Capítulo 21

18 2 0
                                    

— Mãe.... Mãe, meu ombro. — Beatrice sentiu um desconforto quando Vitória a abraçou com força, eram apenas alguns meses mas pareciam anos que elas não se viam.

— Ah, desculpa amor. — Vitória disse, os olhos cheios de lágrimas e um sorriso enorme estampando seu rosto.

— Trouxe seu chocolate. — Rio entregou a embalagem já aberta pra amiga, um pedaço faltando pois ela havia comido no corredor. — Que briga foi aquela? — a índia murmurou a última parte apenas para que a ruiva ouvisse e a mesma negou com a cabeça, estava tentando não pensar nas palavras ditas por John.

— Eu não acredito que você precisou vir parar no hospital para que eu voltasse para casa. — Vitória falou arrependida, desejava ter chegado mais cedo, ou ter estado ali de alguma maneira. — Obrigada por encontrar ela, Rio. — A mulher alta e magra deu um abraço caloroso na índia que ficou envergonhada.

— Não foi só ela. — Marco disse enquanto jogava os sacos plásticos da comida que haviam comprado no lixo. — O garoto também ajudou, ele acabou de ir embora.

— Por que ele foi embora? — Vitória perguntou e a ruiva fez um meneio com a cabeça, não fazia ideia do que responder mas decidiu ser sincera sobre o que quer que fosse aquilo que estava acontecendo entre eles dois.

— Nós tivemos uma briga. — A ruiva murmurou, ainda irritada com o fato de que John estava certo na maior parte do que falara mas que também estava sendo um hipócrita sem deixar que ela respondesse.

— Aqueles gritos vieram daqui? Ouvi alguma coisa do corredor mas não achei que viesse desse quarto. — Vitória continuou, impressionada. De repente sua expressão ficou muito mais séria do que antes. — Ele te machucou?

Beatrice respirou fundo, assustada com a possibilidade.

— Não mãe, Johnatan nunca faria isso. — Beatrice respondeu, sabendo que essa não era bem a verdade. John nunca faria isso, mas e o outro? — Ele só estava preocupado comigo, foi só.

— Oh, é aquele Johnatan? — Vitória respondeu, lembrando-se de repente da conversa que tivera com a filha pelo telefone, Beatrice havia afalado alguma coisa sobre o rapaz. — O do trabalho de filosofia?

— Sim.

— Se ele te ajudou, eu gostaria de falar com ele. — Vitória deixou a bolsa sobre o banco de couro e encarou Beatrice com um olhar preocupado.

— Ele deve ter ido embora. — A ruiva disse chateada e olhou para os próprios dedos, como ele podia achar que era culpa dela aquilo? Ele estava agindo como um babaca egoísta e ela era obrigada a concordar? Não. Ele também corria na direção do perigo, a única coisa diferente entre eles dois era que Johnatan fingia evitar aquilo.

Quem ele está pensando que é? — Dias pensou irritada, queria dar uns bons gritos na cara dele.

O médico chegou apenas três minutos depois com uma prancheta em mãos, Beatrice ia precisar ficar em observação durante o dia seguinte por conta do impacto que as cadeiras tiveram sobre seu ombro e para dar uma olhada no ferimento em sua cabeça, se não havia ocorrido nenhum trauma.

A ruiva suspirou, odiava o cheiro do hospital, odiava como tudo era estupidamente branco.

[...]

Jonathan estava dentro do elevador, bebendo a maior quantidade de álcool que podia dado o tamanho da garrafa que comprara em uma loja de conveniência fora do hospital. Estava irritado, ele havia falado algumas coisas para Beatrice, e a expressão brava dela não saiu de sua mente, era a primeira vez que ele via algo do tipo.

RuídoOnde histórias criam vida. Descubra agora