Capítulo 16

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Autora Point Of Views

O que está sentindo, Camz?

— Camila? Está na hora. – Doutora Gina adentra ao cômodo e sorri sorrateiro se tornando próxima, já vestida com uma roupa protetora.

Camila a fitou e a assistiu ajuda-lá  vestir a roupa camuflada.

Era um processo rápido, após concluir, trazia o oxigênio para a roupa, possibilitando Camila de sair da bolha.

Lauren as acompanhou para o andar de baixo.

Viu como Camila encarava o novo lugar com ânimo. Não era exatamente a liberdade que ansiava mas era melhor do que um cômodo fechado. 

Quando a latina já estava lá dentro, com um aparelho de ar bem maior dentro da bolha, a latina deixou-se cair na nova cama.

— Acho que deseja curtir um pouco o seu ambiente novo. – Lauren diz próxima da bolha. — Eu vou para casa ajudar mama com seus contatos, nos vemos amanhã?

Camila assentiu, embora Lauren continuasse alí fosse o que desejava.

— Você retorna pra faculdade e trabalho amanhã, né?

— Sim. – Lauren assente.

Camila entendia que Lauren tinha uma vida, mas era egoísta ao máximo para bufar com a resposta.

— Eu realmente tenho que ir, Camz. Até logo. – A morena acena levemente com sua mão esquerda, antes de se distanciar.

— Está sentindo a Lauren estranha, mama? – Camila pergunta desviando os olhos para a mãe, ao lado da doutora Gina a observando.

— Não, querida, acho que Lauren está normal.

Camila morde o lábio.

Bom... Sua mãe não conhecia Lauren como ela.

Sinuhe e Dr. Gina acabaram fazendo o mesmo que Lauren, deixando Camila conhecendo o ambiente novo, mas a latina tão pouco quis explorar. Deixou-se fitar o teto transparente, suspirando ao lembrar da noite passada.

Lauren era tão ela.

Fazia suas palhaçadas para arrancar sorrisos de Camila, submetia-se as piores vergonhas.

Camila também se permitiu pensar em como Lauren era bonita sobre aquela luz das estrelas, em um imenso azul escuro do céu, seus olhos ficavam tão clarinhos.

E que olhos... A garota era muito privilegiada.

Camila lembrou-se de Lauren dizendo que a latina era uma parte dela, o que lhe causou um arrepio incomum em sua espinha.

Como a latina poderia interpretar aquela frase?

Ou melhor, como ela queria interpretar?

— Oh, Lauren... – Camila suspira. Tem caído em devaneios frequentes e todos sobre Lauren.

Sua mente voltou a parte que Lauren dançava estranhamente engraçado, voltando a ri novamente.

Lauren era única.

De todos os pensamentos que teve, o que mais lhe assustou, foi:

Como seria tocar os lábios de Lauren?

Ela jamais poderia saber e também, acabou brutalmente com sua série de pensamentos.

— Fome? – Keana apareceu inesperadamente.

Surpresa, Camila sorri.

— Keana? – Questiona.

— A própria, ou achou que eu iria pedir a chance de ver o seu alojamento novo? – A garota pergunta rindo curtamente observando o revirar de olhos da latina.

Camila não estava exatamente contente, não era a sua liberdade.

— Argh. – Resmunga. — Grande coisa.

— Por que esse tom rabugento? Não está feliz de estar permanentemente para fora? Poderá dormir com a luz das estrelas e amanhecer com o sol sobre sua cabeça? – Pergunta divertida, arqueando as sombrancelhas sugestivamente. 

— Como se eu pudesse senti-ló. – A latina novamente reclama.

Keana estreita os olhos.

— O que há incomoda tanto?

Camila precisava falar? Todos já sabiam. Era a maldita liberdade que jamais poderia sentir, e agora talvez a reflexão sobre uma vida solitária, sem jamais poder ter um companheiro.

— Não posso ser normal e fazer o que as outras pessoas fazem, eu sou uma total invalidez. – Camila diz amargamente.

—  Camila, não diga isso! Há pessoas piores, pessoas passeando fome, internadas em hospitais à beira da morte...-

— Keana, não precisa estender o seu sermão, jamais um ser humano poderá compreender aquilo não sente. – A latina da de ombros. Afinal não queria começar uma discussão.

Esforçou-se em sorri.

— Como vai a faculdade?

Céus, Keana era a única dos amigos que cursava medicina, e Camila foi uma grande influência em sua vida.

— Complicado. – A garota coça a nuca. — São muitas tarefas. – Explica.

— Mas você consegue. – Camila reconforta.

— Eu espero que esteja certa.

//

Quando mais tarde, do outro lado da vizinhança, Lauren recebia em sua casa sua antiga companheira do primeiro semestre da faculdade.

Lucy Vives retornava para Massachusetts e temporariamente ficaria no quarto de hóspedes da família Jauregui.

Outro fato que eram as duas jovens costumavam ficar e manterem relações sexuais, o que as deixou muito íntima, até mesmo após Lucy partir um ano atrás.

Lauren notou que Lucy ainda usava o mesmo perfume, a qual a deixava viciada.

Após saudar toda a família gentilmente, que Lucy já os conhecia de eventos passados, é acompanhada por Lauren até seu quarto.

— Você mudou, está com os cabelos mais longos. – Lucy murmura, fazendo Lauren ri levemente.

Era óbvio, era esta a missão do tempo.

— Sim. Afinal, faz um ano. – Lauren concorda, segurando uma segunda mala da garota.

Quando dentro do cômodo, Lauren a deixa sobre o porcelanato e cruza os braços abaixo do seio.

— Bom, vou deixa-lá arrumar as coisas e descansar, retornarei a ajudar mama com alguns contatos de fora. – Informa, virando-se para sair do cômodo.

— É realmente necessário? – Lauren volta a fita-lá.

— O que? – Questiona.

— Que você ajude sua mãe. – Explica.

— Uh, por que a pergunta? – Se mostrou curiosa.

— Queria poder trocar algumas palavras com você. – Explica ao morder levemente seu próprio lábio inferior.

— Mas não está cansada? – Cogitou, ela havia passado algumas horas dentro de um vôo.

— Não agora. – Ela da um leve tapa no colchão, indicando para Lauren sentar alí.

Dando de ombros, a morena o faz.

— O que quer me dizer? – Indaga, fitando-a com atenção.

— Não voltei necessariamente porque irei retornar ao meu curso de marketing. Eu voltei por você, eu sinto a sua falta, Lauren... Eu ainda sou perdidamente apaixonada por você.

A Garota da Bolha Onde histórias criam vida. Descubra agora