Podia vos dizer o quão triste estava... Se não estivesse tão destruído.
Mas na realidade consigo segurar a mão cheio de forças da rapariga que mais amo. Prometi que vou viver, mas não vou destruir-me e seguir em frente, fiquei preso e sem vontade de destruir-me aos poucos.
Talvez seguir em frente não seja o mais racional de todo o meu amor que dei a Rose, vou lembrar-me que ela agora estará sempre comigo.
Não precisarei de mais rosas a agarrar-me, cortei-me no espinho, quero esquecer e apenas lembrar-me desta rosa que mesmo ter-me quebrado é a mais bela de todas as rosas que apareceram na minha vida!
Ela estava linda, vestida com um vestido vermelho escuro e sapatos com a cor igualmente forte. Decidi que não iria vê-la a ser enterrada porque poderia deixar-me maluco, mais maluco do que estou.
Lembro das palavras de Ash, " Luke, as escolhas são tuas. Adoro-te, não te esquecerei, meu único amigo. " disse ele ao contar-lhe a minha decisão - e de lhe explicar as suas razões.
E Grace chorou a abraçar-me " Adoro-te, maninho! ", decidi despedir-me de Michael que manteve o silêncio e um sorriso sofrido.
Procurei Calum, a quem apenas contei-lhe que estava perdoado.
Muitos adoro-te's, não precisava de mais recebi o amo-te que tanto desejava.
Uma semana depois do funeral decidi isto, depois de deixar recados em todo o lado.
Ao meu pai escrevi: " Já não és uma rosa. Com amor, Luke. ". Uma carta que deixei de baixo da porta de sua casa.
Pousei um girassol em frente à sepultura da minha mãe.
À Jane dei uma margarida que a fez pensar que ainda estava aleijado pelo que ela me fez e apenas contei que já não me era importante.
À minha advogada , Sra. Helly, que salvou-me de ir prezo do desastroso acidente de carro que causei dei um pequeno diamante que era da minha mãe, por ser uma pedra resistente tal como a senhora, que respondeu com muitos abraços e sorrisos.
Para a minha encantadora vizinha, Sra. Marise, que sempre fez tudo para mim como uma mãe dei a receita secreta de bolachas de chocolate da minha mãe que não daria a mais ninguém e respondeu com muitos beijos e lágrimas.
Despedi-me de tudo, até de Rose, até das minhas rosas.
Senti as perguntas sobre mim por ser uma escolha tão forte, prometi viver, mas se viver destruir-me, prometi então tentar viver.
Falhei, Rose, mas verei-te de novo.
Sinto uma brisa fresca sobre o meu corpo, o sangue a correr, o ar a ficar mais pesado, o frio da superfície da banheira a arrepiar-me.
Tudo mais escuro à minha volta, aperto a rosa já seca e sinto as pétalas a desfazerem-se na minha mão e os espinhos a furarem as minhas palmas, mas não se compara à dor do meu pulso.
Sorri, fecho os olhos, o ar cada vez mais pesado.
Uma gota largada pela torneira.
O meu ultimo expiro e sinto nos meus lábios os lábios de Rose.