Capítulo 26

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5 meses de gestação

Pela manhã algumas mechas das madeixas castanhos foram encontradas longe do seu coro cabeludo, espelhada pelo travesseiro.

Seu cabelo estava caindo?

Sua garganta doeu, algo lhe incomodou a ponto de tossir e jogar o vômito para o lado esquerdo.

Havia sangue do chão.

Começará a cuspir sangue?

Seu corpo estava mesmo facelecendo, mas Camila resistia, estava lutando contra isso enquanto Gina dizia estar ajudando-a com o tratamento possivelmente avançado.

Seus olhos estavam fundos, fundos como se estivessem mortos. A pele seca, a perda de peso era inacreditável.

Mas Camila resistia.

Continuaria a resistir.

Em meio ao dor.

Em meio aos pensamentos negativos de doutora Gina.

Embora todos dissessem que a gravidez nunca chegaria em seu final satisfatório, Camila resistia.

Ela sentia.

Sentia o seu bebê dentro de sí, acompanhando-a e ela jamais o renunciaria.

- Querida, o que há com você? - Sinuhe fita Camila por fora da bolha e segue seu olhar até o chão.

Lá está.

- Eu vou chamar a Gina! - Apressou em dizer e correr para o lado de fora.

Camila sentia seus ossos cederem, deixou seu corpo inteiro sobre o colchão, lhe faltou forças para continuar sentada.

- Camila? - Minutos depois doutora Gina adentra a bolha e visualiza a menor.

- O que há de errado comigo? - Camila pergunta temorosa, os efeitos da gravidez lhe fazendo chorar rapidamente.

- A sua gravidez, isso que há de errado! - A mulher diz ao negar com sua cabeça. - O que está sentindo, Camila? - pergunta ao se aproximar.

- Todo o meu corpo dói, atrás dos meus olhos, eu nem ao menos sei se consigo me sentar.

- Acha que perdeu a coordenação motora? - questiona.

- O que há com Camila? - Sinuhe pergunta com um tom de desespero.

- Não sei! - Gina diz olhando para trás para fitar a mulher. - Talvez devemos leva-lá para a sala de exames.

- E o que devo fazer? - Sinuhe pergunta um pouco alterada.

- Pode chamar o enfermeiro Denver, precisamos realizar mais exames. - Gina propõe.

- Onde está Lauren? - Camila questiona visivelmente preocupada. - Eu não quero ir para lugar algum sem ela. - Camila chora ainda mais, as palavras de Gina a assombravam quando ela prometeu que caso Camila estivesse à beira da falência eliminaria a criança com a autorização da mãe. - O que irão fazer? - Camila questiona novamente, ela não tinha forças para evitar nada.

- Tudo bem, querida. Se acalme, Gina irá cuidar de você. - Sinuhe reconforta.

- Ligue pra Lauren. - Insiste.

- Lauren não virá hoje, querida. Acho que aconteceu algo em sua família e ela terá que resolver, mas ela virá quando terminar.

Camila chacoalhou a cabeça e fechou os olhos negando.

(...)

- O que aconteceu? - Lauren retorna ao hospital seis horas após o ocorrido mais cedo. Havia ido diretamente ao quarto de Camila, mas não a encontrou.

Apenas teve a informação de Sinuhe se encontrar em uma nova alá.

- Oh, Lauren! - Sinuhe a abraça. - Não são notícias boas.

- O que houve? - Volta a dizer? - Onde está Camila?

Sinuhe aperta os lábios e suspira.

- Camila teve pioras.

- Pioras? - O corpo de Lauren sobressaltou e ameaçou a abrir a enorme porta da alá diferente.

- Acalme-se - Sinuhe segura os seus ombros.

- Camila se alterou, eu diria até... - deu um pausa.

- Até...? - A instigou.

- Até esteve delirando. - Indagou.

Lauren a fitou franzindo as sombrancelhas.

- Delirando? - Questiona. - Onde ela está?

- Na UTI, parece que ela terá que ficar por um tempo, seu estado se agravou... - gesticulou com as mãos. - Parece que Gina fez novos exames ja que Camila apresentou queda de cabelo, delírio e ela ainda chegou a vomitar sangue.

- Sangue? - Questiona alterada, enfiando nervosamente seus dedos dentro do seu bolso traseiro. - Oh meu Deus! - Suas mãos acabam indo pro seus cabelos e os puxando.

- Santo Deus! - Sinuhe clama. - Ela ficará bem pela graça de nosso Deus, eu tenho fé que sim.

- O que me destrói é saber que eu não posso fazer absolutamente nada.

- Podemos rezar. - Sinuhe oferece um sorriso e estica sua mão para Lauren agarrar.

A morena prontamente agarra sua mão e fecha os olhos para ressaltar os pequenos versos.

- Pai nosso que estás no céu...

A Garota da Bolha Onde histórias criam vida. Descubra agora