"As marcas do passado não irão sumir, mas não podem definir quem você quer ser"
Ser abandonada e crescer em um orfanato, por alguns anos, pareceu ser a pior coisa para Katie, mas ela estava disposta a mudar isso e não se tornar a garotinha que foi a...
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28 de fevereiro, domingo – 05:31PM
Entro na sala e Stephan rapidamente me encara, mas desvio o olhar dele e vou me sentar com Lina.
Agnes, Cecile, Kerolin e Louis ainda estão aqui, sentadas no mesmo sofá enquanto esperamos e esperamos... já se passou um dia, e eles sequer ligaram de novo. Não consigo parar de pensar em Jamie e nas crianças, me perguntando onde eles podem estar.
Jake e Josh não estão mais aqui, e eu acho que eles estão na empresa, resolvendo coisas com a impressa, mas não me importo, só quero o meu filho.
Stephan se aproxima e Lina se levanta, dando seu lugar a ele. Encolho-me em seus braços e fecho meus olhos, voltando a chorar.
— Katie, como você está?
— Cansada. Não consigo dormir... nem parar de pensar em Jamie.
— Eu sinto muito que isso esteja acontecendo.
— Não é sua culpa.
— Mas eu queria ter impedido, Katie... — Stephan respira fundo e fica em silêncio por um tempo, mas volta a suspirar. — Como você está? Sobre Francine e Marco.
— Eu não quero falar sobre isso, por favor.
— Você deveria ter me contando, Katie.
— Stephan...
Afasto-me, exasperada e querendo apenas fugir do assunto, pois já tenho problemas demais agora. Mas antes mesmo que ele possa dizer qualquer coisa, meu celular começa a tocar e todos se levantam em alerta. Vou até meu celular e espero os policiais se prepararem, então atendo, com o coração acelerado.
— Katie — o grito do outro lado, de Ashley, faz as lágrimas voltarem e me deixam imóvel e sem palavras. — Katie, você está aí?
— Sim — digo rapidamente, sem folego.
— E-eu... eu atirei em alguém, Katie!
— O que?
— Eu atirei. Eu não sei quem era. Nós fugimos e ele tentou nos pegar, eu atirei nele, Katie!
— Ash, fica calma, ok? Você está bem? Vocês estão?
— Jamie e Nancy não param de chorar — murmura entre gritos e eu noto todo o seu desespero. — Nós nos escondemos, mas eu estou com muito medo.
— Querida, fica calma, ok? — Peço, tentando me manter mais calma possível enquanto os policiais pedem que eu continue na linha. — Olha, você precisa manter a chamada ativa, para encontrarmos vocês, ok?
— Ok, mas não deixa, por favor. Eu estou com medo.
— Eu estou bem aqui.
— Localizamos — um policial diz de repente, assustando-me. — Elas estão perto da fronteira.
