Capítulo 13. 🌲🔥🌲

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EU ESTAVA EM UM LUGAR QUENTE E HAVIA AROMAS DIVERSOS ENTRANDO PELAS MINHAS NARINAS, ABRI OS OLHOS LENTAMENTE, VI VELAS ACESAS POR TODA PARTE

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EU ESTAVA EM UM LUGAR QUENTE E HAVIA AROMAS DIVERSOS ENTRANDO PELAS MINHAS NARINAS, ABRI OS OLHOS LENTAMENTE, VI VELAS ACESAS POR TODA PARTE. Tentei me virar, mas senti algo tão pesado sobre as minhas costas como se fosse uma placa de ferro me esmagando. Suspirei e gemi de dor. Estava deitado sobre panos escuros de um tecido que jamais vira na minha vida. Notei que não era uma cama, era uma esteira feita de uma fibra vegetal verde e tinha o cheiro fresco da floresta. Havia sons também, mas não tive forças para conseguir distingui-los de imediato. Minha atenção se voltou para a dor excruciante nas minhas costas. Então lembrei do terror que acabara de me acontecer. Eu não estava em casa, não estava na minha cama e não estava segura.

Lutei mais uma vez contra aquele estranho peso sobre mim, e só vi quando alguém se aproximou de repente.

— Você não pode se mexer muito nesse momento.

— Quem está falando? — perguntei, não conseguindo sequer erguer o olhar.

— Já falei com você outras vezes, mas isso não importa agora — falou. — Quero me desculpar em nome de Alvora, ela não costuma fazer isso, principalmente com suas semelhantes.

— Semelhantes? — gritei, tentando levantar com o susto.

— Provavelmente você de fato não a conhece. Alvora não ataca mulheres ou seres semelhantes a ela. Sua missão é resguardar aquilo que quer e afastar os homens da floresta — explicou a voz. Eu já estava começando a sentir pavor em ouvi-la e não saber de quem se tratava, havia porém, uma familiaridade.

— Eu quero me levantar. Por que não estou conseguindo?

— Os ferimentos estão terminando de se curar. Coloquei nas suas costas a lama do Nê, que tem propriedades curativas poderosas e ela seca muito rápido — senti duas mãos mexendo em mim. — Está quase seca por completo e isso significará que estará curada.

— Que lugar é esse? — perguntei sem perder tempo. — E quem é você?

— Obviamente você está na minha casa e sob os meus cuidados. Eu sei que você já me conhece, pois já chamou por mim algumas vezes. E eu fui ao seu encontro.

— Eu já te chamei? — fechei os olhos e tentei lembrar ao menos da voz. Eu sabia que a conhecia bem ou que tivera um breve contato com ela. Então me veio um sussurro dentro de mim, como uma brisa. Senti todo o meu corpo doer e arrepiar. — A velha corcunda tecedeira! — exclamei mais para mim.

— É este o nome que me dão? — ela devolveu, quase como se fosse um terrível insulto.

— Eu preciso sair daqui, imediatamente! Me tire daqui.

As dores haviam aliviado muito, entretanto, ainda não conseguia me mover. Eu estava na casa de uma criatura tão terrível e nada terminaria bem. Havia sido atacada por uma mulher ou pássaro. A lembrança do que acontecera com Renan e os outros no antigo celeiro caíram sobre mim de uma vez. Senti as mãos da criatura sobre mim novamente, e uma calmaria me preencheu como se eu fosse um recipiente vazio. Aos poucos fui sentindo um alívio por dentro e em seguida, minhas pálpebras foram ficando pesadas.

Além da Floresta | Versão Wattys 2020Onde histórias criam vida. Descubra agora