⋅ Faça Alguém Sorrir ⋅

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29 de outubro, quinta-feira – 08:46PM

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29 de outubro, quinta-feira – 08:46PM

— Vai ficar tudo bem, Katie — mais uma vez Lina diz, enquanto sou levada para o quarto, sem que ela me deixe.

Estou tomada por um turbilhão de sentimentos e emoções, mas a única coisa que não me deixou foi o pavor e eu mal pude tirar as mãos da minha barriga e toda vez que eu penso que é isso... isso que eu queria, a dor vem, porque eu já não sei mais.

— O que houve? — Uma médica para ao nosso lado e eu me apavoro ainda mais.

— Ela está grávida. Está com sangramento — Lina explica nervosamente.

Rapidamente a médica começa a dar instruções para os enfermeiros e eu me apavoro ainda mais.

— Onde está a Dra. Diaz?

— A Dra. Diaz não está aqui, ela teve uma emergência familiar.

— Por favor, você precisa ligar para ela — imploro nervosamente.

— Sra. Williams, eu não posso. Vai ficar tudo bem, eu vou cuidar de você e do seu bebê.

— Não! Você precisa ligar para ela, agora!

— Katie, não é hora para isso — Lina murmura apertando minha mão. — Vai ficar tudo bem, ok?

Nego com um balançar de cabeça, apavorada, pois Dra. Diaz é a única que sabia sobre o bebê, e a única médica com quem tenho passado há anos e eu estou desesperada, mas pela primeira vez em todo o momento de medo, penso no bebê.

Isso não importa! Só quero que ele fique bem.

— Está bem — sussurro sem folego.

Os enfermeiros continuam a correr comigo e Lina não me deixa, nem por um segundo. Sou levada para a emergência e a médica começa a fazer algumas perguntas que eu mal consigo responder, e em um momento, ela começa a passar gel na minha barriga e o gelado só faz com que eu me apavore mais. Ela liga as máquinas e começa a passar a máquina pela minha barriga e eu fico esperando... e esperando, mas nenhum som preenche a sala, há apenas o vazio e as respirações altas de todas as pessoas.

— Não há batimentos — a médica sussurra e eu sinto uma lágrima solitária escorrer pelo meu rosto. — Você está sofrendo um aborto espontâneo, Sra. Williams.

Suas palavras são como um soco forte roubando todo meu ar e eu penso na bolotinha, depois penso sobre não a querer, então aqui está essa dor estranha, me consumindo por inteiro após ouvir que ela se foi.

Ela se foi...

Mas era o que eu queria, não era?

Então por que agora dói?

Recosto-me na cama hospitalar e encaro Lina, ela balança a cabeça e se curva, apoiando a testa no meu ombro.

— Me desculpe — implora balançando a cabeça. — Katie, me desculpe.

A Vida (Quase) Perfeita de Katie WilliamsOnde histórias criam vida. Descubra agora