18 anos mais tarde...
07 de setembro, segunda-feira – 09:47AM
O barulho irritante não parece querer me deixar dormir em paz, e mesmo que eu sempre o desligue, ele volta a tocar, zunindo nos meus ouvidos, mas o sono sempre é maior. Tateio a mão sobre o criado-mudo, sem querer abrir os olhos, apenas para desligar mais uma vez o maldito despertador!
Minha tentativa de desligá-lo apenas faz com que ele caia no chão e nesse momento eu abro meus olhos e me curvo para pegá-lo, apavorando-me ao ver que são quase dez horas.
Puta que pariu!
Rolo na cama e jogo as cobertas para o lado, correndo em direção ao banheiro, direito para o chuveiro. Não tenho tempo de lavar meus cabelos, então apenas tomo um banho rápido e por sorte, tenho algum tempo para fazer xixi.
A música da festa de ontem ainda está latejando na minha cabeça enquanto corro pela casa calçando os sapatos, ajeitando a bolsa e procurando por café.
Pop, o gato, está na bancada da cozinha, olhando desinteressado e sem piedade enquanto eu bebo uma xicara de café fervendo, quase queimando o resto da pouca dignidade que me sobrou.
— Não me olhe com essa cara — exprimo irritada e ele apenas mia e balança o rabo.
Reviro os olhos para ele e jogo a xicara de café na pia condenando-me ao ver a pequena bagunça que está aqui, da qual Dolores, a empregada, vai cuidar, mas odeio deixar serviço para ela.
Totalmente contraditório.
Corro para fora da cozinha e quando já estou quase alcançando a porta, Pop mia alto fazendo-me bater a mão na testa. Volto correndo e pego seu pote, despejando um sachê de carne e quando ele está finalmente satisfeito, posso sair correndo.
Passo correndo, mais uma vez, pela portaria do prédio e o sindico me lança um olhar como se eu fosse louca, mas ignoro isso e corro com os malditos saltos procurando o táxi, já que a minha pressa me fez esquecer as chaves do carro e eu não tenho tempo para voltar lá. Aconchego-me no banco do táxi e um senhor calvo de olhos castos se vira e me encara.
— Eu conheço você?
— Não... — sussurro encolhendo os ombros, ainda me acomodando no banco de trás.
— Sim, eu conheço! Você é aquela garota que aparece nas revistas que a minha mulher lê! Katie... Katie... Williams?
— Ah, sim, sou eu.
— Meu Deus, minha mulher não vai acreditar quando eu contar isso!
Logo, o senhor começa a falar animado e eu fico apenas ouvindo, um pouco assustada com a sua animação. Ele me fala sobre a sua mulher, sobre a sua filha que está prestes a fazer dezesseis anos e tantas outras coisas, e eu apenas ouço, achando engraçado todo o amor que ele despeja ao falar da família, até mesmo do cachorrinho que morde seus sapatos e ele diz não gostar.
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A Vida (Quase) Perfeita de Katie Williams
Romance"As marcas do passado não irão sumir, mas não podem definir quem você quer ser" Ser abandonada e crescer em um orfanato, por alguns anos, pareceu ser a pior coisa para Katie, mas ela estava disposta a mudar isso e não se tornar a garotinha que foi a...