0 6

2.9K 164 24
                                    

Luke

  Quando passei o meu polegar no seu rosto, senti um arrepio percorrer-me o corpo. A sua pele era suave e tinha um tom moreno claro, que me lembrava o verão. Ela fazia-me querer contar-lhe tudo sobre mim, sobre a minha vida, e eu conhecera-a apenas ontem. Isto nunca me acontecera com ninguém, mas eu sentia que podia confiar nela. Não, eu estava enganado! Eu não sentia que podia confiar nela. Eu sabia que podia confiar nela. Quando retirei o meu polegar do rosto dela, percebi que tinha ficado um minuto inteiro a olhar diretamente para os seus olhos únicos. Estes eram castanhos claros esverdeados, e há volta, verdes escuros.

 Comecei a afastar o meu rosto do dela, mas não o queria fazer. Na verdade, tive de forçar o meu corpo a afastar-se.

  “Desculpa Rachel… não sei bem porque fiz isto, sinceramente" 

  “Não faz mal. Vamos apenas fingir que isto nunca aconteceu… se quiseres, claro”

  “Sim, acho isso uma boa ideia”- respondi. Mas a verdade, é que não queria esquecer este momento. Fiz-lhe um pequeno sorriso. Como me sabia bem sorrir de novo. Graças a ela, eu estava a recuperar a felicidade que perdera há muito tempo atrás. 

  

  Um silêncio desconfortável instalou-se na sala, mas Rachel quebrou-o de imediato.

  “Então, queres fazer o quê?”- questionou-me. Não fazia a mínima ideia do que lhe ia responder. 

  “Podemos ver um filme”- sugeri.

  “Ok. Queres ver que tipo de filme?”- perguntou-me. Dirigimo-nos para a sala, e eu fiquei junto do sofá, e ela ficou junto a uma estante cheia de filmes.

  “Não sei, pode ser qualquer um. Escolhe tu”- disse-lhe.

  Ela pegou num filme mostrando-me a capa. Sorri-lhe. 

  “Um filme de terror parece-me bem”

  Sentei-me no sofá enquanto Rachel punha o filme. Quando este começou, a jovem rapariga sentou-se ao meu lado. 

  *

  

  Passaram-se duas horas, e o filme acabou.

  “Acho que hoje à noite vai ser um bocadinho difícil para mim adormecer”- disse-me ela, e ambos começámos a rir. 

  Já era de noite. Nem dera pelo tempo passar. Olhei para o relógio que tinha no pulso: 20:30 

  “Rachel, perdemos completamente a noção do tempo! Já são 20:30”- disse eu.

  “Tens razão… mas se quiseres, podes jantar aqui”- disse Rachel, com um sorriso simpático, simplesmente perfeito.

  “Não, é melhor não, eu não quero incomodar, e não me posso atrasar, senão a minha mãe mata-me”- começámos ambos a rir.

  “Então… vemo-nos nas aulas”- disse ela.

  “Vemo-nos nas aulas”- repeti eu, e sorri-lhe.

  Dirigi-me para a porta, e Rachel foi atrás de mim. Abri a porta, e despedi-me dela com um aceno de mão. Ela retribuiu-me o gesto, e fui-me embora, sem nunca parar pelo caminho. A minha casa não era longe da sua. Na verdade, era quatro ruas depois.

  Cheguei a casa sorridente, a pensar na tarde que passara com Rachel.

  “Luke, encomendei pizza. Está no frigorífico se quiseres”- não me admirei nada de a minha mãe, em vez de me cumprimentar, apenas me dizer que há pizza no frigorífico. 

  Fui até à cozinha, abrindo de seguida a porta do frigorífico. Tirei de lá a caixa que continha a pizza, pousando-a de seguida em cima da mesa onde eu costumava comer. Peguei num prato, e coloquei no mesmo 3 fatias do alimento (para mim, o melhor do mundo)  e dirigi-me de seguida para o meu quarto. 

Falling In Love // lrh [em edição]Onde histórias criam vida. Descubra agora