Novas Vidas.

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Jean

   Acordo no meio da noite e vou ver como minha filha está. Faz dois dias que ela veio para casa conosco. Vitória nasceu prematura com 7 meses passou o seu primeiro mês de vida em uma incubadora. Ela tem problemas cardíacos e síndrome de Dal. Logo quando fiquei sabendo foi um choque e tanto. Pior ainda foi saber que Lívia morreu pouco tempo depois que eu acordei do coma. Hoje já consigo me movimentar só, porém nada de grandes esforços. Fui obrigado a vir para a casa do meu avô, pois a minha tinha escadas e como agora eu não posso nem colocar minha filha nos braços então foi o jeito. Camila não gostou nada da ideia, todavia pela minha saúde ela não quis discutir. Sei que por debaixo dos panos ela e meu avô sempre batem boca.

— Você deveria estar na cama! — Camila me repreende.

— Desculpa! — me viro sorrindo fraco de lado. — Eu só precisava vê-la e saber como ela está.

— Ela está bem, agora venha dormir. — caminho até a cama quase me arrastando e deito a seu lado.

— E como está o meu garotão? — toco sua barriga.

— Jogando de futebol com as minhas entranhas. — resmunga, sorrio e ela revirou os olhos. — Vai dormir amor, Vitória está bem. — tenta me tranquilizar.

— Tá bom. — deito ao seu lado, ainda não posso fazer muito esforço por que ainda estou com o ombro enfaixado.
No meu íntimo eu só queria acordar desse pesadelo. Queria que Lívia estivesse bem, saudável, viva e que Vitória estivesse saudável. Que ela e Jordan pudéssem crescer juntos e felizes. Mas dou graças a Deus por ela está viva.

[...]

— Ora essa... Eu tenho todo o direito de ver a minha neta, se seu marido dorminhoco não acordou isso é problema dele, eu vou ver a minha neta e ponto final dona Camila. — só pela voz já sei que é meu avô e ele está bastante irritado.

— Velho do meu ódio. Deixe pelo menos Jean dormir mais um pouco Vitória está dormindo, dei comida a ela a pouco tempo e ela também precisa descansar. — explica. Eu continuo fingindo que estou dormindo.

— Vou só dar um beijo nela depois eu vou embora dona Florinda. — debocha e me contenho para não rir.

— O que disse? — agora ela se arma para matá-lo

— Dona Florinda, mãe coruja... A outros vários adjetivos para mães que morrem de ciúmes das crias. — provoca. Ele depois de velho virou até suicida.

— Sou! Ache ruim, é problema seu! E EU JÁ DISSE QUE ELA ESTÁ DORMINDO!!! — grita furiosa me fazendo abrir os olhos, tento levantar. Logo em seguida Vitória cai no choro.

— Você acordou ela. — debocha meu avô.

— Olha aqui seu velho ...

— Parou Camila. — falo o mais calmo que posso. — Vovô beije sua neta e saia. Camila depois que ele sair coloque ela para dormir novamente por favor. E parem de gritos dentro desse quarto enquanto eu e Vitória estivermos aqui. — fico de pé entre os dois. — Apartir de hoje um só entra no quarto quando o outro não tiver. Entendido? — os dois me olham furiosos. — Podem morrer de raiva. Vai ser assim ou nada, eu tranco a porta e coloco os dois para fora.

— Você não faria isso!? — Camila dúvida.

— Teste para ver. — caminho para o banheiro e tranco a porta.

Quando saio depois de um bom banho olho de soslaio ao redor do quarto para ter a certeza que estou só com Vitória. Vou até ela.

— Oi papai? Bom dia! Dormiu bem princesa? — afago seu rostinho — Papai te ama muito filha. — como ainda não posso me curvar por causa da cirurgia, beijo meus dedos e os encosto em sua cabeça.

1 ano e nada maisOnde histórias criam vida. Descubra agora