Regras não são para todos.
Capítulo 09.
Observo da janela do meu quarto o pessoal do time de futebol e líderes de torcida chegarem. Vou ficar trancada aqui, até que papai volte.
Conversamos muito ontem, confessei todas as minhas inseguranças e no final ele me abraçou. Ele e Camila foram ao Brasil hoje de manhã e na terça-feira. Só espero que ela não volte grávida.
Um par de olhos castanhos se destaca na multidão. Jeon está sentado no sofá enquanto todos estão fazendo coisas que jovens idiotas fazem: Bebendo, fumando, brincando de um tipo de jogo de acertar a bolinha no copo de bebida. Me sinto em um filme de comédia romântica adolescente, clichê e sem graça. Eu nunca iria na estreia dele. Quem sabe um bomba resolvesse meu problema. Eu gostaria de ver tudo queimar e depois ir tirar férias na casa da minha avó no México.
Meus pés me levam para perto dele porém Munique chega antes e senta em seu colo. Eles dividem uma bebida. Me viro e vou até a parte de trás da casa. A piscina está cheia só que ninguém está nela, não em uma noite fria como essa. Cheiro a bebida antes de tomá-la. Soju, adoro Soju, desce como água.
- Bela casa Misoo! - o idiota do Taehyung se põe em minha frente.
- Obrigada! - sorrio. Ser simpática não é um dos meus dons e o agradecimento sai com sarcasmo.
- Sua irmã é gostosa! - leva o copo de bebida à boca. Me analisa esperando que eu o xingue e diga, mesmo que seja verdade, que Munique não é minha irmã.
- Sua namorada também. - concluo, deixando que se contamine com o próprio veneno.
- Sabe, acho que não começamos bem... - começo a rir fazendo o parar de falar.
- Não vou arranjar Munique pra você! Se vire, você é o poderoso, certo? - me aproximo. Pisco devagar o trazendo para jogar meu jogo.
- Gosta de JungKook, posso te ajudar!
- Acha mesmo que farei o pacto com o demônio? Por que está se rebaixando tanto, capitão? - mordo o lábio assim que a isca cai, o peixinho roda em volta dela mas, não morde.
- Tudo bem, apenas não vamos ser escrotos! - difícil. Arqueio uma sobrancelha. Ele estende a mão e eu a aperto.
Copos, copos e mais copos vão se acumulando na mesa ao meu lado. Fazem fila para brincar de queda de braço comigo. Sou forte e traiçoeira e acho que combinado com bebida me torna invencível.
Um copinho com uma bebida forte é entregue para mim e dois entregues para o perdedor. Sorrio vitoriosa antes de pegá-lo.
- Vira, vira, vira... - gritam em uníssono. Sendo influenciada por todos, bebo.
A bebida queima minha garganta e de repente sinto calor. Tiro o casaco e a camiseta, ficando com o sutiã à mostra.
Termino o soju que repousava no copo e me jogo na piscina. Tenho completa consciência do que estou fazendo mas as minha pernas estão meio bambas e meu cérebro lerdo. Outros me acompanham se jogando também. De acordo com a lua passa da meia noite e o barulho já devia ter diminuído. Vivemos em um bairro tranquilo e novo, a maioria dos moradores é médico ou faz faculdade então não há problema.
Bebo mais e mais. Só essa noite, penso. Necessito de diversão e amigos novos. Falando em amigos Nina não apareceu.
Enquanto caminho na beirada da piscina até a porção de batatas que acabaram de entregar do ChiChi Pepper sou puxada. Alguém forte e que não estava na água me pega no colo, me colocando em seu ombro.
- Eu quero ficar, droga... - as palavras se embaralham e solto um gemido.
- Agora chega! - alguém sussurra.
Vejo minha cama e meus olhos fecham.
¤¤¤
Assim que abro os olhos minha cabeça diz: alto destruição em 10 segundos. No criado-mudo pílulas e uma garrafa d'água me encaram. Bebo a água de uma forma inexplicavelmente rápida. Massageio as têmporas. Tento captar tudo o que está acontecendo, não recebo resposta.
Ressaca.
Tudo menos isso. Uma voz estridente vem lá de baixo. Rezo para que seja o demônio e não Munique. Falho. Ela cata os copos jogados enquanto outras pessoas que eu não reconheço limpam o resto.
- Até que enfim acordou! - ela sorri e eu não sinto raiva disso. Estou ficando maluca. - Achei que não soubesse se divertir mas, quem te viu quem te vê! - usa um ditado de seu país e um ponto de interrogação se forma em minha cara.
¤¤¤
Na segunda-feira estou melhor, passar o final de semana vomitando e com dor de cabeça, nunca mais. Lembro de pequenos fragmentos de sexta e gosto da sensação de ter lembranças.
Nos corredores todos sorriem para mim, estranho de mais. Nina fica eufórica assim que conto tudo o que lembro.
- Não acredito que não fui! - ela fica se martirizando.
- Desculpe mas, não vou fazer isso tão cedo. Se meu pai descobrir... - balanço cabeça. Nem quero imaginar o que faria.
Colégio de freiras prazer sou Misoo.
Se é assim que se faz amigos, prefiro ficar sozinha. Não me lembro direito de como a conheci. Lembro apenas que ela estava discutindo com uma das líderes de torcida dentro do ChiChi Pepper, Taehyung ria e Nina queria acabar com ele. A namorada dele gritava com ela, a xingava. Até que eu cheguei, pedindo para que elas se retirassem e fossem brigar lá fora, a namoradinha idiota me ameaçou e eu a joguei sobre a mesa.
A partir daí, Nina estava sempre lá, na minha mesa favorita. Nos víamos no colégio e eu chamei para sentar comigo no almoço.
- Misoo, a festa foi legal! - uma menina sorri para mim.
- Misoo, você ficou linda nas fotos! - sorrio de novo até perceber.
Fotos?
- Filha da... - sussurro. Olho para minha amiga com os olhos arregalados.
- Misoo... - ela geme triste.
- Que merda que eu fiz? - puxo meu cabelo.
Agora eu estou realmente com um pé no colégio de freiras.
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Próxima atualização:06/03
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Regras não são para todos.
FanficRegras, regras e mais regras. Tudo o que eu preciso saber, tudo o que eu preciso seguir. Passado no reformatório, sorriso sarcástico, escondo também, faz parte das regras. Até JungKook aparecer, com seu sorriso perverso e seu passado mais perverso...