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Luíza 🌻

Um dia após o tumulto, estava eu indo pro trabalho.

Mas, no que eu ia me aproximando, ia vendo uma movimentação estranha na sorveteria.

Ao me aproximar pro inteiro, vi uns traficantes anotando alguma coisa no caderninho.

Luíza: Ei, o que aconteceu? Cadê a dona Marinez? - Falei com o homem do caderninho.

- Morreu, dona.- Abri a boca, surpresa.- Tu é o que dela?

Luíza: Eu trabalhava aqui.- Falei nervosa.- Quem vai ficar aqui agora?

- Ninguém, vai ser outra parada.- Falou sem nem se importar.

Passei as mãos pelo cabelo, sabendo que esse era meu único meio de ganhar dinheiro.

Eu não sabia nem o que fazer, só dei uns passos pra trás e fui saindo.

Fui seguindo o caminho de casa pensativa, eu estava fodida de uma vez agora.

Abri a porta de casa, vendo meu pai assistindo tv.

Ele estava mais pálido, ou era a luz.

João: Oi minha filha, que cara é essa? - Falou fraco, devagar.

Luíza: Nada pai..-Sorrir sem graça.- Como o senhor está?

João: Muito bem e você?

Luíza: Estou ótima.- Beijei a cabeça dele.

Pelo menos ele não veio querer conversar sobre o ocorrido.

Luíza: Vou fazer um sanduíche, tá? - Passei a mão pela sua cabeça, já sem fios de cabelo.

João: E o trabalho, não vai?

Luíza: Tá bem.- Menti.- Tirei folga hoje.

Ele sorriu de lado, me fazendo morrer de amores.

Fiz o sanduíche pra gente, olhando que tinha a conta de energia e água pra pagar, que estavam coladas na geladeira.

Ainda tinha o aluguel.

Eu ainda guardava dois mil e alguns quebrados, dos meus trabalhos.

Peguei os dois papéis da geladeira e peguei meu celular, enquanto esperava o sanduíche ficar pronto.

As contas, junto com o aluguel, fechavam nos 580 reais.

Só 450 era o aluguel.

Levei o sanduíche e o remédio dele, que também precisava comprar uma caixinha.

Era o mais caro, mas o que mais fazia efeito.

Respirei fundo, vendo ele comer e falei que tinha que pagar as coisas.

Como toda tarde, já é certo a Marta vim pra cá.

Assim que eu ia saindo, vi ela que me cumprimentou normalmente.

Isso me deixava aliviada.

Fui primeiro pagar o aluguel, subindo pra boca.

- Boa tarde, dona.- Um noiadinho falou, olhando pro meu corpo.

Luíza: Boa tarde.- Falei com todos, olhando pra um dos seguranças do Coringa.

Nt: Algum problema? - Me aproximei
mais.

Luíza: Vim pagar o aluguel.- Ele concordou com a cabeça, me puxando pra escadaria.

Na laje, estava o Coringa sentado, bebendo e cheirando pó.

Ele me olhou, focando nos meus seios e esfregou o nariz.

Coringa: Que foi? - Falou grosso, como sempre.

Luíza: O aluguel, dá minha casa.- Caminhei até o mesmo, colocando o dinheiro na sua mão.

Coringa: A partir do próximo mês, vai ficar 500 fechado.- Abri a boca, puta.

Luíza: Você já cobra mais do que devia, aquela casa não vale nem metade disso...- Falei indignada.

Coringa: A puta acha que é quem? Baixa teu tom! O chefe sou eu, quem manda sou eu.

Luíza: Coringa, pelo amor de Deus... não aumenta, não me faz ter uma preucupção a mais.

Coringa: Bota pra descer.- Apontou pro segurança que me trouxe.

Luíza: Dois mil reais.- Falei desesperada, buscando minha única opção.

Coringa: Qual foi? - Me olhou.

Luíza: Me solta.- Empurrei a mão do nt, que quis vim pra cima de mim.

Coringa: Deixa aí, vocês vão lá pra baixo.- Os meninos da segurança concordaram e foram descendo.

Luíza: Sempre que você quiser, eu chupo você.- Ele sorriu de lado.- Por dois mil reais, cada vez.

Coringa: E tu é o que? Boca de ouro é, filha?

Luíza: É minha condição, uê.- Coloquei as mãos na cintura.

Coringa: Vai sonhando.- Debochou, pegando um cigarro de maconha já feito do bolso.

Luíza: Coringa, por favor...- Implorei.- Você tá fazendo tudo me foder minha vida, o mínimo que você pode fazer pra me ajudar é isso.

Coringa: Por que tu acha que eu vou querer te ajudar Luíza, se toca! - Negou com a cabeça.

Luíza: Porque eu preciso muito e eu sei que existe alguma coisa, parecida com coração aí dentro.- Suspirei.

Coringa: E pra transar, tu vai querer quanto? Cinquenta mil? - Gargalhei.

Luíza: Cinco mil, uê! Você não disse que eu seria sua prostituta de luxo? - Falei, me sentindo nojenta por me submeter a isso.

Mas era isso que eu tinha, agora.

Quando tudo isso acabasse, eu iria pra bem longe dele.

De todos, com meu pai.

E ainda levaria o Matheus de quebra.

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