CAPITULO 26

9.4K 538 131
                                    

De onde estávamos a cidade parecia estar aos nossos pés. Aquele lugar era lindo, desci do carro e encarei a vastidão da cidade de New York, sem dúvida o mais alto lugar dali. Rayn me levou até uma espécie de "Montanha" o lugar era plano, vasto e muito alto. Não parecia ter nada por ali, porem eu podia ver absolutamente tudo, as luzes da cidade me hipnotizavam, já não sabia nem mais quem eu era, só sabia que estava feliz, muito mais do que feliz.

Encarei as luzes e depois olhei para trás procurando sinal de vida, contudo um paredão de árvores fazia este lugar ser um esconderijo para nós. Ninguém poderia nos pegar ali sem que percebêssemos a sua chegada, diante de nós apenas o penhasco, protegido com uma cerca branca. Caminhei até a beira e respirei profundamente, deixando que o ar preenchesse cada espaço vazio dos meus pulmões antes que eu o soltasse. Rayn me trouxe no topo do mundo, e aqui, me sentia como um rei.

— Sabia que ia gostar — Rayn comemorou envolvendo seus braços ao redor da minha cintura.

— Posso dizer tranquilamente que este e o lugar mais bonito que eu já vi — confessei acariciando as suas mãos.

— Esse lugar podia ser o nosso lugar — sugeriu beijando meu ombro.

— Nosso porto seguro!

— Se um dia nos perdermos um do outro, quero que saiba que eu sempre estarei aqui... esperando por você — Rayn me virou com as mãos em minha cintura para que eu olhasse em seus olhos — Vem vamos sentar!

Rayn abriu me convidou para sentar ao seu lado na Parte de trás da picape, subi antes mesmo que ele pudesse me oferecer a mão e encostei as costas na janela, esperando que ele todo risonho se acomodasse comigo ali, naquela vastidão do céu, apenas eu e ele, sem alguém para nos atrapalhar ou qualquer problema e insegurança, pela primeira vez, estávamos sozinhos com os nossos sentimentos. Rayn começou a cantarolar ali, enquanto olhava as luzes do alto da cidade. A picape estava estacionada na direção que nos proporcionava uma visão espetacular de toda a cidade a beira do desfiladeiro.

Rayn riu quando eu me deitei, mas não questionou, tomando um lugar ao meu lado. Já deitado demos as mãos, como um pequeno ritual, algo que tínhamos que fazer sempre que ficássemos sozinhos, mesmo que a minha vontade de tocar seu corpo, e unir seus lábios aos meus, fosse maior que a minha vontade de respirar. E religiosamente, minhas dúvidas votaram, virei o rosto para poder olha-lo e ele encarava o céu, com um pequeno sorriso nos lábios, Rayn é sem dúvida um dos caras mais bonitos que eu já vi.

— Como foi no médico hoje? — ele perguntou enquanto desenhava algo com a ponta dos dedos na minha barriga.

— Marcaram alguns exames depois das ameaças da minha mãe — brinquei, mas Rayn não sorriu.

— Você está bem?

— Rayn você não precisa ficar preocupado comigo — dei de ombros.

— Só quero ter certeza que você está bem — Rayn acariciou meu rosto e deu um suspiro.

— Eu estou bem!

— As vezes parece que não, e isso me preocupa...

— Eu te garanto que nada vai acontecer comigo, minha mãe é só super protetora — reforcei enquanto segurava a sua nuca com delicadeza, na tentativa de calar sua boca com um beijo.

E Rayn entendeu o recado.

De todos os nossos beijos, esse foi o único que consegui sentir ele de fato ali. Tinha gosto de cigarro e de menta, tinha aquele calor, aquela pegada. Deitei seu corpo contra a parte traseira do carro, e me deitei sobre ele, uma das minhas pernas ficou entre as suas, em uma posição confortável que nos permitia trocar um amasso confortável, eu segurava a minha cintura com força enquanto suas mãos se dividiam entre estar em seus cabelos ou entre aprofundar nosso beijo segurando meu pescoço. Era selvagem e calmo, desse jeitinho paradoxal, confuso assim como nossa relação, queria muito estar com ele ali, o ter seus lábios explorando os meus era simplesmente perfeito. Quando necessitamos de ar, com as bocas ainda juntas, nossa respiração era incrivelmente ofegante, inspirávamos o mesmo oxigênio, enquanto eu ainda mordia os seus lábios que formava em um sorriso.

A PRIMAVERA QUE MUDOU AS NOSSAS VIDAS (Romance gay) (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora