📌Capítulo 03

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Felícia....

Eu nunca soube ao certo se tinha casado com Marcelo por amor ou por querer me livrar da autoridade dos meus pais e irmãos. 18 anos era sim nova demais, mas ele era um ótimo amigo e no início do casamento costumava ser carinhoso, romântico, dedicado, gentil, mas as coisas começaram a mudar desde que engravidei, conseguiu me convencer de que o melhor a se fazer era trancar a faculdade e me dedicar a criança, ao menos enquanto ela estivesse pequena, em seguida se envolveu com a política e a cada cargo que subia mais ele mudava, menos ficava em casa, menos era pai e marido, menos era meu amigo. Mas aquelas fotos, ter concretizada aquela dúvida de meses me deu ânsia, nojo daquele homem que eu sequer reconhecia.

– Marcelo. – Entrei em seu escritório e ele estava ao telefone. – É assim que não se tem um caso? – Joguei as fotos em sua mesa.

– O que é isso? – Ele pegou as fotos e olhou. – Isso.... Isso é montagem, estão querendo plantar a discórdia entre nós, você precisa parar de acreditar nas coisas que te mandam.

– Ninguém me mandou, contratei um detetive.

– Você ficou louca? – Ele levantou, nunca o vi com tanto ódio. – Você sabe o que fez? O cara pode divulgar isso na mídia, me expor, eu tenho uma carreira pública isso pode me arruinar. – Ele estava agora na minha frente e gritava o mais alto que podia.

– A sua preocupação é essa? Sua carreia? E eu Marcelo? Eu? Sua filha? Sua família?

– Em que mundo você vive Felícia? Você acha mesmo que depois de anos de casados eu continuaria única e exclusivamente com você? Faça-me o favor, eu tenho direito de ter outras, sou homem, eu pos...

Não aguentei ouvir o que ele estava dizendo e lhe dei um tapa, levantei a mão para acertá-lo novamente, nesse momento ele segurou meus pulsos e me empurrou contra parede.

– Quem você pensa que é para me bater? Sua vagabunda! – Ele deu o primeiro soco em meu olho direito, cai no chão, senti seu ponta pé em meu estomago e suas mãos em meu pescoço logo em seguida, me ergueu enquanto o apertava e nesse momento eu não conseguia mais respirar, fui jogada novamente no chão e chutada 2 ou 3 vezes, ele novamente me ergueu, agora pelos braços e me jogou contra a parede, passou a me chutar até que perdi a consciência.

– Meu Deus do céu... Dona Felícia... A gente preci.... Dona Felí.... – Eu conhecia aquela voz, era Thais, mas não conseguia responder, não tenho certeza se estou viva. – Dona Felícia, Graças a Deus a senhora acordou.

– Letícia, onde está Letícia? – Não conseguia me mexer, todo o meu corpo doía.

– Ela está no colégio, ainda não chegou. O que aconteceu com a senhora?

– O Marcelo, foi ele.

– Meu Deus, porque ele fez isso com a senhora?

– Ele está tendo um caso e eu descobri.

– Meu Deus, Dona Felícia, que homem covarde.

– Eu preciso sair daqui Thais, preciso ir buscar Letícia.

– A senhora está muito machucada, não pode sair assim.

– Pegue meu celular em minha bolsa, por favor.

– Aqui está.

– Bruno, preciso de sua ajuda. O Marcelo, ele me bateu. Não, não isso agora não. Por favor, preciso que me ajude a sair daqui, tenho que pegar Letícia no colégio e ir embora. Tudo bem, venha depressa, por favor. – Meu irmão chegou rapidamente acompanhado de 5 seguranças.

Entre Duas LinhasOnde histórias criam vida. Descubra agora