Teacher (AU!Ziam)

Oitavo capítulo.

Zayn sempre fora muito determinado e persistente. Sempre. Usava suas melhores artimanhas para conseguir o que queria. Desde criança, seus pais lhe davam os melhores brinquedos, querendo ou não. Zayn não só chorava ou fazia um escândalo numa loja de brinquedos, ele também usava (mesmo inconscientemente, na época) a chantagem emocional. Seus pais tinham aprendido, no fim das contas, que era muito mais proveitoso dar a bicicleta motorizada ao filho no seu aniversário de dez anos do que se preocupar com a sua segurança e ouvir as manhas do pirralho durante meses.

Hoje em dia, Zayn usava sua persuasão quase que diariamente. Era algo natural pra ele, depois de tanto tempo. E a única coisa que mudara desde a sua infância, eram os escândalos públicos. Zayn não precisava mais deles. Aos dezessete, manipular emoções era muito mais fácil e ele não precisava chegar às lágrimas.

Por isso, ele passou a semana inteira mandando indiretas para Liam e perguntando se o professor já tinha se decidido. Zayn ignorava toda e qualquer explicação envolvendo o relacionamento entre alunos e professores fora da escola, preferindo pegar o celular que Liam tinha deixado em cima da mesa e ligando para seu próprio telefone, com a desculpa de que, assim, Zayn teria seu número e poderia mandar uma mensagem com o endereço do bar.

Na sexta-feira, Liam já estava cansado das perseguições e, ao ver Zayn se aproximar da sua mesa depois da aula, o professor já deu a resposta.

“Eu vou, Zayn. Eu vou à sua festa.”

Por um segundo, Zayn pareceu surpreso. Ele chegou a pensar que Liam não aceitaria ir. Apesar de toda a sua confiança, as respostas esquivas do professor durante a semana tinham sido o bastante para fazer Zayn considerar essa possibilidade. No entanto, Liam iria.

Zayn sorriu largo.

“Que bom! Nós vamos nos encontrar lá às sete.”

Liam viu seu aluno sair da sala, mas o peso em seus ombros não diminuiu. Ele não queria ter cedido. Passou a semana inteira criando desculpas na sua cabeça, tentando evitar até mesmo de passar por Zayn nos corredores do colégio (não que adiantasse muita coisa, o garoto parecia saber exatamente por onde andar). Porém, ficava muito difícil se esquivar das investidas de Zayn quando Liam se sentia cada vez mais pressionado. Talvez sentisse um pouco de culpa ao querer negar o convite, com toda aquela história de “seria muito importante pra mim se você fosse” que Zayn lhe contara. Além disso, havia aquele desejo – e Liam nunca admitiria isso em voz alta – de querer ser mais do que só um professor para Zayn. Por mais errado que fosse, Liam não podia negar que a luxúria o consumia. E talvez tivesse sido isso, na maior parte, que o fez aceitar o convite de Zayn.

Liam foi para casa pensando em como contaria para Danielle que pretendia sair com um aluno. É claro que teriam os amigos de Zayn ali, ele mesmo lhe dissera, mas isso não tornava a situação melhor. O que ele diria? Oi, amor, eu vou sair com alguns dos meus alunos hoje. Volto às dez. Amo você. Danielle estranharia, com certeza. Isso não era nada profissional e poderia coloca-lo em certos problemas, se algum conhecido o visse.

Droga, Liam pensou. Eu devia ter negado.

Ele aceitou. Vejo vocês às sete. Zayn mandou a mensagem para Louis e Niall, sabendo que o último avisaria Leah.

Tudo estava indo bem. A insistência de Zayn não tinha sido em vão e agora ele poderia finalmente sair do marasmo que estava. Pretendia deixar suas intenções bem claras naquela noite, isso se Liam já não tivesse percebido. Zayn estava ficando cansado de esperar para ganhar a confiança de seu professor e, apesar da voz em seu cérebro que gritava pela perfeição, o objetivo de Zayn era colocar Liam contra a parede.