Coringa: Colfoi? - Falou curioso e não, preucupado.
Luíza: Nada que você possa resolver.- Fui curta e grossa, afim de cortar ele.
Coringa: Quanto você cobra pra um boquete?
Luíza: Continua falando, quanto mais você fala, mais eu tenho nojo.
Coringa: Ou, eu tô te gastando, emocionada.- Falou com a feição totalmente séria.- Eu tenho família, tá ligada? Tenho umas primas, umas tias... sei como é essa parada de mulher e pá.
Luíza: Mas eu não estou pedindo ajuda, muito menos sua.
Coringa: A maioria delas preferem chorar, mas tu é mais quebrada, não chora...- Me ignorou, continuando.
Virei o rosto e ignorei ele também, mas o que vinha na minha cabeça era só as falas dos meus pais e da minha amiga.
Coringa: Se abaixa.- Ouvi o grito dele, não entendi, só senti ele empurrando meu corpo pro chão.
Sentir minha testa e meu braço arder, em seguida, o foguete e uma sequência de tiros.
Coringa: Quero geral botando pra fuder, concertação principal nas lajes e na praça.- Falou no raidinho, enquanto em outra mão já tava com o fuzil.- Quero um grupo pra cuidar dos moradores e fiquem vivos nessa buceta.
Eu só conseguia olhar pro nada, sentindo minhas costas doerem e alguma coisa escorrendo na minha testa.
Coringa: Abre a porra do olho, caraí.- Ouvi o grito dele e tentei manter os olhos abertos, mas fui sendo vencida.- Luíza, não fode.
Fui perdendo aos poucos a minha consciência, mas sentir novamente alguma coisa bater na minha testa.
Conseguir voltar a realidade, sentindo uma cápsula da arma, batendo em mim.
Fui sentar, mas ele se agachou, me puxando junto.
Coringa: Colabora porra, não posso ficar te protegendo não, meu morro é mais importante.- Gritou.- Eu só tô aqui pq o Magrinho e minha coroa te curtem, então fica quieta.
Luíza: Eu não estou pedindo nada a você, pode ir cuidar do seu morro.- Falei com desdém.
Ele deu os ombros e saiu correndo, fui tentar me levantar mas não consegui.
Só sentir a inconsciência tomando conta de mim, me fazendo deitar no chão daquela praça.