Capitulo 4 - Despeço-me

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A solidão penetra a mais ingreme face,restam apenas poucas pessoas sobre o trem,vazio como um coração deslaçerado após perder seu brilho,Luma ao mesmo tempo que imagina a ousadia do destino em conhecer uma cigana que tem muito em comum com ela lembra-se do misterioso homem da estrada e promete para si mesmo que encontrará o cavalo algum dia.

" Seguirei os conselhos de Joana e deixarei o tempo agir,agora me dedicarei a fazer desse acampamento um momento especial"

   A viagem enfim chega ao seu destino final de desembarque,Luma alivia-se de ter chegado depois de tantas horas intermináveis,ao desembarcar com suas malas avista Irmã Dorotéia e Irma Méria,o contentamento se faz presente ainda mais quando ela recebe uma chuva de abraços das adoráveis crianças.

— Como é bom poder estae junto de vocês,eu os amo infinitamente — Luma escancara um sorriso.
— Nós que nos sentimos gratos a ti Luma — Irmã Dorotéia entusiasmada.
— Antes de mais nada peço a benção das Irmãs — Luma olha gentilmente.
— Deus abençõe filha — As Irmãs respondem em sintonia.
— Eu quero dizer que me sinto muito honrada em contar com o amor e carinho não só das senhoras mas das crianças também — Luma luta contra as lágrimas.
— De nada filha,sei que é uma mulher muito prestativa e olha o próximo sem querer nada em troca — Irmã Meria emocionada abraça Luma.
— Venha com nós iremos pegar as carroças que nos levarão até o campo — Irmã Méria acena com as mãos.
— Está bem Irmã,hoje é um dia muito especial para mim — Luma suspira observando ao redor.
— Será mesmo,não tenho dúvida disso — Irmã Méria fala bem humorada.

Luma e as Irmãs da igreja seguem para as carroças que farão o transporte para o campo,cautelosamente ela espera as Irmãs se sentarem e algo lhe instiga a contar o que aconteceu momentos antes de encontra-las.

— Irmãs as senhoras acreditam em destino? — Luma pergunta receosa pela resposta.
— Depende,destino é o que buscamos no nosso interior e mostramos ao próximo,nós mesmos fazemos ações que contribuem para que aconteça — Irmã Dorotéia explica pacienciosa.
— O destino nos leva para situações que fazem evoluir espiritualmente e mentalmente — Irmã Méria ressalta com cautela.
— Emcontrei uma cigana que me dissevpara não fazer nada contra o meu destino — Luma com os olhos brilhando.
— Talvez essa cigana esteja certa na sua palavra,você é jovem filha e tem um destino muito brilhante pela frente,sua coragem te fortalece — Irmã Dorotéia elogia com carinho.

As palavras de Dorotéia reforçam todas as sensações que Luma sente,o coração pulsante embalança as decisões tomadas e jamais retornará a sua fortaleza natural.

  A cidade repleta de encantos emudeceva vista de todos inclusive Luma que sente o reflexo ao redor dela,pontes memoráveis sobre rios de águas cristalinas compondo o ambiente de sutileza e sagacidade ,as flores secam calmamente sobre os canteiros que embalam a vida dos moradores acolhedores,os casarões guardam a pronuncia de belas vistas a serem exploradas.Os verdes campos ressurgem pelos caminhos onde gados decorrem pelas pastagens em busca de alimento,andando-se por ruas estreitas e vazias até que todos enxergam o campo límpido onde armarão suas barracas e passarão a noite até o sol nascer de novo.

— Chegamos crianças,espero aproveitar cada segundo ao lado de todos vocês — Luma desce contentemente da carroça.
— Escolhemos este lugar perfeito para termos o previlégio,Ponte Nova é meu lugar preferido para fazer orações — Irmã Dorotéia com expressão sublime.
— Crianças podem armar as barracas,só não vão muito longe que é perigoso — Avisa Irmã Méria recuperando o folêgo depois de carregar as pesadas malas.
— Sim tia Méria arrumaremos tudo — diz Mariana sorridente a menina mais velha de todos.
— Quero todos estendendo suas barracas em ordem antes que a noite chegue,o dia quase está em seu fim — Luna curvando os lábios.

Destino imprevísivel(pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora