Luíza 🌻
Coringa: O que é essa cara de cu aí? Eu não tô aqui?
Luíza: Tá se sentindo muito especial, não é por sua causa.- Dei língua, terminando de tomar a sopa.
Coringa: O que é então, desgraça?
Luíza: Nada, já disse! Você nunca pergunta como eu tô por preocupação e sim por curiosidade. Na maioria das vezes você só ignora o que eu falo.
Coringa: Tu tem uma lista de defeitos em mim, tá achando ruim é?
Luíza: Estou, Felipe! Acho que além de namorados, em alguns meses iremos nos tornar pais e o que uma criança recém nascida menos precisa é viver em guerra.
Coringa: Tu que eu faço nunca tá bom pra você.- Falou um pouco mais alto.
Luíza: Na maioria das vezes, nada que você faz pra mim, é de coração.- Encarei ele por um tempo, suspirando em seguida.
Coringa: Tu quer umas paradas além, que eu não posso te dar! - Começou a gritar.
Luíza: Não tô afim, namoral! - Falei cansada.
Coringa: Não tá afim mas chegou falando merda, não tá afim uma porra...- Continuou falando.
Encarei ele muito bolada e apenas foquei em terminar de comer enquanto ele falava besteiras.
Eu apenas encarava ele, com um olhar triste, que falava mais que tudo.
Ele começou a me olhar também, enquanto falava, mas aos poucos foi se calando.
Desviei o olhar, olhando pra baixo e virei as pernas pra sair da cama.
Meu filho talvez tenha acordado, pois me fez sentir uma pequena cólica, junto com um desconforto.
Murmurei baixinho e me apoiei pra levantar.
Ele também levantou, pegou algumas coisas, jogou perfume no corpo, enquanto eu ainda caminhava lentamente pra fora do quarto.
Luíza: Vai sair? - Perguntei o óbvio, ele não me respondeu, apenas foi passando por mim.- Se cuida.
Ele me olhou e foi saindo, dei os ombros e fui descer as escadas, enquanto ele já tava na porta, saindo.
A mãe dele já tinha ido embora, então eu ficaria sozinha.
Quando fui descer, sentir novamente uma cólica.
Precisava ir no médico, isso está começando a me preocupar.
Percebi que não ia descer as escadas, pq fiquei com medo da dor aumentar e eu acabar caindo.
Enquanto sentei na ponta da escada, econstada na parede, com a mão na barriga.
Fechei meus olhinhos, deixando o prato de sopa do lado e peguei meu celular da cintura.
"Saudades de você! "
Enviei pro Matheus que recebeu e em poucos segundos estava online, digitando uma resposta.
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Matheus 💙: Ai amoru (23h34)
Desculpa por andar sumido, é que tô com umas responsabilidades novas (23h34)
Amanhã eu apareço, na moral (23h34)- Tudo bem, te entendo. (23h35)
Matheus 💙: Te amo, minha princesa❤
- Amo você, meu bem! 💙
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Ele digitou uma resposta, foi o barulho da porta me interrompeu de ver.
Coringa: Tá passando mal? - Ouvir a voz grossa dele.
Luíza: Cólicas e umas dores no pé dá barriga.- Observei ele subindo as escadas.
Coringa: Levanta, passa pro quarto.- Falou como meu pai, me dando ordem.
Luíza: Eu não sou teus parceiros da rua, fala direito comigo.- Briguei, me levantando.
Coringa: Tá parecendo minha mãe.- Falou, me fazendo rir, mas ele manter a cara fechada.
Luíza: Você não vai sair? - Perguntei curiosa.
Coringa: Isso não é dá sua conta.- Me ajeitou sentada na cama.
Luíza: Tá vendo? É sobre isso que eu falo! - Falei apontando.- Eu já me cansei disso tudo, sério! A gente nunca sentou e conversou, falou sobre os desejos um do outro. Sempre tento de tudo pra te agradar, mas você sempre ignora, você nunca retribui, apenas é grosso e age como não se não se importasse. Eu não aguento mais isso.
Coringa: Você me conheceu assim, desde começo eu falei sobre minha correria e da correria que eu sou.
Luíza: Mas eu não mereço ser tratada assim, principalmente por quem eu amo.
Respirei fundo terminando de falar, vendo tudo ficar em silêncio.
Me deitei na cama, segurando a vontade de chorar, que pela primeira vez na minha vida, tava sendo feita por um homem.