Regras não são para todos.
Capítulo 12
Esperei papai por dois dias. Acho que desistiu de mim, quem não desistiria.
Talvez minha avó ainda me ame, assim que sair daqui farei uma visita ao México.
Para me provocar o filho do doutor MinGyun me fez ser algemada e levada de camburão até outra sala de julgamento. Como ele mesmo disse: "A instituição MinGyun não é apropriada para sessões desse tamanho!"
Um desgraçado filho da mãe, foi humilhante entrar no tribunal algemada e usando o uniforme azul marinho. Meu cabelo está bagunçado e minha pele oleosa.
Durante todo o julgamento fiquei apreensiva com medo da situação ser tratada como: Tentativa de homicídio ou agressão corporal grave. E não, quando juíz determinou que eu deveria pedir desculpas para Munique e fazer dois meses de trabalho voluntário um pingo de suor escorreu pela minha espinha. Alívio.
- Foi apenas um desentendimento entre duas jovens e uma delas estava sem os medicamentos adequados. - Não faço nada apenas alterno entre encarar papai e Munique.
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No carro estão apenas eu e appa. Ele não fala nada apenas aperta o volante com força.
- Acho que te devo desculpas... - abaixo a cabeça envergonhada. Não deixo que a voz vacile. - Fui infantil, pensei apenas na minha felicidade e esqueci da sua.
- Misoo, sei que é difícil de se acostumar. Nós vivemos muitos anos sozinhos e agora duas pessoas entram na nossa vida. Eu gosto de Camila, o sorriso dela...
- Sem detalhes! - desvio o olhar e observo a rua. O assunto acaba ali.
Aumento o volume do rádio tentando fazer com que meu cérebro pare de fazer especulações idiotas sobre o meu Appa e Camila.
Nenhuma delas está em casa quando chegamos. Ele explica que o melhor vai ser ficarmos longe uma da outra pelo menos por enquanto e eu super concordei.
Tomo um banho quente e demorado, esperando que toda a minha raiva fosse para o ralo junto com a sujeira. A palavra castigo é muito complicada para algo tão simples. Acho que ficar três dias no reformatório já é o suficiente, mesmo que eu não tenha sofrido. Sem celular por uma semana. Fácil. O que ele vai tirar de mim?
Toco a companhia da casa de Nina, ela abre a porta meio sem prestar atenção mas assim que me vê abre seu maior sorriso.
- Graças a Deus! - me abraça. - Senti tanta saudade! Minha mãe não permitiu que eu te visitasse!
- Tudo bem...
- Jeon foi? - ela sorri maliciosa. Reviro os olhos, tenho uma leve certeza de que foi ela quem o mandou mas fico em silêncio.
- Ele me beijou...- foco em minha mãos, Nina puxa meu queixo me fazendo a encarar.
- Eu shippo! - bate o pé animada. Viro o rosto e observo seu jardim. Qualquer coisa menos encará-la.
- Não vou pegar o resto de Munique...
- Já pegou! - morde o lábio apreensiva. - Vai ao colégio segunda?
- Acho que sim... Não posso evitá-lo para sempre. Na verdade vou ver ele hoje! - sorrio. Nina me puxa para dentro, eufórica como só eu a conheço.
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As luzes da casa de JungKook estão todas apagadas, talvez ele não esteja em casa. Toco a campanhia, apenas para ter certeza. Ele aparece na janela, com os cabelos meio bagunçados e cara de quem acabou de acordar. Suspiro.
- Acho que está muito tarde para me fazer uma visita...- boceja. Dou de ombros.
- Acho que não... pelo que vejo você está acordado! - sorrio, ele se aproxima e eu me encolho, não por medo, por receio.
- Bom saber que te deixo constrangida! - riu e eu dou um soco em seu braço.
- Nem um pouco. - balanço a cabeça. - Obrigada por me convidar para entrar!
Passo em sua frente entrando na casa. Cheiro de limpeza, mal consigo enxergar mais o cheiro é inebriante. Acendo uma luz, me sentindo a dona da casa. Olho em volta procurando algo, ou alguém.
- Não vai sair uma menina de dentro da parede, relaxa! - me empurra para a sala. Me jogo no sofá, respirando devagar.
- Jungkook... - as palavras morrem, não tenho nada para dizer pra ele. Só queria ter companhia, em específico a dele. - Desculpe vir sem avisar, eu apenas não queria ficar em casa. Vendo meu pai...
- Tudo bem - sou grata por ele não esperar que eu termine de falar. Ele também precisa de uma pessoa para conversar.
O silêncio fica desconfortável, um procurando algo para dizer para o outro. Mas não me importo de ficar aqui apenas o observando. Seus olhos amendoados fundem aos meus e mordo o lábio.
- O que você fez? - sussuro. Ele sabe do que estou, ele sabe que o vi no reformatório.
- Muitas coisas, eu não fui um menino bom... - Jungkook se afunda no sofá, não vou pressioná-lo se não quiser contar. Temos tempo.
Gostaria de saber o que dizer, de saber como confortar uma pessoa, nunca tive uma mãe presente para me ensinar isso.
- Roubei, usei drogas, fui pego com bebidas alcoólicas, quase matei um cara... porém não sou mal!- se justifica e eu sorrio. Me viro e sustento o olhar. Me preparo para qualquer coisa que diga ou faça.
- Esse era o seu plano? Me fazer vir até aqui, me sequestrar e depois me mandar para a Turquia? - sugiro, esperando que ele morda a isca. Seu sorriso faz algo queimar em meu peito.
- Droga, fui descoberto. - parecíamos estar tão longe mais ao mesmo tempo tão perto. Tenho vontade de soltar uns palavrões. Estou vulnerável à esse menino.
Ele se aproxima devagar, me dando tempo para fugir. Para correr das sua garras, para não me afogar no seu oceano. Decidi não me mexer, por escolha, porque eu sou trouxa e porque eu quero isso. Tanto quanto ele, acho. De novo é como um choque. Como se tudo fosse nada em uma fração de segundos. JungKook é uma droga clichê, e eu sou a viciada clichê. Ele é uma fraqueza a qual eu não aprendi a me defender. Principalmente seus lábios, tocam os meus de uma forma macia, não eufórica. Temos tempo. Se eu pudesse correr eu o faria, me esconder porém sua mão em minha nuca me prende. Não reclamo é claro. Sou uma idiota provavelmente apaixonada.
- Se eu pedir pra que a gente não finja que nada aconteceu você promete não fugir? - ele pergunta, puxa o ar com força entre os dentes e sinto como se tivesse sugado o meu ar. Meus pulmões queimam.
- Tem como fingir? - sussurro. Assim que eu for embora prometo me xingar, por ter me apaixonado e por me entregar.
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Peço desculpa por ter atrasado, descuidei e quando vi já tinham passado dois dias. ❤⚠
Próxima atualização: 27/03
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Regras não são para todos.
FanficRegras, regras e mais regras. Tudo o que eu preciso saber, tudo o que eu preciso seguir. Passado no reformatório, sorriso sarcástico, escondo também, faz parte das regras. Até JungKook aparecer, com seu sorriso perverso e seu passado mais perverso...