Capítulo 17

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— Ela não está aqui.... Rio, certo? — John disse, finalmente se lembrando do nome que Beatrice usara para chama-la.

A morena balançou a cabeça, limpando as lágrimas que embaçavam sua visão.

— Ela disse que viria aqui hoje comigo, ela queria ver se você estava bem, então eu achei- — Ela fez uma pausa para respirar. — Eu achei que ela estivesse com você.

— Ela não veio aqui. — John sentiu seu peito doer ainda mais.

"Ela nem precisou de você pra se ferrar." — A voz sussurrou e John se sentiu tentado a voltar a aumentar o volume da música

— Você falou com a família dela? — O moreno perguntou procurando uma camiseta e achando uma preta sobre o sofá branco, colocou a mesma e procurou as chaves da casa enquanto desligava o som. — Eles tem que saber o que está acontecendo.

Rio segurou o telefone com força, suas mãos tremiam loucamente e ela teve medo de não conseguir discar para Marco, a situação estava rapidamente se tornando uma bola de neve.

John fechou a porta que dava para o Jardim com a chave e logo depois fechou as persianas das janelas, caminhou em direção à porta, colocou o celular no bolso da bermuda jeans que usava e enfiou os pés dentro das botas pretas.

Rio saiu da casa com o telefone na orelha e foi seguida por Müller.

— Ele não está atendendo, o que diabos está acontecendo?

Armazém de materiais, Escola Estadual

Quando Bia recobrou sua consciência, estava em um lugar escuro rodeado de cadeiras enferrujadas, provavelmente as velhas que já não eram mais usadas. Seu primeiro impulso foi tentar gritar, mas teve sua voz imediatamente abafada pelo pano que cobria sua boca.

O próximo passo foi tentar mover as próprias mãos, mas elas estavam amarradas atrás de seu corpo. Ela esperou que seus olhos se acostumassem à luz do ambiente fracamente fornecida por uma brecha abaixo da porta para finalmente enxergar seus pés na sua frente, eles estavam amarrados em uma pilha enorme de cadeiras, com certeza não era uma boa ideia puxar aquilo — A não ser que ela quisesse ser esmagada pelas barras de ferro.

Não demorou muito para que ela entendesse onde estava, era um dos armazéns da escola, um barracão de madeira onde ficavam as cadeiras velhas e enferrujadas que iriam para a reciclagem. Ninguém devia ir ali há anos.

Ninguém vai vir aqui em anos. — A ruiva pensou e se sentiu desanimar subitamente, mas levantou a cabeça e respirou profundamente, não seria derrotada.

Moveu as mãos com força entre as cordas e sentiu as mesmas — como se fosse possível — apertarem seus pulsos ainda mais. A corda pesada arranhou sua pele e a ruiva gemeu em resposta, aquilo doía, mas em algum momento teria que dar certo.

Depois de alguns minutos, a única coisa que Beatrice descobriu foi que não adiantaria de nada tentar tirar os pulsos das cordas, agora ele estavam completamente arranhados e doíam muito mais do que antes.

Sentindo-se abalada pela dor a ruiva olhou para a pilha de cadeiras que crescia para a escuridão acima dela, talvez funcionasse se ela desse um jeito que estragar a corda dos seus tornozelos.

Não seja covarde. — A ruiva pensou, tentando trazer a coragem necessária para fazer qualquer coisa.

A ruiva sentiu a amargura do medo descer sua garganta quando viu que os tornozelos dela estavam presos em uma barra lisa, ela não tinha nenhum metal saliente pra que ela pudesse cortar a corda.

RuídoOnde histórias criam vida. Descubra agora