Coringa: Não posso ficar aqui, mas fé pra tu.- Falou se levantando.
Continuei olhando pro nada, sem olhar pra ele.
Ele negou com a cabeça e foi saindo, respirei fundo e continuei sentada.
A Marta tava resolvendo algumas coisas na recepção e eu só queria notícias.
As horas iam se passando e minha ansiedade aumentando e nada de notícia.
Marta: Vamos pra casa, Luíza. Não vai adiantar nada, não temos informações até agora. Amanhã bem cedinho a gente vem.
Olhei pra ela que estava com uma expressão cansada também e me levantei.
Eu tinha toda minha gratidão jogada no Coringa.
Ele que tá pagando o melhor travamento médico, no melhor hospital.
Achei que ele não se importasse.
Mas ele deixou bem claro que era pq a mãe dele pediu.
Chamamos o uber e fomos pro morro, na entrada do morro, um segurança do Coringa que veio buscar a gente.
Pedi pra ficar em casa, mesmo com ela insistindo pra eu ir pra casa dela.
Desci do carro e entrei, fui direto pro quarto dele e me sentei na cama.
Se eu tivesse parado mais em casa e ficado mais tempo com ele..
Que droga.
Deixei uma lágrima solta cair mas me recuperei, me deitando na cama.
Fechei meus olhos e fiquei sentindo o cheiro dele por ali.
Escutei o barulho de uma moto, minutos depois, na porta da minha casa.
Jurava ser o Magrinho, mas como do quarto do meu pai, dava pra ver a porta da sala, vi o Coringa, que olhou pro quarto que eu tô.
Ele se aproximou parando na porta de braços cruzados.
Luíza: O que foi?
Coringa: Minha mãe mandou eu te buscar pra ir lá pra casa dela.- Falou olhando o celular, mas guardou em seguida.
Luíza: Eu não quero ir, sério. Valeu mesmo.
Coringa: Você vai querer que eu pague pra você ir?
Luíza: Você não consegue parar de ser babaca por um minuto, que droga? - Falei alto.- Fazer mal as pessoas, não vai te fazer feliz, você vai continuar infeliz!
Coringa: Vou até chorar depois dessa.- Debochou, me fazendo negar com a cabeça.
Luíza: Não é tão difícil expressar sentimentos, é só fazer o inverso do que você faz.- Me sentei na cama, olhando pra ele.
Coringa: Sentimento só pela minha mãe.
Luíza: Por mim, você sabe que gosta de mim, assim como eu gosto de você.- Joguei verde, vendo ele ficar nervoso.
Coringa: Vai arrumar tuas coisas logo, quero ir pra casa.- Mudou o assunto.
Luíza: Eu sei que você sabe e você lembra tudo aquilo que me disse ontem.- Ele cruzou os braços e eu me aproximei.- Você sabe que gosta de mim, só falta admitir.
Coringa: Teu achismo vai te matar! Preciso te lembrar que você fica comigo por dinheiro? Isso te faz interesseira.
Luíza: Preciso lembrar que você que me colocou nessa? Fez de tudo pra eu ter essa última opção, coringa.
Coringa: Fé.- Foi a única coisa que ele falou.
Luíza: Você me quer tanto quando eu te quero, não nega.- Falei baixinho, abraçando o pescoço dele.
Coringa: Luíza, me solta.- Respirou fundo, sem paciência.
Levei uma mão até o rosto dele, fazendo um leve carinho e olhei pros olhos dele..
Luíza: Isso não vai te matar.- Passei o polegar pela boca dele.- Para de ser assim e assume logo de uma vez.
Coringa: Eu odeio você, Luíza.- Afirmou, segurando minha cintura e me beijando.
E como em poucas vezes aconteceu, eu me senti segura nos seus braços. Mesmo com tudo que acontecia, ele me fez relaxar.