CAPITULO 6

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Mesmo sendo humilhado, tendo discutido com o Diretor que pouco se importou com o que aconteceu mais cedo, poderia dizer que hoje foi um dos melhores dias do colégio. Depois da aula de recreação e o fim do nosso período de aulas, Max me convidou para passar o dia em sua casa com Ruby, Emma e Logan. Passou pela minha cabeça recusar o convite, mas minha mãe estava no trabalho e provavelmente Patrick estava em casa bebendo e falando merda, contanto que eu chegasse antes das 22h, não haveria problema em passar o dia na casa de alguém.

Fomos todos na Mercedes gigante de Max, sentei no banco de trás com as meninas que não paravam um minuto de fazer perguntas, das quais sequer tinha tempo de responder antes de uma delas me cortar e atropelar com palavras. Não conseguia entrar no ritmo da conversa, mesmo assim me sentia contente de fazer parte daquele dialogo sem consegui falar uma única palavra. Emma e Ruby eram afetuosas e simpáticas, compartilhavam da mesma vibe elétrica e excêntrica. Emma tinha cabelos longos e ruivos, a delicadeza contrastava com o seu tom de voz áspero, mesmo que as palavras fossem doces. Já Ruby tinha o cabelo raspado com desenhos feitos a navalha nas laterais e a sua personalidade forte era verbalizada.

Max também falava muito, ele era tão alto que parecia uma muralha dirigindo um carro tão grande como ele. Logan era o único que não estava falando. Ele era engraçado como pude ver na sala de recreação, mas em todo o caminho disse poucas coisas, estava com a atenção focada em algo que estava lendo no celular. Não estava mandando mensagens ou ligando para alguém, ele apenas lia e relia alguma coisa sem mudar a tela. Vez ou outra ele colocava o celular com a tela virada para o colo, suspirava, ficava um tempo inerte antes de voltar a ler. Conclui que o que estivesse lendo, não era algo bom.

Quando o carro parou, meu queixo caiu no chão. Max havia estacionada na frente de uma casa gigantesca, num bairro caro de Manhattan. Não que eu não achasse que Max fosse rico, mas ver o dinheiro estampado em forma de imóvel me deixou perplexo. Todos desceram no carro em um pulo, fui o único, ainda tímido a me mover atrás dos outros. Nunca tinha colocado o pé em uma casa tão bonita assim, isso que eu estava vendo só a parte de fora.

— Nicollas, vamos garoto! — Ruby chamou mais a frente e Emma riu.

— É o choque de ver o quanto esse safado é rico — Emma brincou lendo meus pensamentos — Também me senti assim da primeira vez — explicou vindo em minha direção pegar meu braço para me puxar.

— Minha casa é grande porque meus pais se odeiam, assim não precisam ficar se cruzando nos cômodos — Max explicou amargurado tentando ser engraçado.

— Sua casa é grande porque seu pai é rico — Logan observou.

— Rico e um esnobe do caralho — Max completou abrindo a porta da frente — Vão indo para o porão, vou procurar algo no bar — explicou enquanto passávamos por ele.

Segui as meninas para o tal porão que Max havia mencionado, elas se comportavam como se estivessem em casa, tiraram os sapatos, jogaram suas bolsas numa mesa aleatória, e desfilaram pelos corredores até chegar as escadas. Olhava tudo ao redor, tudo me impressionava, desde o piano esculpido em madeira negra, até o lustre gigantesco que decorava o teto o que me levou a pensar que se eu vendesse tudo que tinha em casa, nada valeria um único objeto da casa de Max.

— Onde estão os pais de Max? — perguntei a Logan que estava dois passos a minha frente, as meninas já tinha perdido de vista.

— A mãe dele provavelmente na França e o pai dele trabalhando em Chicago...

— E ele fica sozinho nessa mansão? — questionei incrédulo.

— Max é sozinho desde que nasceu, e ele não está sozinho, ele tem a gente — Enfatizou Logan mostrando as escadas que deveríamos descer.

A PRIMAVERA QUE MUDOU AS NOSSAS VIDAS (Romance gay) (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora