🏆 VENCEDOR THE WATTYS 2020 NA CATEGORIA FANTASIA🏆
Ellaija vive em um vilarejo isolado e desde sua infância teve consciência dos perigos que se espreitam na misteriosa Floresta que rodeia seu lar. Durante algum tempo todos acharam que a paz havia f...
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Enquanto todos ao meu redor corriam para apagar ou conter as chamas, eu só conseguia pensar nas últimas palavras da sra. Greta. Imaginar que ela estava morta era um assombro, mas eu não precisava imaginar. Era real. Minha mãe surgiu ao meu lado me ajudando a levantar; algumas pessoas olhavam para mim com desconfiança. Não havia ninguém chorando pela morte dela. Nenhuma pessoa parecia abalada o suficiente para derramar uma lágrima.
— Você esteve com ela hoje mais cedo, precisa sair daqui – disse minha mãe, me puxando para longe de todos.
— Não! Não vou sair daqui. Essas pessoas não gostavam dela e não se importam com a morte da sra. Greta. Mataram-na porque contou a verdade!
— Qual verdade?! – indagou. – Não vai demorar até que associem a sua visita na casa dela com esse acidente terrível e sabe-se lá o que essa gente irá deduzir com isso. Você não está segura aqui, Ellaija.
— Ela sabia que isso ia acontecer, mãe! Ela me contou sua verdadeira história e... – antes que eu pudesse terminar de falar, fui surpreendida por minhas lágrimas e dor. Olhei para as nuvens de fumaça que subiam das ruínas da casa e quase desmoronei novamente. – Alguém a matou!
— Não repita esse tipo de coisa! Você me entendeu? Não repita essas palavras. Ainda não sabemos o que aconteceu com a sra. Greta.
Ouvimos ordens de alguns homens que se aproximavam. Três deles estavam segurando correntes pesadas e arrastavam uma criatura que mal se aguentava de pé. A escuridão da noite não me permitia identificar aquela figura, mas quando se aproximaram da claridade das chamas, pude notar que era um ser que parecia ser feito de gravetos secos, estava com um ferimento na cabeça por onde escorria um líquido verde escuro. A criatura já não lutava nem resistia aos solavancos que os homens exerciam nas correntes. Minha mãe permaneceu ao meu lado me segurando. Em seguida, o sr. Viggor se apareceu, segurava uma espada. O rosto severo encarava a todos ali. Rivana e a sra. Viggor surgiram em seguida acompanhadas do padre Jiuse. Aos poucos, muitas pessoas foram surgindo e seus olhares assustados e de desprezo tinham um alvo: a criatura.
— Sofremos mais um terrível ataque! – começou a dizer o sr. Viggor. – Desta vez, a vítima foi uma pobre e solitária senhora, que há muito tempo também perdera seu filho para essas criaturas malignas.
Olhei para ele, o ser que se encolhia no chão abraçando as longas pernas enlameadas. Ele parecia ter medo. As correntes estavam ferindo seus braços.
— Essa tragédia aconteceu porque estamos fracos diante deles! Um sinal de que devemos agir o quanto antes ou perderemos mais dos nossos – continuou o sr. Viggor. — Hoje essa besta será executada em nome de Deus, mas não deveremos parar até que todos os semelhantes dele sejam aniquilados. Se pararmos, irão invadir nossos lares e matar nossos filhos. Incendiarão nossas casas enquanto dormimos assim como fizeram com a sra. Greta!
— Não queremos morrer! Precisamos de proteção imediatamente – disse um homem entre a multidão.
— Enquanto estiverem sob minha proteção, não morrerão! Infelizmente perdemos uma vizinha adorável. Uma mulher que lutara por sua vida mesmo aos perder seu filho!
