24 - Habeas Corpus

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No dia seguinte...

O falso "Eduardo" corria perdido num labirinto, que não parecia ter fim. Era perseguido por alguma coisa. Estava tudo muito escuro, não conseguia ver quase nada, mal via seus pés no chão. Vestia camisa e calça cinza, estava muito sujo e descalço. Com a respiração muito ofegante, ele temia ser pego de surpresa por algum mal que nem ele sabia o que era. De repente, ele conseguia ouvir uma voz que sussurrava algo no seu ouvido, de longe:

-Você fracassou, você fracassou, você fracassou ...

Esse sussurro foi ficando cada vez mais forte e Edu não sabia de onde estava vindo. Corria e corria pelo labirinto interminável, esbarrava nas paredes de concreto, caia no chão, levantava, corria mais e não encontrava nada.

-Fracassado, fracassado, fracassado...

A voz começou a ficar ainda mais insuportável, ficava cada vez mais forte. Até que tudo se tornou um grande zumbido. Edu/Denis, começou a gritar, desesperado, até que parou de correr, se jogou no chão, se ajoelhando, colocou as mãos tampando os ouvidos e gritou com toda sua força:

-P-a-r-a!!!

Até que inesperadamente, todo o barulho e zumbido parou. Edu tirou as mãos dos ouvidos bem devagar, olhou para um lado e pro outro e não viu nada. Ficou alguns segundos em silêncio, parado. Até que começou a sentir algo estranho, então colocou a mão na parte de baixo da orelha, depois olhou os dedos e viu que estava sangrando. Ele se levantou, colocou a mão na outra orelha e viu que também estava sujo de sangue. Logo viu que caiu um gota de sangue no chão, depois outra e mais outra, até que, entrou em desespero. 

                                                                                            ***

Faltavam poucos minutos pra sete horas da manhã, Edu/Denis dormia numa cama bem estreita numa cela da delegacia. Estava sozinho e se mexia muito, estava tendo um pesadelo. Mas logo um  policial passou batendo o cassetete bem forte em sua cela. Eduardo levantou muito assustado e se sentou na cama, enquanto perguntou ao policial:

-O que aconteceu, seu guarda?

-Tá na hora de acordar rapaz. Tem uma visita pra você.

-O quê? A essa hora? Quem será?_Disse Edu esfregando os olhos.

-Não sei quem é, vou verificar e liberar a entrada.

Depois que o guarda saiu do corredor, Edu/Denis aproveitou pra conferir os ouvidos e ver se estava tudo bem. O pesadelo parecia ser muito real, até demais. 

Um minuto depois, o policial entra acompanhando a visita.

-Fernando?_Disse Eduardo extremamente surpreso.

O policial foi embora e Fernando se aproximou das grades da cela, ficando frente a frente com Edu. 

-O que você veio fazer aqui?

-Ué, várias pessoas já vieram te visitar. E porquê eu não poderia?_Questionou o rapaz ruivo.

-A questão não é você poder, é você querer. 

Fernando respirou fundo, pegou nas mãos de Edu, pelas grades, segurou forte e disse:

-Eu não me aproximei de você, só porquê você é rico e estava na melhor. Foi porquê eu comecei a sentir algo muito forte. E mesmo agora que está na pior, eu quero estar por perto, ao seu lado. 

Edu/Denis sem entender direito o que estava acontecendo, tentou se soltar das mãos de Nando, de leve, enquanto disse:

-O que você quer dizer com isso Fernando? A gente se conhece a tão pouco tempo e...

Eu existo em Você - (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora