📌 Capítulo 17 📌

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Em poucos minutos estávamos em uma espécie de mata escondidos, os carros foram deixados um pouco mais distantes para não chamar atenção, alguns agentes foram se posicionar em alguns dos prédios ao redor do galpão, o delegado passava ordens a todo o momento via rádio e recebia informações um pouco mais a nossa frente quando veio em nossa direção com sua testa franzida.

- Uma das equipes de atiradores abordaram dois dos seguranças...

- Bandidos, o senhor quis dizer... – John rosnou para o delegado que inspirou sem paciência.

- Voltando... Dois foram neutralizados no prédio que fica nos fundos do galpão, estou aguardando informações das outras equipes pra outras possíveis neutralizações, quanto menos deles melhor pra gente. Não sabemos em quanto estão lá dentro então isso já nos dá uma vantagem.

"Estou no térreo em uma sala próxima de onde ela está sendo mantida, a menina está nos fundos em uma espécie de escritório, estão em muitos aqui dentro e mais alguns espalhados pela parte externa, mas parece que ele está se preparando para alguma coisa... Aguardem em alerta."

Era o que estava escrito na mensagem que notificou e imediatamente mostrei ao delegado.

- Fiquem atentos a qualquer tipo de movimentação, tentem obter uma visão dos fundos do galpão, tivemos a informação de que a menina se encontra lá em um escritório, se tiverem alguma chance de neutralizar algum deles sem serem percebidos, façam!

"Entendido" foi o que ouvimos como resposta de todos os agentes. Não demorou muito para que um deles chamassem novamente para informar que tinham sido "neutralizados" 5 dos supostos seguranças de Marcelo, cada minuto que se passava eu ficava ainda mais apavorada, eu não conseguia mais respirar direito, o ar estava preso em meus pulmões.

- Senhor, não conseguimos mais nenhuma movimentação sem sermos percebidos... Acho que está na hora de entrarmos.

- Apertem o perímetro, quanto mais apertado o cerco, melhor, nós precisamos de toda a vantagem possível.

- O senhor precisa ter cuidado com elas, a Felícia tá exposta, provavelmente está ferida, não podemos correr o risco de...  Falei segurando seu braço.

- Olha, eu sei fazer meu trabalho a mais tempo que você se entendeu de gente mocinha. – Meus olhos estavam semicerrados e se não fosse a certeza de que iria presa eu teria voado em cima daquele delegado.

- O que acha de pegar um pouco mais leve, senhor? – A voz de John estava baixa e parecia sair do fundo de sua garganta.

- O que vocês acham de ficarem quietos e nos deixarem trabalhar? Vocês não conseguem fechar essa boca nunca. – John deu passo em sua direção saindo de trás de mim, ergui minha mão posicionando em seu peito.

- Agora não, tá legal?! – Ele soltou todo o ar de seus pulmões de uma só vez.

"Eu tentei abrigá-la da melhor forma possível dentro da sala em que ela está, mas não consegui alcançar a menina, vocês precisam entrar por todas as portas de uma vez e eu espero que vocês tenham muitas pessoas aí, porque vamos precisar. Estou a postos esperando por vocês."

Mais uma vez levantei o aparelho na direção do delegado que não demorou sequer 1 minuto pra pegar seu rádio e começar a coordenar sua equipe.

- Temos o sinal pessoal, vamos entrar. Quero que vocês limpem fora do galpão o mais rápido e silenciosamente possível e ao chegarem nas portas, aguardem novas ordens.

Mais algumas coisas foram ditas no radio mas nada compreensível não consegui ouvir nada além de chiados, até que o delegado e mais alguns dos policiais saíram correndo sem nos dizer mais nada, naquele milésimo de segundo eu podia sentir a gota de suor que escorria de minha testa e as pontas dos dedos das minhas mãos gelados e trêmulos, meu coração pareceu bater muito mais devagar do que deveria e todo o som ao meu redor era longe demais, eu não conseguiria ficar ali, eu não podia ficar ali parada e não sei dizer ao certo em que momento minhas pernas passaram a se mover, mas logo eu estava com minha respiração presa e entrando naquele galpão como uma louca a procura de Felícia. A adrenalina com certeza tomou conta de todo o meu corpo, tudo parecia estar em câmera lenta ao meu redor.

- Você é louca garota, abaixa e se esconde agora! – O delegado gritou em minha direção com os olhos mais furiosos que eu já avistei em alguém.

Minha respiração estava curta e pesada eu podia sentir cada batida do meu coração e o sangue percorrendo em minhas veias parecia passar por elas queimando, eles usaram algum explosivo para abrir a porta por onde havíamos passado e por isso uma grande cortina de fumaça e poeira estava no ar, agora eu estava escondida atrás de algumas caixas de madeira e ouvia tiros de todos os lados.

- Olha aqui, quando eu mandar você vai correr de volta pra onde nós estávamos o mais rápido que você puder, me entendeu? – Apenas concordei com a cabeça.

Mais e mais disparos e tudo que consegui fazer foi colocar as mãos em meus ouvidos porque cada um deles soavam tão altos que eu tinha a impressão que logo ficaria surda, toda a poeira e fumaça começou a amenizar e já era possível ver ao redor de onde estávamos e mais a frente uma sala com a porta fechada, só podia ser onde Felícia estava.

- Agora menina... Vai, vai, vai.... – Ergui meu corpo para correr, olhei mais uma vez pra porta e alguém estava indo em sua direção.

Era ali que Felícia estava, só podia ser ali. Mais uma vez senti meu corpo se mover no automático, eu corri como jamais pensei que iria e consegui alcançar a porta estava quase fechando e entrei sem saber o que encontraria lá dentro. Eu só queria conseguir tirar ela dali em segurança o mais rápido possível e só depois de fechar a porta atrás de mim encostando nela consegui soltar o ar preso em meus pulmões de uma só vez e ver finalmente quem mais estava naquela sala.


Hello babys...   .-.

Entre Duas LinhasOnde histórias criam vida. Descubra agora