Capítulo 13

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POV Elisa

Um sorriso bobo e feliz se fixou no meu rosto e não há meio de sair. Chegou depois que ouvi meu Cabeludo dizendo que sou o amor de sua vida, ao dispensar aquela mulher lindíssima. Me senti amada, especial, a escolhida por esse homem que é incrível, não por sua beleza externa, mas pela grandeza de seu coração. Perde tanto quem se fixa apenas no seu rosto e corpo perfeitos. Ele é tão mais que isto, agora sei...

E é meu, vamos deixar claro. Bobeou, dançou, mulherada. Sim, sou ciumenta, possessiva, tudo isto de ruim aí, mas vou aprender a me controlar. Um relacionamento sadio exige confiança, não vou colocar tudo a perder com descontrole e insegurança. Ele me escolheu, tinha tantas opções, mas quis a mim, não vou decepcioná-lo nem dar a chance de se arrepender.

- Fazia tempo que não colocava meus dotes de DJ em prática, pensei até estar enferrujado, mas não, ainda sou o melhor – papai me recebe com suas piadinhas habituais.

- Não teve graça, não tenho mais 16 anos odiando um encontro e procurando uma desculpa para não repeti-lo – respondo com uma falsa carranca.

- Espantei aquele pivete há uns anos, não é? Nunca mais te procurou, pensando que seu pai era bravo e controlador – abraça-me e relaxo em seu calor.

- Fiz todo um terrorismo, contando histórias horríveis sobre o senhor e seu ciúme doentio, ele foi embora apavorado – sorrio da lembrança. Papai e eu sempre fomos uma boa dupla.

- E o Juba de Leão, quando irei conhecer oficialmente?

- Falarei com ele. É preferível que seja um jantar ou almoço em sua casa, a mãe não sai.

- Preparo um discurso intimidador ou de boas vindas? – pergunta com um brilho maléfico no olhar.

- Um pouco dos dois, mas não precisa exagerar.

- Medo de eu o afugentar? Está tão apaixonadinha assim?

- Ele é diferente, pai – ele me aperta mais forte, entendendo o que quero dizer.

- Prometo esconder todos os seus defeitos e inventar qualidades bem bonitas – brinca, porque ele é assim, sempre com uma gracinha na ponta da língua.

- Sabia que podia contar com o senhor. Boa noite, dê um beijo na mamãe – vou para meu cantinho, alegre, plena como nunca antes.

Ligo para Alice para contar as novidades e agora não é só ela a narrar como o namorado é perfeito e toda sorte de baboseira apaixonada. Entrei para o time, quem diria?

- Sabia que estava falando demais do tal Rapunzel Cabeludo. Toda aquela implicância só podia ser amor – brinca e realmente ela me conhece muito bem.

- Fui muito injusta com ele, preconceituosa até – isto é algo que me aborrece muito, nunca me vi desta forma antes, mas foi como agi.

- São águas passadas, o que importa é daqui por diante.

- Sim, vou recompensá-lo por toda minha frieza. Mas não tanto, que também não fui feita para babar em ninguém – ela ri, acostumada com meu jeito Elisa de ser. Desligo após combinarmos de sairmos juntos na sexta à noite, para enfim apresentá-los ao meu namorado.

Desço para o café da manhã com a família, meu pai toma o seu em pé, pois está atrasado para o trabalho. Carol ainda não se levantou e logo ficamos apenas mamãe e eu. Corto uma fatia do bolo de cenoura com cobertura de chocolate que fiz ontem, e saboreio feliz com o resultado.

- Teremos aula do que hoje, mamy? – pergunto ao terminar e pegar outra fatia. Calorias? Melhor não pensar.

- Irei te ensinar a fazer moqueca. Receita de sua avó.

Desvende-me - Livro 2 (O Rapunzel)Onde histórias criam vida. Descubra agora