Destino imprevísivel(pausa)

Capitulo 6 - Ouço vozes instigantes

Derrepente na floresta,Aquilo tudo se transforma, vultos sombrosos aparecem em volta do rosto macio de Luma, sua mente confusa não deixa de absorver aqueles sons tão suaves de uma criança pedindo-lhe ajuda,vozes tão encantadoras que ela sabia bem de quem eram,seguindo sem rumo pela lama estremece pela forma com que parece totalmente real mas que não eram de um ser em completa vivacidade,fechando os olhos e parada debaixo de uma arvore ela não entende porque o passado volta a lhe assombrar e acredita esta ficando subitamente alucinada.

" O que está acontecendo comigo,essas vozes da minha irmã atingem meu subconsciente e tiram minha doce paz,estou com muito medo de estar ficando completamente obcecada " pensa Luma transtornada.

Descansando embaixo da arvore,ela inspira e expira varias vezes para retirar toda a tensão instigante que se instala,a noite ja chegava e a chuva parava de respingar para alivio de sua alma,ecos pela floresta começam a surgir,um ser verdadeiro clama por socorro e naturalmente Luma vai apressada na direção dele e o eco fica cada vez mais forte.

Um barulho de agua decorre ao lado do som da voz,eis que ao puxar um galho caido sobre o chão Luma vê um menino todo cheio de lama permanentemente irreconhecivel.

— André é você que esta ai?se for me responda sinceramente — Luma fala axaustiva .

— Sou eu sim socorro!!!Me salva por favor Luma,minha perna está presa aos galhos — André com a face de dor.

— Calma eu vou cuidar para que você saia bem ,sem nenhum ferimento — Luma tenta agir com paciencia.
— Estou pendurado, não consigo olhar para baixo dessa cachoeira — André fechando os olhos.

As aguas turbulentas perturbam Luma,as marcas do que ja se foi voltam para sua face ao dar de encontro com tamanha cachoeira,a dor em seu peito se fortalece e o choro é inevital,mas a unica força que lhe resta emite uma vontade unica de salva-lo e não  cometer novamente o mesmo erro.

— André quero que agarre neste pedaço de madeira e não solte,peço que reserve o medo apenas nesse instante,estou contigo — Luma com lagrimas no olho direcionando o galho com esforço.
— Estou com medo — André treme.
—Não tenha medo,te puxarei com cuidado para evitar que se machuque — Luma ofegante pede a André.
— Vamos só mais um pouco,vai!!! — Luma agarra o menino.

Andre consegue subir e sair sem nenhum vestigio de cortes para a alegria de Luma,mas uma forte sensação arrepiadora quase que infernal toma conta de Luma que começa a sentir tontura ,colocando a mão sobre a cabeça começa a girar em circulos e dizer palavras confusas.

— Saia daqui não,como pode não eu não tive culpa — Luma balbucia em tom alto.

Sem entender o que esta acontecendo com ela,André ajoelha-se e reza para que tudo fique bem,momentos obscuros ressurgem e energizam o ambiente.

No baile as damas patinam seus sapatos de salto alto e continuam a admirar o cavalheirismo de Fabio pela honra de uma dama da sociedade,a luz fica cada vez mais clara e a negritude da noite ja se mostra la fora,Marcia valsa pelo salão ao seu lado com o vestido rodado encantavelmente discreta, olhando profundo em seu olhos quase sem jeito, resolve agradecer fielmente por lhe defender da tamanha afronta do português,com a sua sagaz forma de agir reclina-se para face dele e toca em seu rosto.

— Te agradeço por defender-me dele — Marcia olha fixamente.
— Não fiz nada do que minha obrigação em te defender — Fabio fala com a voz seca
— Tudo por culpa de sua filha,ela trouxe problemas frequentes para nossa familia — Marcia ergue as sobrancelhas e tenta convencer.
—  Deixe Luma em paz,ela é uma menina do bem e merece nosso respeito,agora preciso discursar para abertura de minha vinicola,lutei tantos anos para isso e finalmente chegou o dia — Fabio ignora as palavras de Marcia.

O esforço em tentar recuperar o tempo perdido é inutil pela fraqueza das estruturas ja deslaceradas,o coração ja se esfria e não inflama como tempos anteriores , Marcia tenta não se render a crua realidade de seu casamento mas nada lhe adianta suplicar por um sentimento quase que inacabado,a solidão vibra em sua temivel face e ergue-se um muro rochoso em seu coração.

