Divórcio.

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JEAN

   Um mês depois do nascimento do  Jordan eu já posso segurar meus filhos nos braços. Sinto um grande alívio por poder ajudar e deixar de ser um encosto para os outros. Estou com Vitória nos braços andando pelo jardim enquanto Camila dá de mamar a Jordan. Sorrio ao ver ele segurando com tanta força o dedo da mãe. Meu avô está cada vez mais radiante com os netos. Parou até de contrariar Camila. Sento ao seu lado no banco.

— Você está linda amor! — falo deixando-a envergonhada.

— Gorda e inchada? — sua insegurança faz sentir-me o homem mais feliz do mundo, pois isso é um sinal claro de que ela me ama e que tem medo de me perder.

— Eu amo você. Não importa como. Eu amo você. — sorri e me beija.

    Depois de amamentar Jordan, amamenta Vitória. Eu achava fantástico o fato de mesmo depois de um certo tempo de vida Vitória ainda querer mamar e Camila não se importar em alimentar duas crianças. Outras mulheres nunca teriam feito isso, por isso que a cada dia a amo mais. Entramos em casa e fomos direto para o quarto das crianças.  Como Camila ainda está de resguardo e eu ainda me recuperando da cirurgia, tínhamos duas babas para cuidar das crianças. Deixamos eles com elas e vamos para o nosso quarto. Camila foi tomar banho enquanto eu ligava meu notebook para trabalhar um pouco. O tempo passa e minha linda mulher sai do banheiro enrolada em uma toalha. Paro e fico a admirando. Ela não percebe. Deixa a toalha sobre a cadeira, se veste enquanto não perco um só movimento seu. Cadê detalhe do seu corpo está perfeitamente lindo. Quando ela se vira e me ver, sorri tímida.

— Estava todo esse tempo aí me devorando? — sorrio e vou até ela.

— Sim! Igual como foi na nossa primeira vez. — rimos. — Não me esqueço de como você ficou louca por que não achava sua calcinha e achando que alguém iria perceber que estava sem ela. — rimos novamente.

— Eu tive muito ódio de você quando nos casamos e encontrei ela dentro de uma das suas gavetas. — bate no meu peito e me beija.

— Eu te amo! — dissemos em uníssono nos fazendo ficar surpresos e sorrir.

— Preciso descer para comer algo e você também.

— Eu já vou. — ela abre a porta e sai. Tomo banho e desço. Quando chego lá ela está com uma cara engraçada segurando um papel.

— Então... Um ano se passou e podemos nos divorciar. — brinca. Fico sério no mesmo instante.

— Como assim? — vou até ela. Tomo o papel e só agora percebo que não tivemos tempo de cancelar o divórcio.

— Temos que ir ao fórum retirar a papelada do divórcio. — fala irônica.

— Vamos fazer isso amanhã. — digo. Jordan começa a chorar e ela sobe para pegá-lo.

  Ver esse papel me trouxe todas as más lembranças de um ano de sofrimento que eu tentava incansavelmente esquecer. Vou para o escritório do meu avô. Coloco uma dose de whisky. Tomo olhando novamente para o papel e todas as cenas passando magicamente a minha frente.

—  O que foi? — olho para frente e meu avô vem entrando. Estendo o papel para ele e ele ao ler sorri. — Viu para que esse um ano serviu? — olho um pouco irritado para ele.

— O que quer dizer vovô? Esqueceu tudo o que passamos? Tudo o que sofremos? — pergunto indignado.

— Quem parece que esqueceu tudo isso foi você? — senta na cadeira a minha frente. — Se vocês tivesse se mantido separados talvez nunca teriam voltado, tudo teria sido diferente e vocês não tivessem reforçado o amor de vocês. — pondero sobre o que ele diz. — Jean vocês precisavam passar por tudo isso para entenderem que se amam e que são almas gêmeas. A separação de você é algo enconcebivel... — gesticula incansavelmente.

1 ano e nada maisOnde histórias criam vida. Descubra agora