Capitulo 7 - Uma Luz No Coração

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O silêncio se exala pela floresta que começa a ficar ainda mais obsoleta pela noite que escurece as entranhas mais profundas do horizonte,O corpo de Luma é instantaneamente levado pela correnteza no mais fundo das aguas limpidas mas que correm da maneira mais veloz e se fendem sobre a superficie de seus cabelos, ela bate a cabeça entre as pedras da margem espessa e rochosa,o rio desagua em um lugar calmo de campos limpos e verdes sobre a luz da Lua que ilumina o céu em companhia das brilhantes estrelas , Luma segue desacordada despontando rio abaixo e a força da água se torna insubstituivel e duradoura.André totalmente perdido observa atentamente as águas e percebe o desaparecimento dela,passando a mão em seus cabelos encaracolados  se desespera pelo que pode ter acontecido com ela,a vida que vai sendo levada pelo seio frenético e envolvente o faz rezar caladamente para que tudo fique bem,olhando para tudo o que estava a sua frente corre pelo atoleiro de Lama na negra sombra da noite.

— Preciso avisar tia Dorotéia,Luma esta morta,não!!! — fala André em tom alto chorando ofegantemente.

Ele sobe o penhasco e se inclina para encontrar o lugar da volta e mal consegue enxergar pela pessima claridade do local que parece ser altamente calmo,fazendo esforço e se ferindo segue um caminho pela escuridão e se lembra que levara um lampião em sua mochila,rapidamente o pega e tenta acender varias vezes até que tem sucesso e a visão do caminho fica um pouco mais facil agora.

—Preciso avisar a todos do que aconteceu,mas por onde qual caminho seguir — André olha fixamente para dois caminhos.

Indeciso com as duas fileiras demonstradas a sua frente decide seguir pela primeira onde sua intuição diz que deve ir,o coração palpitante acelera em disparada pela corrida que o garoto faz e as horas vão se passando.Ouvindo o som de suaves vozes abre-se a parte do mato onde galhos cairam com a sublime chuva,eis que o campo surge em seus olhos e ao ver aquelas barracas entusiasma-se e corre para dizer que está bem mesmo não estando.
 
—Pamela!!!Mariana!!!Estou aqui, sou eu André —grita contente.

Todos saem das suas barracas vestidos se pijamas,Irmã Dorotéia toda descabelada e sonolenta pensa em ser apenas um sonho mas ao tocar o menino percebe que é real.
— É você André?Que bom que você está bem,cadê Luma? — Dorotéia intrigada.
— Sinto muito tia Dorotéia mas Luma sumiu,eu estava junto a ela,me salvou e derrepente começou a ter alucinações e dizer coisas estranhas e quando me virei para ve-la a correnteza das águas a levaram —André chora desesperadamente abraçando Dorotéia.
— Como isso foi acontecer com nossa menina,precisamos nos unir em orações para que ela volte — Dorotéia inunda seus olhos de lagrimás.
— Não Luma Não!!! — Mariana grita caindo sobre o chão.
— Tenho certeza de que tudo ficará bem e teremos ela de volta,fortaleceremos nossa corrente de orações — Meria fala sem derrubar uma lagrima.
— Luma pode estar morta,não posso acreditar, ela me salvou — André sussurra choroso.
— Amanhã bem cedo voltaremos a cidade e avisaremos a todos para que a procurem,deveremos ter a esperança —Dorotéia emocionada.

Os olhos marejam pela possibilidade de Luma estar morta,todos se abraçam de forma singela e reluzente como forma de abastecer de boas energias e traze-la de volta ,a água que um dia foi beleza hoje é somente a mais impetuosa tristeza.

As horas passam em constante velocidade,a madrugada suspira-se friamente com pressa de seguir em frente e mostrar a sua face virtuosa,Fabio deitado em seu quarto na fazenda  sufoca-se e não consegue se mover pela dor intensa que instalara no seu peito , Bruno o examina com seus pertences de medico e ao sentir a pulsação dele nada se mostra absolutamente  grave.O sentimento que carrega no peito é uma angustia atemporal  sem ter motivo algum para estar ali.

— Bruno,sinto como se algo arranca-se  o coração de meu peito,uma coisa muito profunda que mal consigo descrever —  Fabio deitado sobre a cama segurando em seu peito
— Alguma coisa o deixou exaltado e seu corpo não reagiu como deveria —  Bruno fixa os olhos sentado sobre a cama.

Destino imprevísivel(pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora