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 Luke

 Subimos as escadas e nunca tirei Rachel do meu colo, indo de seguida para o meu quarto. A porta estava aberta, por isso entrei de imediato. Sentei-me na cama. Rachel olhou para mim, parecendo perdida nos seus pensamentos.

  "Está tudo bem Rach?"- perguntei-lhe. Ela "acordou" dos pensamentos e olhou para mim.

  "Hm... sim está tudo bem. Estava apenas a pensar numa coisa"- disse-me, ainda séria.

  "Bem, sabes que podes contar-me tudo!"- disse-lhe e dei-lhe um pequeno beijo.

  "Eu... hm... preciso de falar contigo"- disse-me Rachel, saindo do meu colo e sentando-se ao meu lado. Não era muito bom começar uma conversa com alguém a dizer que tínhamos de conversar. Fiquei imediatamente sério.

  "Diz"- respondi-lhe baixo, olhando aleatoriamente para o chão. Rachel tirou uma das suas mãos do meu pescoço e levou-a ao meu queixo, levantando-o gentilmente para nos olharmos nos olhos. 

  "Luke, não te preocupes, não vou acabar contigo"- disse-me Rachel rapidamente. Soltei um suspiro de alívio dos meus lábios, mas depois fiquei outra vez tenso. 

  "É pior que isso, não é? Eu sabia, Rachel, tens de perceber que eu te amo mesmo muito e que não te quero perder porque és tudo para mim e"- Rachel interrompeu o meu discurso, beijando-me carinhosamente. "É bom ser calado assim!"- disse-lhe fazendo um sorriso.

  "Lukey, confias em mim?"- perguntou-me com um ar sério.

  "Mais que tudo"- respondi-lhe de imediato.

  "Então queres contar-me quais são os pesadelos que te atormentam todas as noites? Ou quando estás comigo?"- perguntou-me ela, sorrindo fracamente.

  "Bem..."- comecei. "Os pesadelos não são só quando estou contigo... são todas as noites"- admito-lhe. 

  "Em que é que consistem... os pesadelos?"- perguntou-me Rachel, com algum nervosismo.

  "Normalmente, são memórias minhas de quando o meu pai me abandonou. Ontem pela primeira vez, foi um diferente!"- disse-lhe, ficando agora eu nervoso. Não queria mesmo nada relembrar o pesadelo que tivera ontem, mesmo nada!

  Rachel olhava para mim preocupada, por isso decidi continuar.

"Desta vez, foi um pesadelo muito pior do que o do costume. Estava a passear contigo num jardim com vista para a praia. Se andássemos mais para a frente íamos para uma zona de rochas que era uma espécie de precipício. Estávamos a ter cuidado para não nos aproximarmos muito. De repente, tu viste um pássaro caído no chão e aproximaste-te. Fui atrás de ti e aproximámo-nos lentamente, para não perder o equilíbrio. Pegaste no pássaro e passaste-o para as minhas mãos. Ele ainda estava vivo, mas tinha uma grande ferida numa das asas"- soltei um suspiro, ao pensar na parte que estava para vir.

Falling In Love // lrh [em edição]Onde histórias criam vida. Descubra agora