Louise...
Quando Felícia e John saíram voltei a sentar no chão da sala e passei a buscar informações que poderiam nos ajudar no caso, mas não consegui manter minha concentração por mais de 5 minutos então decidi subir e ver como Letícia estava, bati na porta e ela disse que eu poderia entrar, ela estava deitada na cama pintando em um caderno de colorir.
– Oi, você precisa de alguma coisa?
– Não, eu estou bem. Obrigada!
– Será que não seria mais legal pintar e brincar lá embaixo?
– Lá embaixo não vou atrapalhar ninguém? Meu pai sempre diz que meus brinquedos atrapalham.
– Não mesmo, lá embaixo vai ser bem mais divertido porque tem muito mais espaço e quarto é lugar de dormir, não é?!
– É sim.
– Então, vamos para lá e depois que a gente acabar a brincadeira arrumamos tudo. Ok?
– Ok! – Ela sorriu.
Descemos com algumas bonecas, cadernos de colorir e uma caixa com giz de cera, colocamos tudo no chão da sala e começamos a brincar. Aos poucos ela foi se soltando e nós passamos a brincar como se já nos conhecêssemos desde que ela nasceu.
– Cansou das bonecas?
– Acho que sim, acho que agora quero pintar.
– Acha mesmo?
– Acho sim.
– Ótimo então, vamos pintar. Você quer água?
– Um pouco seria bom. – Ela riu.
– Vou buscar para a gente.
– Sabe.... Eu acho que biscoitos também seria bom. – Ela falou um pouco mais alto para que eu pudesse ouvir.
– Sim, senhora. Biscoitos saindo do forno.
– Mas eles não estão dentro da embalagem? – Ela deu uma gargalhada.
– Estão sim, "saindo do forno" é um modo de falar.
– Ah entendi.
Estávamos pintando quando de repente Letícia começou a passar mal ela paralisou e sua respiração estava irregular, lembrei de sua bombinha e corri no quarto para procurar quando voltei ela estava chorando e continuava sem conseguir respirar direito. Coloquei a bombinha em sua boca e apertei ela foi voltando a respirar aos poucos, sentamos no chão e ela apoiou sua cabeça em meu braço. Quando sua respiração voltou ao normal ela segurou meu braço e apertou com suas mãozinhas.
– Obrigada!
– Não precisa agradece, você ficou nervosa com alguma coisa?
– Na verdade lembrei do meu pai, lembrar dele agora me deixa com medo.
– Eu imagino. – Passei o braço por suas costas e a abracei. – Mas pode ficar tranquila que vai ficar tudo bem com você e sua mãe, está bem? – Ela concordou com a cabeça. – Então, o que vamos fazer agora?
– Vamos pintar, ainda não começamos. – Aos poucos ela voltou a conversar e sorrir novamente.
– O meu ficou mais bonito que o seu. – Ela olhou para o meu desenho.
– Não ficou não, o meu está mais bonito.
– Nada disso, olha só como está colorido.... Isso que é beleza.
– Não, não, não.... O meu é bonito porque está organizado, o seu está todo bagunçado.
– Uma bagunça de cores, exatamente por isso que está mais bonito.
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Entre Duas Linhas
RomanceFelícia é uma bela mulher de 28 anos, que desde o nascimento de sua filha se dedica unicamente a educação dela e aparições necessárias nos eventos políticos de seu marido, até descobrir uma traição e sua vida mudar completamente. Louise é uma garota...