Teacher (AU!Ziam)

Vigésimo sexto capítulo

Zayn não levou mais que um mês pra conseguir o dinheiro que precisava. Inventou uma desculpa qualquer para o seu pai (recebendo um belo de um sermão no momento em que foi perguntar: “com todo o prejuízo da empresa, você ainda consegue se endividar com festas, Zayn? Você acha que eu sou o que, seu banco?”), mas arranjou os sete mil. Ficaria sem mesada até durante alguns meses, o que só o deixou mais irritado ainda com Johan. Porém, Zayn mantinha a esperança de que sua mãe lhe daria alguma ajuda, caso ele precisasse. Assim que seu pai entregou o cheque, o garoto correu para ligar para o primo:

“Z! Como vai, cara?”

“Eu tenho o que você pediu.”

“Olha, que rápido!”

“É, é... Você ainda tá no mesmo apartamento?”

“Sim, você sabe onde é?”

Lógico que Zayn sabia; sua tia tinha convidado todo mundo para conhecer a nova casa (financiada por ela) do filhão, supostamente para celebrar a nova fase “independente” de Johan. Malik ainda se lembrava do jantar que teve com os tios cerca de sete meses atrás, com o primo sendo paparicado pela família durante todo o tempo.

“Sei. Posso passar aí agora?”

“Claro. Mas, uh...” Zayn ouviu Johan se atrapalhar com alguma coisa do outro lado da linha. “Talvez você devesse esperar um pouquinho? Daqui a uma hora, tá bom?”

Apesar de estranhar, ele aceitou. A primeira coisa que lhe passou pela cabeça era que Johan estava com visitas e precisava de algum tempo para enxotá-las – seria bem o tipo de coisa que o homem faria. Principalmente se fosse uma das suas ficantes.

Uma hora depois, como combinado, Zayn saiu de carro até o centro da cidade, onde seu primo morava. No caminho, ele observou como as pessoas tinham usado o fim de semana para tirar a neve das suas calçadas, aproveitando que o frio tinha amenizado. Até mesmo Zayn ficava feliz por isso. Ele não era bem o tipo de pessoa que gostava de um milhão de casacos ao seu redor.

Malik estacionou o carro em frente ao prédio de Johan. A construção era enorme, devia ter uns quinze andares, com direito a estacionamento subterrâneo, guardas, área de lazer e toda a parafernália que vinha com a alta conta de condomínio. Johan vivia bem. Jamais teria dívida alguma se soubesse lidar com dinheiro. No entanto, ele não sabia. E teve a sorte de escobrir o segredo de alguém para ajuda-lo.

Zayn subiu as escadas até a guarita para se identificar. O guarda, já sob aviso da sua visita, o deixou entrar. Ao se aproximar do elevador, ele assistiu um grupo de garotos não muito mais novos e uma moça emburrada saírem da máquina. Na sua vez, porém, não precisou compartilhar a viagem com ninguém; Zayn subiu até o nono andar sozinho.

A porta de Johan já estava aberta quando ele chegou. O garoto encontrou o primo na sala de estar, jogado no sofá enquanto assistia a um jogo de beisebol na TV. Pelo estado da casa, a empregada não aparecia por ali já fazia algum tempo.

“Strikeout!” Gritou Johan junto com o narrador da partida, sentando-se no sofá com empolgação.

Zayn não era o maior fã de esportes (na verdade, se ele sabia alguma coisa de futebol era por causa de Louis e de videogame). Por isso, não fez muita questão de dividir o ânimo do primo com o jogo. Decidiu se sentar na ponta do sofá, rolando os olhos ao perceber que Johan continuava a fingir que ele não estava ali.

Zayn se perguntou até quando seu primo continuaria assistindo o jogo. Ele só queria deixar o dinheiro e ir embora, não passar duas horas assistindo um jogo do qual nem gostava. Malik bufou, resolvendo deixar o cheque e sair. Ele tirou a mão do bolso do casaco, onde tinha mantido o papel, e estendeu o braço até a mesa de centro. O movimento chamou a atenção de Johan, que se virou para olhar para Zayn assim que o garoto colocou a folha no móvel.