Conseguia sentir o meu respirar acelerado, o quão rápido eu dirigia o carro.
Compreendo o porquê da minha loucura.
E numa questão de segundos... Senti a razão de os assassinos terem um advogado, porque percisam de ver o lado da história deles, eles podem se concesiderar vítimas de algo lhe pertuba-se naquele momento...
Os meus movimentos falham e a respiração incendeia o meu sistema respiratório.
E provoco um acidente com os carros que ocupavam a outra avenida que se cruzava com a que antes estava a conduzir.
O carro ficou desfeito.
Dividas.
Uma morte.
Quem me dera que fosse a minha.
A minha advogada era extremamente boa o que faz salvar-me de apodrecer o meu cu na cadeia.
***
Acordo. O ar torna-se mais pesado que rocha... E o telefone toca.
"Olá! Mano, é o Ash!" grita Ash no outro lado da linha.
- Hey! Como estás? - pergunto.
" Bem, farto de tocar à campainha. " responde com uma gargalhada.
- Estava a dormir, idiota, são três da manhã. - resmungo.
" Eu sei que são! Porque todos no teu prédio estão-me a dizer as hora ?!" diz ele.
Reviro os olhos. - Tocaste em todas as campainhas?
" Não! Eu não sou tolo. Apenas nas do teu prédio! " conta ele com uma animação inexplicável - estupidez ainda maior.
Eu nem sequer resmungo pois sei o quão o Ash se esforça por me animar e é teimoso com isso. Quer dizer, quando estou bêbado, estou tão louco como ele... Para me animar... Bom amigo.
Levanto-me e vou abrir a porta, espero um pouco que ele suba as escadas e abraço-o.
- Como tens estado? - pergunta ele.
- Vai se andando - respondo-lhe desanimado.
- És mesmo triste, Luke. Mas o Super Ash está aqui, e vamos apanhar um bocado de ar - brinca ele à procura de comida pela cozinha.
- Para quê? - pergunto a tirar o saco de bolachas de chocolate que a Sra. Marise deu-me da mochila e entrego-lhe.
- Para arranjares uma mulher que eu goste! Eu odeio sempre as tuas namoradas, sempre. Namoras sempre com umas mentirosas! - responde ele comendo as bolachas.
- Só tive uma namorada... - digo olhando-o com um olhar cansado.
- E hoje vais ter mais uma na tua lista! - E sorri deitado no sofá a glosar-se das bolachas.
Sorriu ainda cansado e olho para a janela onde vi a rua iluminada.
- Pronto, vieste um pouco tarde - digo animando-me um pouco.
- É mesmo isso- diz Ash levantando-se e pousando o seu braço sobre os meus ombros e empurrando-me para fora de casa.
- Ás garrafas! - grito eu a fechar a porta de casa com o pé.
- "Ás garrafas" ? - pergunta ele a descer as escadas.
- Sim... Ás garrafas! - digo encolhendo os ombros e Ash dá uma gargalhada.
Durante o caminho (a pé) até a discoteca, ele gozava a si próprio por não ter carta de condução e exagerava dizendo que, mal eu entra-se lá, todas as mulheres lutariam para apenas estarem perto de mim e eu rio das suas palavras sábias.
Chegámos ao nosso destino, entrámos e passado um minuto Ash já estava na pista de dança a dançar entre duas mulheres como se tratasse duma sandwish do engate.
Não pretendia estar bêbado ou engatar alguém, apenas queria ficar a beber o meu whisky e observar as dançarinas de saia curta. Observo... Observo... Observo...
Jane?
Quem eu amo e odeio estava ali a divertir-se com outro homem, mais homens. Estava diferente.
A minha respiração acelera e o meu pensamento é ocupado por duas vozes. Uma gritava " Puta! " outra murmurava em desespero "Vai-te foder " .
E decido sair daquele estabelecimento.
Tanta inquietação na minha mente... Porque recordo? Porque recordo repetidamente o que a minha vida me tirou, o que o destino traçou e me fez cair.
Sentado eu estou, nas escadas que davam ao largo rio perto da foz, onde a discoteca partilhava domínio com a praça com pouca gente - e a pouca que tinha estava toda bêbada - menos eu.
Sortudos de merda.
Algo se movimenta ao meu lado, com uma destância média.
Olho para o lado.
Vejo uma rapariga com um vestido curto e justo cheio de lantejoilas, calça uns sapatos ainda mais arrojados.
O seu cabelo despenteado esconde a sua cara pálida e a maquilhagem escura borrata com as lagrimas dos seus olhos esmerada. Mas tem um sorriso.
- A paisagem é linda, linda! Eu podia fazer sexo aqui! - grita ela a apontar para a outra margem com a mão que segura a garrafa de vodka.
Sorriu de canto do lábio pela sua figura e aprecio pela primeira vez a paisagem.
Era calma, relaxo a mente, estava um céu por completo negro sem nenhuma estrela, e o rio refletia as luzes do outro lado da margem e algumas deste lado. A música da descoteca ouvia-se em baco.
- Penso que terá de ficar para outra altura - digo a afastar-me do local.
E uns segundos depois ela grita: - Ah, quem te dera.