

-Posso fazer mais uma pegunta?-Digo ainda com um pouco de medo.

-Claro, porque não.-Disse Farlan.

-Vocês não se cansam desse lugar horrível? É que, é tão deprimente e escuro...

Não sei bem porque fiz essa pergunta, faz tanto tempo que eu não falo com as pessoas que devo estar ficando carente. Farlan parou por um tempo e encarou Levi com um olhar diferente. Depois deu um longo e cansado suspiro.

-E o que podemos fazer? Mesmo se a gente pagar o pedágio, não ficamos na superfície sem cidadania.-Ele respondeu.

-Já não está na hora de você voltar pra casa e esquecer do que ouviu? Temos mais o que fazer.-Levi disse com um tom arrogante.

Farlan segura em minha mão e me ajuda a levantar.
Eu não queria voltar para aquela solidão, aquele tédio, aquela monotonia. Apesar de eu nem conhecê-los direito, sei que eles são apenas adolescentes, assim como eu. Não eram aqueles tipos de ladrões que roubam apenas para se beneficiarem. Pensei bem se realmente queria ficar sozinha e morrer aos poucos.

-Será que...posso ajudar vocês?

E o silêncio estranho e constrangedor voltou a me atormentar. Levi olha para mim de maneira curiosa, pelo visto ele não é do tipo que fala tudo o que pensa.

-O que você acha Levi?-Farlan perguntou.

Levi continuou me olhando por alguns minutos e eu já estava ficando impaciente.

-Se você quiser ficar pelo menos tem que saber se limpar. Odeio sujeira.

Fiquei confusa com aquela resposta. Ele acha que sou uma criança ou o que?

-Parece que temos que arranjar
mais um DMT.-Disse Farlan dando uma curta risada.

Me senti aliviada por finalmente algo ter mudado em minha "rotina". Abri um curto sorriso. Ajudar as pessoas é melhor do que ficar se queixando por tudo o tempo todo.
Acho que as coisas finalmente estão melhorando.

A Garota do Distrito Subterrâneo (Em revisão!!)Onde histórias criam vida. Descubra agora