Eu existo em Você - (Romance Gay)

34 - A Justiça é Cega

Denis ficou completamente surpreso, com o questionamento de Felícia. Permaneceu sem palavras por alguns instantes, mas, logo respondeu:

-Primeiramente, calma Felícia. Segundo, eu estou bem, tirando essa cara de cansaço. Só estou tendo uns probleminhas pra dormir, insônia, ou sei lá o quê. Mas fora isso, está tudo bem. 

Felícia olhou com certa desconfiança e perguntou:

-Você tem certeza disso, Denis? Olha aqui, você não me engana. 

E ele se defendeu, rapidamente:

-Está tudo bem Felícia, pode ficar tranquila. Eu só estou tendo um pouco de dificuldade pra dormir, uns pesadelos estranhos. Nada demais. 

-Você está tendo insônia? Mas porquê, gente? _Questionou ela, intrigada.

-Eu não sei. Não sei se é alguma preocupação. Não faço ideia do que seja. 

-Ai Denis, porquê você não procura um médico, um psicólogo, algum especialista?

-Não sei Felícia. Vou pensar na ideia. Quero começar a tomar um chá de camomila antes de dormir ou algo do tipo. Se nada disso resolver, aí sim procuro um especialista. 

-Pois então, você precisa se cuidar. Tem muitas responsabilidades aqui na empresa e na sua vida. Certo? 

-Pode ficar tranquila Felícia. Obrigado por se preocupar comigo. 

-Bom Sr. Eduardo, se não for mais precisar de mim por hoje, posso ir embora? _Disfarçou ela. 

"Eduardo" deu um sorriso tímido e acenou com a cabeça, concordando. 

Felícia finalizou suas tarefas e foi embora. No saguão da empresa, ela encontra Daniel, que lhe esperava, muito curioso. Logo, ela lhe contou tudo o que havia acontecido. 

No dia seguinte, na mansão Bergamaschi...

Era manhã bem cedo e todos na casa já haviam levantado, pra iniciar mais um dia. "Eduardo" tinha acabado de se sentar à mesa da cozinha, para tomar seu café da manhã. Tomava um suco de tamarindo, enquanto comia uma pão italiano com requeijão. 

Tudo estava tranquilo, até ser interrompido por sua mãe, Marta, que entra com um jornal na mão, muito preocupada: 

-Meu Deus, filho, você já leu os jornais dessa manhã? _Disse aflita. 

Ele termina de engolir o suco e diz:

-Não li ainda mãe. O que aconteceu?

-A justiça acaba de conceder, liberdade provisória pro Igor. _Revela Marta.

-Isso é mesmo sério, mãe? _Questionou o rapaz.

Antes que sua mãe pudesse responder, entra na cozinha, sua irmã Renata, dizendo:

-É seríssimo Edu, está passando em todos os canais de TV. Venham ver.

Em seguida, todos se dirigiram pra sala de TV. Chegando lá, Marta e Renata se sentaram no sofá, uma delas aumentou o volume e Eduardo permaneceu em pé, assistindo:

Uma repórter em frente a polícia federal, informava: 

-"No fim da noite de ontem, a justiça aceitou o pedido de liberdade provisória, feito pelo advogado de Igor Villani. Acusado de improbidade administrativa, corrupção ativa, formação de quadrilha e aproveitamento de informações sigilosas; a justiça compreendeu que ele não representa mais nenhuma ameaça, para o avanço das investigações. E portanto, decidiu libertá-lo nesta manhã. "