Vai me trazer problemas.

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Regras não são para todos. 

Capítulo 05.

Por fora eu estava sorrindo mas, por dentro eu me sentia um lixo. Estava sendo usada o tempo todo. JungKook está fazendo o mesmo? 

- Você não está me usando, né? Tipo, só para dormir comigo ou algo assim? - ele ri, desvia o olhar apenas alguns segundos e volta para a direção. 

- Se eu quisesse dormir com você, teria feito isso há muito tempo! Mas, você é difícil a questão é que eu não ficaria com você se não quisesse! - sorrio. Ele não é tão escroto quanto eu penso. - Na verdade dá boberia, que eu faço um estrago! - reviro os olhos e sorrio. 

Aumento o volume do rádio, toca música americana, Dua Lipa se não estou enganada. Gosto deste tipo de música, batida boa, voz legal, letra que descreve a vida das pessoas. Entendo o por quê de tanto sucesso. JungKook parece curtir bate os dedos no volante no ritmo. Até arrisco meu inglês um pouquinho porém não conheço totalmente a música. O que papai deve estar fazendo agora? São oito e meia, devem estar jantando o manjar que ele fez ou já passaram para a sobremesa, meu estômago revira e tento pensar em outra coisa. A casa de JungKook aparece iluminada e suspiro de alívio. 

Descemos rápido, o lugar já está arrumado. Dois sacos de lixo preto e grande repousam ao lado da porta. 

- IML já veio? - pergunto brincando. 

- Overdose alcoólica. - ele conclui fazendo uma cara triste. 

Subimos e o garoto me apresenta os principais cômodos que vou usar - nada que eu já não tivesse visto. Uma toalha branca e umas roupas de sua mãe. Um conjunto de lingeries sexy e um pijama curto. 

- Acha mesmo que vou usar isso? - coloco sobre a cômoda e passo em sua frente. Vou até o quarto dele e reviro as gavetas, uma camisa já é o suficiente. - Perfeito! 

O banheiro é grande, e fico com vergonha só de imaginar levá-lo lá em casa um dia. A água quente e suficientemente relaxante e quase durmo em baixo da ducha. Faço tudo aquilo que preciso e volto a encontrar JungKook. O ar de constrangimento volta e ficamos em silêncio. Seus cabelos estão desarrumados e molhados, sua pele tão branca e lábios tão vermelhos, desvio o olhar para o chão. Que merda estou fazendo encarando ele? 

Como já confessei há muito tempo ele é muito bonito, só que agora está irresistível. Balanço a cabeça e ignoro meus pensamentos. 

- Quando seus pais chegam? - me sento na ponta da cama, observo ao redor, reparando em coisas que eu não tinha visto. 

- Meu pai é empresário, cuida de muitos garotos e garotas que estão entrando no ramo da música, está sempre em Seoul ou Incheon, sei lá. Minha mãe é professora de língua estrangeira no Canadá. Vem apenas nas férias me ver. - Não vejo tristeza em seu olhar, parece até que ele se sente bem assim.

- Que línguas ela fala? 

- Inglês, Japonês, Chinês, Francês, Alemão e Coreano! A admiro por isso! - sorri. - e sua família como é? Já falei demais sobre mim. 

- Minha mãe foi embora quando eu tinha sete anos, ela disse que seria melhor para a família, não reagi muito bem, a violência pareceu o melhor remédio para mim. Meu pai aguentou firme, teve começo de depressão e agora é um... Não sei o que ele é! Sou assim, essa pessoa maravilhosa. Graças ao trabalho do meu pai e de todas as psicólogas que passaram na minha vida! - suspiro. Querendo ou não é dolorido. A vida de princesa que eu sonhei, se tornou... difícil. 

- E eles fizeram um trabalho muito ruim! - sorri. - Está com fome? Deve ter algo no congelador! 

¤¤¤

No domingo recusei atender as chamadas de Nina, por orgulho e raiva, papai está feliz, diz que a mulher que ele conheceu no sábado é incrível e que irão sair mais vezes. Óbvio que menti sobre dormir na casa de JungKook, disse que Nina me aceitou super bem. Segunda-feira tudo está de volta ao caos. Todos querem gritar: "Socorro o A.E.M está próximo!" E eu estou apenas "Calma a Avaliação Estadual Mediana apenas decide o futuro de vocês, não se preocupem!

Alguns temem o CSAT (teste de habilidade escolar para a universidade) eu temo os dois. Estudar o dobro, e se conseguir passar, estudar mais, que delícia!

Vejo Nina ao longe ela corre em minha direção, faço a pior cara possível. 

- Não atendeu minhas ligações ontem, o que houve? - seu tom preocupado me faz sentir culpa por estar brava. 

- Eu te liguei sábado, precisava dormir em sua casa! - suspiro e ela arregala os olhos.

- Onde ficou? Está bem, te tocaram errado?

- Com o Jungkook... - sussurro e ela sorri maliciosa. 

- Como era? Nina, eu vou ficar longe de JungKook, ele vai me trazer problemas! - empurra meu ombro. Começo a andar assim que lembro da regra número foda-se. Proibido ficar parado no corredor assim provocando congestionamento. 

- Ele ainda vai me trazer problemas mas, o meu encontro foi pior... - contei tudo à ela. E Nina quis matar Kywan, não vou deixar ela sozinha tão cedo, tenho medo do que pode fazer. Prometi a mim mesma que não deixarei ninguém bater nele, mesmo que o que ele fez comigo foi maldade. 

Passo duas aulas estudando para o A.E.M, devo manter minha nota, isso me desespera. É o último ano, a última prova. Assim as férias de verão e depois acaba. Na verdade temos mais três meses de preparação para a escola terciária. Vou seguir o ramo da agricultura na faculdade, mas eu não sei o que quero ser, e se eu decidir ser nada? E se eu quiser ser uma prostituta? Isso provavelmente não mas, eu não quero ser pressionada na minha escolha. 

O sinal bate e devo correr para a Doutora Sunny, os corredores estão vazios e me sinto aliviada, enquanto ando para a sala da doutora ouço a voz inconfundível de JungKook, ele grita com alguém no banheiro masculino, abro a porta devagar tentada pela curiosidade, ele está vermelho de raiva e coloca a cabeça de algum garoto na privada. 

- Jungkook! - grito e seguro seu braço, o menino se livra das mãos dele e mesmo com o rosto machucado reconheço Kywan. - Droga! Vaza daqui Kywan! 

Ele nem pensa duas vezes some mais rápido que o vento. Direciono minha raiva à Jeon. 

- Que merda você achou que estava fazendo? - empurro seus ombros o jogando na parede. - Quer ser expulso? - antes que eu o bata novamente ele segura meu pulso. 

- Precisamos conversar! Às seis no ChiChi Pepper! - pega sua mochila e sai. Fico sem entender então apenas deixo que meu queixo caia. Quem tem a mania de não aparecer é ele e eu trabalho lá. Me olho no espelho, meu rosto está vermelho e sorrio. 

Teria JungKook brigado por minha causa? 

Vou para o segundo prédio eu e doutora Sunny temos muito o que conversar.

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Obrigada por ler até aqui!

Próxima atualização: 06/02/2019

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