"Malditos são todos os que atravessam meu caminho,me tiraram tudo mas não vou deixar-me abalar,onde quer que você esteja filha você é a unica que me traz alegria" pensa Marcia ao perceber o apego de Fabio.

Fabio se direciona todo elegante até o palco principal,o terno azul de seda o deixa ainda mais charmoso e exuberante a medida que se aproxime do microfone,o prosseguimento de um sonho o faz ficar confiante para seguir em frente em sua nova jornada de trabalho na vinicola,o fulgor do momento deixa Marcia ressentida e cautelosa em relação ao seu atos por isso o silêncio a domina no instante.
Bruno vestido de terno preto fala primeiramente em nome da amizade que tem com Fabio,o dia lhe agrada por completo em poder unir-se a um fiel companheiro.

— Um momento por favor,peço a atenção de todos.Primeiramente quero agradecer as vossas presenças neste momento.Não podia deixar sem citar meu grandioso amigo Fabio,temos tantas historias,defeitos e qualidades,nos admiramos um ao outro e por isso que a  partir de hoje eu oficializo a parceria na produção de uvas e comercialização do vinho — Bruno discursa empolgado.
— Certamente a parceria de vocês será das melhores — Beatriz prevê alegremente.

E Marcia continua calada com o olhar fixo e severo.

— Estão gostando do baile?Foi feito excepcionalmente com muita dedicação —Bruno fala simpaticamente.
—Estamos adorando sim,pena que Luma foi para o acampamento do orfanato,Aii Aii!!! — Fabio segura em seu peito apavorando todos que estão ao redor.
— Está sentindo-se bem para falar a todos aqui presentes — Bruno pergunta receoso.
— Estou sim,só foi uma dor que senti,como se a tristeza tomasse conta de mim — Fabio conta achando estranho.
— Anime-se hoje é o dia tão esperado por você,pode ir discursar que não deve ser nada apenas uma dor — Marcia desdenha.
— Hoje é um dia muito especial para nós,estão todos lhe esperando para ouvir-lhe — Bruno com face contente.

Fabio toma o microfone em mãos e começa seu cingelo discurso .

— Agradeço por estarem todos aqui,para mim é uma honra em poder dizer que ... — Fabio cai inconsciente.
— Fabio!!!,fala comigo por favor fala!!!! — Marcia encena uma gritaria.
— O que houve com ele? parecia estar muito bem,vamos leva-lo urgente para casa e chamar algum medico da cidade —Bruno age com cautela.
— Vamos então — Marcia segue junto a Bruno.

Insconciente quase sem respiração Fabio é levado apressadamente para fora do salão,todos apavorados não entendem o que acontece com ele para ter descambado sobre o chão,a tristeza toma conta do subconsciente e o que resta neste momento é tentar perseverar e fazer com que a morte não venha ao seu encontro.

Em plena mata as vozes pressionam a mente de Luma,perdida dentro de si mesma não sabe para qual lado seguir ,o vazio tão imenso se torna tão forte assim como as vozes que pertubam incessantemente.

"Você deveria estar morta
Te odeio do fundo de minha alma
Você matou sua irmã
Luma por favor me salva!!! me salva!!
Nada foi sem motivo você odeia tua irmã
Suma daqui e não me apareça mais,ainda há de pagar por tudo" as vozes de sua mãe e da irmã se exalam pela mente deixando angustiada.

— Não chega não aguento mais!!!! — Luma grita desesperadamente deixando André assustado.

As emoções sufocam o coração de Luma , olhando pra si sente que os acontecimentos já envolvem o seu ser,a menina sonhadora imcompreendia aquela dor tão profunda que estava sentindo que a condena e faz ser puxada a um labirinto de fraquezas,o nascimento de um ciclo completamente obscuro a fazem se  aproximar da cachoeira.A beira dela o seu corpo estremece e as lagrimas ja inundam sua face encantadora mas que nesse momento se resumia a apenas uma palavra o passado,eis que ele amarga todo o seu encantamento pela vida e a culpa se torna tão eminente a ponto de esfriar-lhe o coração,a água que corre pela serra tem uma força tão sobrenatural que Luma não tem forças a não ser lembrar das memorias avivadas em sua alma.

— Vem Luma segura a minha mão, precisamos voltar — André suplica.

Nada adianta fazer,a amargura é tão intensa que Luma cada vez mais em passos curtos aproxima-se da cachoeira,quando André coloca sua mão em direção a ela o corpo ja estremecido se desfalece perdendo o equilibrio e desce desaparecendo na imensa vazão de agua que cai da cachoeira,os sons não tem mais o mesmo ritmo e se resumem ao silêncio.