8. O que os olhos não vêem.

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Jungkook ficou paralizado por alguns instantes longos demais - provavelmente perturbado com a voz que saía de dentro da casinha-, instantes esses que Jimin entrou em modo de agente e se atracou com a porta, procurando por maneiras rápidas de abri-la

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Jungkook ficou paralizado por alguns instantes longos demais - provavelmente perturbado com a voz que saía de dentro da casinha-, instantes esses que Jimin entrou em modo de agente e se atracou com a porta, procurando por maneiras rápidas de abri-la. Sua primeira descoberta fora que dois pedaços grandes e longos de madeira estavam travando a passagem, então ele os retirou ávido. Jungkook se juntou a ele finalmente abandonando o choque inicial, batendo na porta com as palmas abertas, gritando pelo Kim e tentando empurrá-la com toda a força.

— Taehyhung! - Ele gritava, e parecia não só aturdido, mas bravo.

Yoongi pedia calma, e Jimin notou que o tatuado não parecia mais um grande manipulador naquela situação toda.

Talvez porque sua voz parecia... Vulnerável.

— Tem um cadeado. - Jimin rosnou subitamente consciente, puxando-o sem nenhum sucesso. Enquanto Jungkook não estava nem um pouco atento aos detalhes, Jimin travou por alguns segundos. 

Um cadeado.

Taehyung estava trancado.

Alguém precisaria trancá-lo do lado de fora, uma vez que a tranca grossa estava para aquele lado.

— Sai da frente. - Jungkook murmurou, sequer esperando que Christian desse dois passos para longe antes de acertar o cabo de um rastelo com toda a força no objeto, detonando, ao invés dele, a madeira velha da porta.

Jungkook a destruiu em menos de dois minutos com golpes brutais.

Honestamente, poucas coisas deixavam Jimin assustado, mas ultimamente ele estava sempre um passo mais perto de se encolher num canto da casa e rezar por luz e proteção. Taehyung estava sentado de pernas de índio. A roupa branca repleta de poeira cinza, terra e fuligem - e algum líquido amarelado não identificado na barra da calça-, o que já era uma visão perturbadora por si só, pois o garoto não usava coisas escuras. Os pés estavam descalços, também sujos de terra. As mãos estavam igualmente sujas, mas as pontas dos dedos tinham sangue. Os olhos estavam vermelhos ao redor das íris azuis, e os cabelos claros, logicamente, escuros. Ele estava imundo.

Jimin teve que tomar a primeira iniciativa, abaixando na frente do menino e oferecendo suas mãos. Assim, o Park percebeu que havia mais ali, que Taehyung cheirava a vômito e suor, e os cheiros não eram nada leves. Então ele olhou através dos ombros do menino, vendo a poça de regurgito. Taehyung se sentiu envergonhado, mas não abriu a boca para dizer nada. Jungkook parecia novamente retesado e Yoongi bastante assustado. Namjoon, que corria para perto deles com um machado - provavelmente para abrir o cadeado, parou assim que viu a aparência do Kim. Taehyung imediatamente abriu os braços para Christian, chorando silenciosamente quando foi erguido devagar por ele. Dava para notar que o menino não se aguentava nas pernas, e logo Jungkook estava oferecendo seu ombro para que Taehyung se apoiasse.

Demorou. O castanho claro olhou para o Jeon com tanto ressentimento que, por um curto momento, Jimin pensou que ele não fosse aceitar ajuda. 

O choro não diminuiu, embora fosse baixinho. Jungkook e Christian apoiaram o menino até o banheiro no quarto de Yoongi - ordens dele -, para que o Kim pudesse usar a banheira. Aos poucos, porém, Taehyung recuperava um mínimo de força e tentava fazer os movimentos por si, deixando Jungkook preocupado e Jimin um pouco mais confiante.

SNAKE -- myg+pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora