Teacher (AU!Ziam)

Vigésimo sétimo capítulo.

Louis estava na biblioteca quando escutou o primeiro sussurro. Ele não estava escutando a conversa das meninas do outro corredor, na verdade. Procurar o livro que a professora de Inglês tinha pedido como leitura do bimestre era muito mais importante. No entanto, foi inevitável que Louis prestasse atenção, principalmente depois de mencionarem um nome muito conhecido por ele:

“...Que o Zayn, do quarto ano, tá com o professor Payne?” Dizia uma das meninas, de costas para Louis, fazendo uma trança no cabelo castanho. Ele a reconheceu como aluna do terceiro ano.

“De onde você tirou isso?” Respondeu a outra, fazendo uma careta. Estava sentada no chão, e Louis não tinha muita visão dela.

“Ouvi Brad comentando.”

A morena se virou para a estante e, ao mesmo tempo, Tomlinson se virou para o lado oposto, não querendo ser pego. Ele pegou o primeiro livro que viu pela frente e fingiu ler a sua sinopse. No entanto, Louis não chegou a passar da primeira frase – mantendo-se em silêncio, o garoto continuou escutando a conversa:

“Não que seja da nossa conta, né.”

“Ai, Blair, eu sei!” Bufou a outra. “Eu só tô falando, credo.”

“Eu sei disso, babe.” Blair riu. “Mas é que, sinceramente, e daí?”

A Amiga-Ainda-Sem-Nome ficou em silêncio e Louis escutou ela se sentar no chão. Ele pôs o livro no lugar e andou um pouco mais para o lado, sem querer parecer uma estátua, o que deixaria bem caro que ele estivera escutando.

Quando Louis pensou que elas tinham acabado de falar sobre um dos seus melhores amigos, Blair continuou:

“Você tá preocupada com isso?”

“O quê? Não! É só que... Faz a gente pensar, sabe?”

“No quê?”

“Ah, não é muita novidade que ele fica com todo mundo a torto e a direito, sabe? Isso pode ser, tipo, uns favores em troca de nota?”

Louis, chocado, quase deixou o livro que segurava cair no chão. Mesmo assim, engoliu em seco e se forçou a escutar o resto.

“Amy...”

“Não, eu sei! Não é da nossa conta e tal, mas-”

“Isso seria favoritismo. E, mais ainda, é ilegal.”

“Sim, eu pensei a mesma coisa.”

 As engrenagens na cabeça de Louis funcionavam a toda. Com a história de Zayn e seu primo, Tomlinson não deu muito atenção à falta de discrição entre o amigo e o professor.  Não na escola, pelo menos. E agora que ele sabia que o relacionamento já tinha caído na boca dos colegas, Louis passou a se perguntar quantas pessoas mais comentavam e supunham sobre o que estava acontecendo. Aliás, ele passou a se perguntar se todas as pessoas que comentavam sobre Zayn e Liam também pensavam que era uma relação de favoritismo. Louis sabia que não era, mas seus colegas não tinham nem ideia. Talvez eles não ligassem se soubessem que os dois simplesmente se amavam – no entanto, quando as pessoas só enxergavam um aluno transando com um professor em troca de favorecimento, as coisas podiam ficar bem ruins.

Quantos teriam a imprudência de denunciar Zayn e Liam com base em boatos?

“Mas ele não é injusto com ninguém.” Amy cochichou. “O professor Payne, quero dizer. Lembra quando ele foi todo educado e prestativo com o Karl na semana passada? Se ele fosse um tirano, dava pra entender, mas não é.”

“Verdade.”

“Talvez...”

“Lou?” Chamou Harry, no começo do corredor. Ele se aproximou, parando ao lado do namorado e encarando confuso o livro nas mãos de Louis. “Um dicionário?”