📌 Capítulo 05

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Louise...

Quando Felícia e John saíram voltei a sentar no chão da sala e passei a buscar informações que poderiam nos ajudar no caso, mas não consegui manter minha concentração por mais de 5 minutos então decidi subir e ver como Letícia estava, bati na porta e ela disse que eu poderia entrar, ela estava deitada na cama pintando em um caderno de colorir.

– Oi, você precisa de alguma coisa?

– Não, eu estou bem. Obrigada!

– Será que não seria mais legal pintar e brincar lá embaixo?

– Lá embaixo não vou atrapalhar ninguém? Meu pai sempre diz que meus brinquedos atrapalham.

– Não mesmo, lá embaixo vai ser bem mais divertido porque tem muito mais espaço e quarto é lugar de dormir, não é?!

– É sim.

– Então, vamos para lá e depois que a gente acabar a brincadeira arrumamos tudo. Ok?

– Ok! – Ela sorriu.

Descemos com algumas bonecas, cadernos de colorir e uma caixa com giz de cera, colocamos tudo no chão da sala e começamos a brincar. Aos poucos ela foi se soltando e nós passamos a brincar como se já nos conhecêssemos desde que ela nasceu.

– Cansou das bonecas?

– Acho que sim, acho que agora quero pintar.

– Acha mesmo?

– Acho sim.

– Ótimo então, vamos pintar. Você quer água?

– Um pouco seria bom. – Ela riu.

– Vou buscar para a gente.

– Sabe.... Eu acho que biscoitos também seria bom. – Ela falou um pouco mais alto para que eu pudesse ouvir.

– Sim, senhora. Biscoitos saindo do forno.

– Mas eles não estão dentro da embalagem? – Ela deu uma gargalhada.

– Estão sim, "saindo do forno" é um modo de falar.

– Ah entendi.

Estávamos pintando quando de repente Letícia começou a passar mal ela paralisou e sua respiração estava irregular, lembrei de sua bombinha e corri no quarto para procurar quando voltei ela estava chorando e continuava sem conseguir respirar direito. Coloquei a bombinha em sua boca e apertei ela foi voltando a respirar aos poucos, sentamos no chão e ela apoiou sua cabeça em meu braço. Quando sua respiração voltou ao normal ela segurou meu braço e apertou com suas mãozinhas.

– Obrigada!

– Não precisa agradece, você ficou nervosa com alguma coisa?

– Na verdade lembrei do meu pai, lembrar dele agora me deixa com medo.

– Eu imagino. – Passei o braço por suas costas e a abracei. – Mas pode ficar tranquila que vai ficar tudo bem com você e sua mãe, está bem? – Ela concordou com a cabeça. – Então, o que vamos fazer agora?

– Vamos pintar, ainda não começamos. ­– Aos poucos ela voltou a conversar e sorrir novamente.

– O meu ficou mais bonito que o seu. – Ela olhou para o meu desenho.

– Não ficou não, o meu está mais bonito.

– Nada disso, olha só como está colorido.... Isso que é beleza.

– Não, não, não.... O meu é bonito porque está organizado, o seu está todo bagunçado.

– Uma bagunça de cores, exatamente por isso que está mais bonito.

Entre Duas LinhasOnde histórias criam vida. Descubra agora