Capítulo 06

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Autora Point Of Views

No domingo, Lauren não fazia caminhada pela calçada. Então, às seis e sete Lauren não passou pela residência cabello no domingo.

Já na segunda, às seis e sete Lauren passava pela calçada em frente a casa de Camila, avistando novamente a latina, como da primeira vez, com capa protetora. Sentiu-se ficar tímida, mas lembrará que Camila focava seu olhar em sí, então em um mínimo gesto de aceno, a comprimentou, apressando os passos para sair dalí.

Na terça, Lauren novamente ao passar na residência Cabello comprimentou Camila, antes com um único gesto, se permitiu desta vez murmurar um "Oi", ganhando um aceno ao ar como resposta.

Na quarta, Lauren não passou. Era o seu dia de folga e ficaria todo o dia em sua cama, maratonando alguma série cativante.

Na quinta, Lauren retornou a caminhar, passou em frente a residência Cabello e Camila não estava lá.

Na sexta, Lauren soube que no dia anterior, era o aniversário de Camila. A latina completava seus dezoito anos. Sentiu-se aliviada ao saber que seus pensamentos aterrorizantes com a garota, estavam errados. Camila estava bem, e com mais um ano de vida completo.

— Irá para faculdade hoje? – Normani questionou e Lauren rapidamente negou.

— Não, eu e mama iremos viajar hoje a noite para Bulgária.

— Quando você volta? – Normani pergunta com curiosidade.

— Domingo a noite. – Informou, a negra sorriu de canto.

— Então tenha um boa viagem.

— Obrigada, pode me emprestar seu celular? – Lauren pediu pois o seu se encontrava sem bateria.

A negra rapidamente lhe estende o telefone.

Alô?

Keana, é a Lauren. Liguei pois queria te pedir um favor.

Uh, Laur! Qual seria?

— Pode entregar algo para Camila?

Camila?

Seu tom mostrou confuso, até espantado.

— É um presente de aniversário, acho que simpatizei com ela.

Lauren confessou.

Você está querendo ser amiga dela? Porque só amigas dão presentes.

— Não. Na verdade, é meio impossível ser amiga dela, com todo o respeito e cuidado eu digo isto. Porém, não pude evitar sentir pena da sua situação, então queria presentear.

Sinto muito Lauren, mas estou na chácara do meu avó, por que não faz isso você mesma? Embora a ideia de presentear alguém por pena não seja muito boa.

Acho que me expressei errado, é só... Um tanto incomum.

  — Eu sei que sim. Afinal, nunca houve um caso parecido com o de Camila. E também, tia Sinuh não gosta do fato de Camila se introsar com outras pessoas. Acho que seria melhor presentear outra pessoa.

Não é muito justo já que comprei especialmente para ela, mas seguirei seu conselho de não bular a regra de Camila se introsar com alguém.

Fico feliz em saber disso, tia Sinuh é muito cabeça dura, mas ama a filha. Camila é tudo que ela tem.

Acredito nisso. Então... Até mais Keeks.

Até mais Laur.

Lauren desligou o aparelho e o entregou para Normani.

— Obrigada. Eu vou para a casa agora, nós vemos na segunda?

Normani assente, seguidamente abraçando os ombros da amiga.

— Tenha cuidado. – Ela diz, sorrindo ternamente para a melhor amiga.

— Terei.

//

Quando Lauren estava voando em vôo para Bulgária com sua mãe, Camila estava em sua casa, dentro da bolha assistindo tevê. A presença de Dinah, Arin e Lauren, havia mexido com a latina. Ela gostou tanto da sensação de ter pessoas da sua idade, com conversas engraçadas e ânimos por toda parte. Exatamente como Camila era, um tanto elétrica e faladeira.

Ela adoraria poder vê-los mais vezes, conversar e ri de seus comportamentos. Porém, Camila sabia que sua mãe não lidaria muito bem com isso, e começaria a negar qualquer introsamento com pessoas novas. Isso deixava Camila triste, ela ainda era tão limitada. Queria tanto poder andar pela calçada, fazer uma corrida exatamente como Lauren, poder conhecer pessoas novas e conversar sobre assuntos aleatórios, ela só queria um pouco do normal para sua vida.

Como seria ter um emprego?

Estudar em uma faculdade?

Camila não tinha estudos, mas era alfabetizada. 

As pessoas não só acreditavam, como era a realidade de Camila; curto prazo.

— Filha, seus avós vem amanhã te ver. – Sinuhe murmurou, tirou a atenção de Camila da tevê para sí.

A latina expôs os dentes brancos e perfeitamente alinhados.

— Uh! Isso é tão bom, sinto tanta saudades!

— Sabia que ia gostar. – A mulher mais velha diz com um sorriso singelo, se aproximando da bolha. — Camila, me responde, filha... Você é feliz? – Camila fitou os olhos tristes da mãe.

— Mas é claro que sim mama. – Se apressou em dizer. — Sou feliz porque tenho você.

— E isso é tudo? – Questionou.

Camila coça a pinta do nariz.

— É o essencial. – Murmurou.

Sinuhe apertou os lábios. Desde que Keana havia dito que ela só pensava em sí, passou a se sentir mal.

Ela realmente só pensava em sí?

Esqueceu de sua filha? No que ela gostaria de ter?

Eram suas escolhas ou o conjunto que ela acreditava?

— Não fique triste mama. – Camila voltou a dizer, tocando sua palma na bolha de plástico.

Sinuhe levou sua palma também para a bolha, do lado de fora e repousou em cima da de Camila.

A latina sorriu minimamente.

— Eu a amo. Eu sou feliz.

Sinuhe negou com a cabeça, afastando os pensamentos e assentiu recostando sua testa sobre a de Camila, ainda sobre a bolha de plástico, e murmurou:

— Eu a amo.

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