Capítulo 25 - Despedida

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Nós passamos a noite toda acordados, as duas crianças choravam inconformadas, foi um custo fazer com que Gabriel comesse algo, ficamos aliviadas quando a febre cedeu um pouco

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Nós passamos a noite toda acordados, as duas crianças choravam inconformadas, foi um custo fazer com que Gabriel comesse algo, ficamos aliviadas quando a febre cedeu um pouco. Nara é uma jovem linda, está presa numa cadeira de rodas, esperamos que o doutor ao chegar possa nos dar alguma esperança sobre ela se levantar dessa cadeira.

A mãe como estava fedendo muito, foi enterrada por alguns homens que Jack conseguiu para o ajudar nessa missão, mas amanhã cedo temos que ir lá levar flores e levar as crianças para ver onde a mãe foi enterrada e se despedir.

Nesse momento estou ajudando Jack com o café da manhã, já eram quase quatro horas quando Gabriel adormeceu agarrado na irmã e nós deixamos eles quietos para que descansassem. Levei Claudia para o quarto dela, sei que ela não está dormindo mais pelo menos está deitada. Eu, Jack e Pastor Mateus estamos acordados ainda, os dois insistiram para eu deitar mais eu não consigo descansar a mente preocupada com essas crianças que assistiram cenas marcantes.

- Pastor o senhor vai ficar morando no sítio? - Jack pergunta trazendo os pães para eu cortar.

- Jack eu não sei meu irmão, Kadu está por lá e parece que os donos não vão voltar, acredito que irão vender o lugar.

- Que pena, perto do lago é um lugar de paz. - digo me metendo na conversa.

- Com certeza Claudia saberá o que fazer ali. - Jack diz me olhando com um sorriso fofo. Não sei como alguém pode passar a noite em claro e estar tão lindo de manhã.

- O cheiro está bom Jack. - Pastor Mateus fala e eu concordo. Se eu me casar com ele vou virar uma jamanta em dois tempo penso e um sorriso me toma o rosto.

- Obrigada gente, ver o sorriso no rosto de vocês valeu meu trabalho, agora vamos comer e deixar o dos outros sim? - ele diz sentando ao meu lado na mesa e sinto vontade de o abraçar, mas sei que um dia vou poder fazer isso e que não é agora.

- Como está na escola? - o pastor me pergunta.

- Não muito bem, a turma é mista demais e tem muitos que não sabe ler nada.

- Mas tenha paciência é um bonito trabalho que está fazendo. - ele diz e eu o olho com um sorriso de agradecimento.

- Não me esperam mais para comer? - Claudia diz chegando na cozinha. - Ainda estão na minha cozinha e não me esperam?

- A culpa foi dele. - digo apontando para Jack que bate no meu dedo e todos riem.

- E as crianças? - pastor Mateus pergunta a Claudia.

- Estão na sala já acordados, não querem comer. - ela diz triste. - Acho que não vou conseguir cuidar deles. - diz sentando perto do pastor.

- Irmã é só uma fase que eles estão passando. Dê tempo ao tempo por favor. - ele diz colocando a mão em cima da dela e eu passo alguns minutos olhando o ato.

- Eu vou tentar. - digo levantando e Jack me puxa pela mão. 

- Eu vou pode deixar Débora. - ele diz já indo até a sala com um prato de biscoitos e dois copos.

- Jack tem muito jeito com crianças. - Claudia comenta.

- Posso lhe fazer uma pergunta Claudia? - pastor Mateus fala.

- Sim pastor pode perguntar. - ela diz e nós duas olhamos para ela.

- Já se perguntou se eles não quiserem ficar aqui? Porque eles podem ter um parente que queiram ir morar com eles ou não. - ele diz e eu olho para Claudia tomando a consciência que foi uma observação importante.

- Eu não sei pastor, me apeguei a esse menino e agora a sua irmã. - ela diz baixa a cabeça e completa. - Se eles forem embora da cidade será mais fácil, mas se eu tiver que os ver por aí não sei como vai ser. Na verdade eu sempre tive vontade de ser mãe e parece que esta é a oportunidade que eu tinha, acho que estou sendo egoísta. - ela diz olhando para mim e vejo uma lágrima rolar em seu rosto.

- A irmã sabe que ainda é muito jovem não sabe? - ele pergunta olhando de mim para ela.

- Tenho vinte e seis anos. - diz parecendo contestar o pastor.

- Eu também tenho vinte e seis anos e tenho esperado em Deus minha esposa e aprove o Senhor que eu encontre uma com tanto desejo de ser mãe como a irmã tem, pois desejo ter muitos filhos tanto adotados como meus mesmo. - ele diz levantando da mesa e indo até a sala.

Não dá tempo de nós duas falarmos nada, Jack entra na cozinha com o prato quase vazio e nos chama para irmos até onde a mãe foi sepultada. Quando saímos de dentro de casa vimos as crianças com flores na mão esperando para nos acompanhar.

- Minha nossa que coisa linda! - Claudia diz se emocionando.

- Vamos crianças por aqui. - Jack começa a empurrar a cadeira de rodas de Nara e Gabriel está do seu lado, sendo seguidos por todas as crianças.

Ao chegar no lugar onde a mãe deles foi enterrada o pastor louva dois hinos da harpa, faz a leitura da Palavra e diz umas palavras emocionantes que consistia em aceitarmos a plena vontade de Deus. Sendo ouvido atentamente por todas as crianças e que muitas ali perderam seu pai na explosão da mina recentemente, então o clima foi de total emoção.

Ao voltarmos para a cidade, em frente a lanchonete havia um carro, quando chegamos perto para ver de quem se tratava era a tia dos meninos, o telegrama de Jack havia chegado e ela veio em seu próprio automóvel. Mas se essa mulher tem tanto dinheiro como só chegou aqui agora?

Vi Claudia resolver com a tia a transferência dos documentos dos mesmos, ainda perguntamos se era isso mesmo que eles queriam e a tia os levou com a promessa de que se eles quisessem voltariam morar conosco. A cena mais tocante foi na hora em que Gabriel estava entrando no carro voltou correndo e abraçando Claudia disse:

- Eu havia combinado com ela de que íamos morar com a senhorita e as coisas melhorariam, ela disse que nada a deixaria mais feliz do que morar com a senhorita. - ele disse em meio as lágrimas e abraçado com Claudia, nos fazendo chorar também.

- Eu acredito que ela iria gostar e vocês também. Gabriel minha casa está a disposição de vocês, por favor se quiserem voltar não sintam vergonha.

- Obrigada senhorita Claudia seu coração é de ouro. - a irmã dele disse estirando a mão para que ele fosse enfim.

Ficamos olhando o carro se distanciar e não conseguia imaginar uma maneira de fazer minha amiga se sentir melhor, até que o pastor fez algo inusitado. Estirou uma flor branca em direção a ela e disse:

- Deus está preparando os melhores filhos para a melhor mãe. - deu um beijo na rosa e lhe entregou, fazendo com que minha amiga derramasse algumas lágrimas a mais.

- Obrigada pastor, o senhor é mesmo muito especial. - ela disse segurando a mão dele que a puxou para irmos para casa.

- Vem comigo senhorita? - Jack me oferecia o braço que aceitei e o mesmo me levou em direção a mercearia, eu entendi ele queria deixar os dois só um momento e eu agradeci a ele por isso.

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