Capítulo 25

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Rua da Escola Estadual 22:34

— Eu não acho que isso é uma boa ideia. — Beatrice falou prendendo os cabelos em um coque.

Jonathan suspirou cansado, depois do café da manhã ele havia ido trabalhar, Bianca ficou preocupada com os machucados em suas mãos e disse para que ele tomasse cuidado. John concordou, embora a última coisa que ele fosse fazer no resto daquele dia era tomar cuidado. A euforia da vingança queimava nas veias dele e de Rio.

Agora os três estavam sentados na calçada em frente à escola, a casa da loira ficava à apenas duas quadras dali. Johnatan segurava uma sacola com tudo o que havia comprado no mercado cerca de meia-hora antes, não se arriscaria comprar aquelas coisas no posto e deixar Bianca ainda mais preocupada.

— Não vou deixar você voltar pra casa sem uma retaliação contra aquela piranha. — Rio falou na direção da ruiva, a expressão dela era com certeza a mais determinada entre os três. John estava se divertindo e isso era evidente pela risada que ele soltava sempre que a índia xingava a loira com um palavrão diferente.

— Eu disse que não ia agir como ela e agora é exatamente o que nós estamos prestes a fazer. — Beatrice disse emburrando e Müller revirou os olhos. Ela encarou o moreno que estava com a postura cansada, nenhum dos dois tinha falado nenhuma palavra sobre o que acontecera naquela manhã dentro do quarto.

Agora toda vez que Johnatan a encarava ela sentia seu coração disparar loucamente, uma necessidade crescia dentro dela lentamente e a ruiva não fazia ideia de como explicar o sentimento. Por que diabos ela disse para o rapaz que eles eram apenas amigos? Definitivamente não era isso que ela queria ser com ele. E o que ela queria fazer com ele com certeza não se encaixava em uma relação de amizade.

— Lá vem a moral e os bons costumes. — Ele disse em resposta à ruiva e a mesma lhe lançou um olhar semicerrado cheio de indignação. — Não adianta me olhar assim, você sabe que eu tenho razão nisso.

— Você sempre tem razão não é? — A ruiva retrucou e Johnatan colocou as mãos em frente ao corpo, se defendendo.

— É um dom, não consigo evitar.

— Não consegue evitar ser um babaca também. — Beatrice disse baixo, como se ninguém pudesse ouvir naquela rua silenciosa. John estava pronto pra responder quando Rio deu um muxoxo.

Jesus, arrumem logo uma cama. — Ele revirou os olhos e John deu uma risada, a ruiva apenas permaneceu calada, o peito apertando.

— O fato é que nós não temos plano nenhum. Só um monte de papel higiênico e tinta. — Beatrice disse depois de alguns segundos de silêncio enquanto Rio encarava o celular.

— Não precisa de plano pra pichar a casa dela e jogar papel higiênico em tudo. — Rio disse rindo e John balançou a cabeça negativamente enquanto ria.

— Eu me recuso a fazer algo tão infantil. — A ruiva se levantou. — Além do mais, eu estou só com um braço disponível, só vou atrapalhar a brincadeira de vocês.

Quando a garota ia começar a caminhar de volta na direção de sua casa Müller segurou a perna dela, impedindo-a de andar.

— Se você fizer isso eu fico te devendo uma. — A ruiva mudou de expressão imediatamente, curiosa com a proposta. Rio encarou os dois sem fazer ideia do que estava rolando ali. — Eu faço o que você quiser se você vier com a gente, só hoje ruiva.

Bia suspirou se sentando, John sabia que quando a chamava pelo apelido a mesma não conseguia negar nada do que ele pedisse. E ele tinha razão, o apelido deixava a garota envergonhada o bastante pra concordar com qualquer coisa, mas o que ela mais havia levado em consideração ali era o "Eu faço o que você quiser."

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