Vigésimo primeiro capítulo.

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Tudo o que passava pela cabeça de Zayn naquele momento era que ele precisava ligar para Liam. Não sabia muito bem se era pelo enjoo de saber que havia pessoas que sabiam do seu segredo ou se era por pura e simples saudade; ele realmente precisava falar com o professor.

(Se possível, vê-lo também seria maravilhoso).

Não queria mais ficar naquela casa. Por isso, entrou na festa de novo e procurou por Niall. Rodou pela sala, cozinha – onde nem o garoto nem o grupo dos chupadores de sal, limão e pinga estavam –, chegou a subir as escadas e revistar os quartos. Zayn quase teve um sapato arremessado em sua cabeça.

Já meio irritado, desceu as escadas e foi para o jardim. Encontrou Niall na piscina, com uma garota em seus ombros tentando empurrar outra menina nos ombros de outro cara. Zayn parou na borda, esperando a brincadeira terminar. Niall avistou o amigo e, tentando ser o mais discreto possível, fez a garota em seus ombros cair e, consequentemente, perder. Ele riu junto com os outros e ajudou a garota voltar a superfície (Zayn tinha certeza de que ela poderia nadar muito bem sozinha, mas Niall sempre seria um oportunista). Veio até a borda da piscina, alavancando-se para cima e saindo da água.

“Ei. Tudo bem?” Niall perguntou, ao se aproximar. “Você parece meio pálido.”

“Sim.” Zayn respondeu, coçando a nuca. “Eu, hã... Você consegue carona pra voltar pra casa?”

“Você vai embora? Já?”

“É, não tô me sentindo muito bem.”

“Quer que eu te acompanhe?”

“Não, não.” Zayn respondeu, rapidamente. Não queria ter o tipo de conversa que teria com Liam se Niall (ou qualquer um, na verdade) estivesse ao seu lado. “Então, você consegue?”

“Claro. Eu me viro. Mas, sério, você vai ficar bem?”

“Vou.” Zayn sorriu, tranquilizador.

“Qualquer coisa, me liga. Ou ao Louis, o que é mais útil.” Niall piscou o olho, fazendo o amigo rir.

Zayn se despediu e seguiu para fora do lugar. Passou pelo jardim mais uma vez, apresando os passos até seu carro. Sentia-se mais paranoico do que nunca agora – principalmente ali, rodeado por pessoas que já tinham notado seu caso com Liam. Por isso, o automóvel era quase um porto seguro.

Ao entrar, ele não ligou o motor. Respirou fundo, encostando a testa no volante. Zayn sentia a noite e o silêncio pesarem sob seus ombros. A solidão era esmagadora. Ele não sabia como lidar com o turbilhão de sentimentos que vinha caindo sobre si. Nunca soube lidar com nada referente aos seus sentimentos. Sempre foi tudo muito simples, sem pensar muito. Quebrar corações alheios não tomava muito da sua energia. Era tudo sobre diversão e a adrenalina de pular fora antes que ele criasse algum tipo de sentimento forte.

E agora tinha Liam. Zayn não sabia como agir agora que o jogo tomara uma profundidade maior. Achava que o segredo deles estava bem guardado, mas a verdade é que nenhum dos dois tinha sido muito cauteloso. Então, ali estava Zayn, com seu coração na mão de Liam, sem saber ao certo o que sentia pelo professor e morrendo de medo de que os dois acabassem se separando.

Ele queria gritar, jogar tudo para o alto e mandar todo mundo se foder. No entanto, Zayn sabia, o erro era exclusivamente seu. (Na verdade, de Liam também, mas especialmente dele).

Zayn contou até dez e pegou o telefone. Digitou os números que conhecia de cor e esperou até escutar o sussurro sonolento e preocupado de Liam do outro lado da linha:

“Z? Tudo bem?”

“Sim, uh... Não. Quer dizer,” Zayn hesitou, sem saber bem como pôr seus pensamentos em palavras. “você pode sair de casa?”

Teacher (AU!Ziam)Onde histórias criam vida. Descubra agora