Capítulo 03

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Camila Point Of Views

Eu estava totalmente contante, a ansiedade mal me deixou dormir. Saber que iria para fora, me deixava eufórica. Quando pela manhã, bem cedo eu vestia a roupa com proteção antes que pudesse sair da bolha. Mama estava ao lado de fora, com o olhar intrigado enquanto Gina ajudava-me. Eu sabia que precisaríamos conversar sobre, porque eu sentia que não aceitaria nenhuma negação para ir para fora. Porém, magoa-lá também não seria minha intenção. Acredito que um diálogo, mostrando ambos pontos de vistas, revelando como se sente em relação a essa mudança de eu ir para fora com frequência, irá solucionar todo o receio e preocupação em vão de mama. Afinal, eu tinha a assistência da doutora Gina o tempo todo.

— Mila, curva um pouco a cabeça. – Gina pediu me fazendo rapidamente atender o seu pedido para ajuda-lá colocar a máscara e com atenção estudar sua colocação, se havia sido colocado de maneira certa.

Gina também usava tal roupa protetora quando adentrava à bolha. Na verdade, é um ato obrigatório para todos que entram, para que nenhuma contaminação em sí, pudesse colocar-me risco.

— Prontinho. – Ouvi novamente a sua voz, e conclusão me tirou um sorriso de canto. Contante por caminhar para fora até qus pudesse ter as botas sobre o chão do cômodo e tornasse a caminhar para fora.

Gina estava ao meu lado, se livrando da proteção quando já não era mais necessário. Seu olhar demostrava ternura com toda a minha animação. A vista de anti-ontem realmente não me deixará dormir, eu estava em súplica para que pudesse visualizar novamente uma pequena parte do mundo, a entrada da minha casa. Eu estava admirada por poder conhecer tudo sem a necessidade da televisão. Meus próprios olhos assistiam o balançar das árvores, algumas folhas secas caírem ao chão, a pequena luz do dia já que era bastante cedo e sua potência se encontrava fraca.

— É tão lindo. – Murmurei com o vocal terno e animado. Mama e Gina sorriram ao meu lado.

— É sim, querida. – Gina balbuciou e olhou-me de soslaio. — Está é uma pequena parte do maravilhoso mundo que tem lá fora. Você iria se apaixonar com o mar e com as ondas, o barulho relaxante semelhante a uma canção de ninar. As... -

— Doutora Gina... – Mama tomou a fala e a lançou um olhar repreensivo. Eu estava totalmente interessada no assunto, o que me fez sorri amarelo com o seu fim.

— Me desculpe. – Diz Gina, pousando seu olhar em mim e segurando minha mão sobre a camada de lona extremamente grossa. Não era possível encaixar nossas mãos ou muito menos os dedos, ela apenas repousava o peso sobre a sua. — Olhe isso, querida. A grama é tão verdinha.

Meu olhar caiu à baixo, fitei a grama extremamente verde, voltando a escutar a doutora Gina.

— E ela faz cócegas. – Ela murmurou e logo fez uma careta. — Na verdade, uma cócega é o ato de esfregar um ponto sensível que causa riso em um indivíduo, exatamente como nas novelas. As pessoas que recebem cócegas, sentem certo incômodo, mas é impossivel não gargalhar.

Sentir-me iluminar com a informação.

— Parece tão... Bom. – Dei-lhe um sorriso de canto.

Mama voltava de dentro e trazia uma cadeira de madeira consigo, seu intuito de fazer sentar e apreciar por uma mínima hora.

— Obrigada. – Agradeci. Gina pareceu estudar o objeto, como se encontrasse o risco da cadeira rasga-me o tecido protetor. Dado ao resultado positivo, acabei me sentando.

— Eu preciso voltar para a clínica no momento, mas sua mãe sabe exatamente como transfira-lá novamente para bolha. Não mude nenhum trajeto de ontem. Tenha cuidado. – A máscara me dava pouco acesso de vista, seu transparente apenas nos olhos, me mostrou uma Gina dando o seu melhor no meu caso. Sorrindo de forma reconfortante, se afastou.

— Estarei na cozinha preparando o seu café, não exite me chamar sobre hipótese alguma. – Assenti em um movimento positivo com a cabeça.

Estar sozinha do lado de fora, era ainda mais satisfatório. Eu poderia me perder fitando o imenso céu, tentando descobrir o que as nuvens falavam comigo através de desenho. Eu podia ver a rua sem movimento algum, justamente por ser tão cedo minha chegada alí. 

O mundo já não parecia tão injusto para mim, eu estava me apaixonando por ele. Seu jeito envolvente e marcante. O carro passando pela estrada, rugindo os pneus. Eu me sentia extremamente bem. Porém, a ideia de voltar para a bolha era torturante. Eu ansiava tanto um vida normal, para que eu pudesse estar em diversos lugares. Me questionava sobre como seria conhecer o mar, os meus tímpanos tendo acesso ao som sendo transmitido não tão somente na tevê. Também me perguntava sobre como seria sentir a adrenalina, nunca pude sequer andar em uma bicicleta, patins e os seus derivados. A minha vida simplesmente não poderia ser lidada com risco, e sim com extremo cuidado, limitações e uma enorme solidão.

Eu também não tapava meus ouvidos sobre o meu curto prazo.

Só temia não conseguir desfrutar tudo o que uma pessoa normal era capaz.

A Garota da Bolha Onde histórias criam vida. Descubra agora