Capítulo 20 - Uma rápida evolução...

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Nos primeiros seis dias, eu pensei que não conseguiria. Sentia-me deslocada e meu corpo indicava sinais de exaustão. Em algumas tardes, Ania e Camille me faziam companhia e aconselhavam, já que meu treino era o horário seguinte ao delas. Isso me ajudou bastante na parte técnica, sem dúvida a mais complexa. Como fiz balé desde pequena, eu tinha certo domínio sobre a parte artística. Passei a dedicar todo o meu tempo extra à patinação e só queria estar dentro de um ringue. Vovó não gostou muito daquela decisão, mas não se opôs.

Após algumas semanas, percebi que os outros treinadores e coreógrafos também eram adeptos à inovação. Eles utilizavam footwork (trabalhos de pés), jumps (saltos), spins (giros), crossets (deslocamentos) e figuras (elementos artísticos) respeitando o limite e a percepção individual de acordo com a evolução de cada uma de nós.

A princípio, esses termos soavam tão estranhos, eu cheguei a acreditar que estava cometendo uma loucura e que não teria habilidade para patinar. Mesmo assim não desisti, todas às vezes que eu caia, levantava com mais garra.

Uma vez a cada duas semanas, Regina e Tatiana acompanhavam pessoalmente nosso progresso dando as devidas orientações. Em cinco meses, cresci vertiginosamente e passei a dominar elementos mais complexos, mas não foi fácil. Eu treinava duro e aproveitava cada tempo livre para melhorar.

Regina nos observava atentamente e seguindo os conselhos de Camille, eu tentaria dar o próximo passo. Durante uma apresentação de outono que a senhorita Bonnet preparou, nós faríamos um número para um júri e isso nos permitiria subir de nível.

Destinada a brilhar ( Português ) #wattys2019Onde histórias criam vida. Descubra agora